Sábado,
dia de céu encoberto em Manaus, prenúncio de muita chuva em nossa cidade
(Novidade FM!), tudo propício para ficar recolhido em casa; ler um bom livro; ouvir
umas e diversas musicas instrumentais das boas; se embalar numa rede gostosa, passando
a mão no “Bombril” da nega velha; comer um peixe frito com baião de dois;
assistir a um programa televisivo e, descansar o esqueleto no estaleiro de um
pobre mortal boêmio, ou seja, ficar temporariamente fora do ar, de leve, em
manutenção – no entanto, todavia, não foi bem assim, pois, bem cedo, fui acordado pela minha caboquinha
Duda, para passear, ir a compras, fazer feira e supermercado durante o dia –
além da parte da noite, a pedida era arrebentar na primeira festa bovina do “Bar
do Boi” de 2013.
Pois
é, mano velho, a intenção não era levantar nem para cuspir, apenas abrir um
olho, deixando o outro dormindo, mas, bem cedinho tive que pular da minha rede
cheirosa, pois fui intimado para “paxear”, “almoxár” e “compá” o leitinho, as
frutas e as verduras da Duda – fazer o quê vovô babão?
Fui
até o Rodoway (Rodó para a cabocada), a intenção era pegar um barco “a jato” e,
levar parte da minha prole até o outro lado da cidade, mostrar para a minha
pequena Duda, a beleza, o esplendor, o magistral Rio Negro, mas, a chuva caiu
forte como sempre (ai que saudade da minha rede, coisas de amazonense!) – o
jeito foi ficar apreciando o rio e, a Eduarda com olhos arregalados, vendo pela
primeira vez um imenso transatlântico, o gringo Voyage – almoçamos no “rodó”,
depois, pegamos um “busão” até o Shopping Plaza e, direto para o Conjunto dos
Jornalistas.
Depois
dos compromissos familiares, a onda era dar um tempo no tempo, descasar o
esqueleto, ficar na concentração, para a noite curtir o Bar do Boi – quando já
estava cochilando, recebi uma mensagem da minha amiga Heloísa Braga (viúva do
Celito), avisando para eu não esquecer o “bota fora” que ela estava promovendo em
sua casa e, que estava enviando uma “canoa” para me pegar, pois Manaus estava
alagada -, depois, liga o jornalista Jersey Nazareno (o Naza, para os íntimos),
reforçando o convite da “Helô”, mas, declinei da feijoada e da cerverjada, pois
os excessos da noite anterior estavam dando o troco no corpo do pobre mortal.
Depois
de um ano em jejum, chego às dez horas da noite ao “Bumbodrómo”, reduto bovino
em Manaus – um monte de cambistas correm para me oferecer ingressos, por sinal,
com o valor inferior ao oficial vendido pelos organizadores – desconfiei e, não
troquei o certo pelo duvidoso, porém, lá em Parintins, ficamos nas mãos deles,
com o preço duplicado, pois eles compram tudo com antecedência.
Os
manos do “Encanto da Mata” abriram a temporada, com muitas lembranças das
toadas tocadas na saudosa “TVlândia” (atual Shopping Manaus Plaza), onde o Bar
do Boi se firmou, no final da década de oitenta, uma época áurea do levantador
Arlindo Júnior.
Os
caras são organizados, com lugar especifico para a pobreza (a grande maioria, o
povão da lisura), os remediados (tipo o peixe Surubim, liso, mas, cheio de
pinta) e os bacanas (VIP - very important person
- aqueles que gostavam de aparecer, com muito
dinheiro saindo pelo ladrão).
No
meio da multidão encontrei o meu irmão Henrique e, ficamos juntos até a
madrugada – ainda encontrei mais dois colegas da velha guarda (Marcos Carvalho
e José Luiz), correndo um papo muito legal, regado de muita cerveja em lata
(Skoll e Brahma), ainda bem que a Coca Cola dançou no patrocínio, pois ela
somente permitia a venda da escrota Kaiser.
Uma
“figuraça” que não pode faltar no Bar do Boi é a Patrícia ou Paty, um
baixinho-barrigudo, com os olhos trocados (zarolho), dentes quebrados, fala
Tatibitate (aquele falar de crianças ou de pessoas que sofrem de distúrbios
mentais), gosta de se vestir de mulher e dar show por onde passa, dizem que ele
é um “gay meio doido”, não sei, somente sei que ele é muito divertido.
Encontrei
também por lá um cara que é tarado pelo Boi Garantido, ele é cadeirante, mas,
toma todas, tornou-se o mascote da batucada do boi e, todos os anos é levado no
barco para Parintins, com direito de ficar na arena e outras mordomias mais.
Um comentário:
Tá ótimo parabéns só vale resultar que deve narra algo sobre uma noite vermalha...bjus da Nice direto do Bar do caldeira.
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