domingo, 24 de março de 2013

SABADÃO


Sábado, dia de céu encoberto em Manaus, prenúncio de muita chuva em nossa cidade (Novidade FM!), tudo propício para ficar recolhido em casa; ler um bom livro; ouvir umas e diversas musicas instrumentais das boas; se embalar numa rede gostosa, passando a mão no “Bombril” da nega velha; comer um peixe frito com baião de dois; assistir a um programa televisivo e, descansar o esqueleto no estaleiro de um pobre mortal boêmio, ou seja, ficar temporariamente fora do ar, de leve, em manutenção – no entanto, todavia, não foi bem assim, pois,  bem cedo, fui acordado pela minha caboquinha Duda, para passear, ir a compras, fazer feira e supermercado durante o dia – além da parte da noite, a pedida era arrebentar na primeira festa bovina do “Bar do Boi” de 2013.

Pois é, mano velho, a intenção não era levantar nem para cuspir, apenas abrir um olho, deixando o outro dormindo, mas, bem cedinho tive que pular da minha rede cheirosa, pois fui intimado para “paxear”, “almoxár” e “compá” o leitinho, as frutas e as verduras da Duda – fazer o quê vovô babão?

Fui até o Rodoway (Rodó para a cabocada), a intenção era pegar um barco “a jato” e, levar parte da minha prole até o outro lado da cidade, mostrar para a minha pequena Duda, a beleza, o esplendor, o magistral Rio Negro, mas, a chuva caiu forte como sempre (ai que saudade da minha rede, coisas de amazonense!) – o jeito foi ficar apreciando o rio e, a Eduarda com olhos arregalados, vendo pela primeira vez um imenso transatlântico, o gringo Voyage – almoçamos no “rodó”, depois, pegamos um “busão” até o Shopping Plaza e, direto para o Conjunto dos Jornalistas.

Depois dos compromissos familiares, a onda era dar um tempo no tempo, descasar o esqueleto, ficar na concentração, para a noite curtir o Bar do Boi – quando já estava cochilando, recebi uma mensagem da minha amiga Heloísa Braga (viúva do Celito), avisando para eu não esquecer o “bota fora” que ela estava promovendo em sua casa e, que estava enviando uma “canoa” para me pegar, pois Manaus estava alagada -, depois, liga o jornalista Jersey Nazareno (o Naza, para os íntimos), reforçando o convite da “Helô”, mas, declinei da feijoada e da cerverjada, pois os excessos da noite anterior estavam dando o troco no corpo do pobre mortal.

Depois de um ano em jejum, chego às dez horas da noite ao “Bumbodrómo”, reduto bovino em Manaus – um monte de cambistas correm para me oferecer ingressos, por sinal, com o valor inferior ao oficial vendido pelos organizadores – desconfiei e, não troquei o certo pelo duvidoso, porém, lá em Parintins, ficamos nas mãos deles, com o preço duplicado, pois eles compram tudo com antecedência.

Os manos do “Encanto da Mata” abriram a temporada, com muitas lembranças das toadas tocadas na saudosa “TVlândia” (atual Shopping Manaus Plaza), onde o Bar do Boi se firmou, no final da década de oitenta, uma época áurea do levantador Arlindo Júnior.

Os caras são organizados, com lugar especifico para a pobreza (a grande maioria, o povão da lisura), os remediados (tipo o peixe Surubim, liso, mas, cheio de pinta) e os bacanas (VIP - very important person  -  aqueles que gostavam de aparecer, com muito dinheiro saindo pelo ladrão).






No meio da multidão encontrei o meu irmão Henrique e, ficamos juntos até a madrugada – ainda encontrei mais dois colegas da velha guarda (Marcos Carvalho e José Luiz), correndo um papo muito legal, regado de muita cerveja em lata (Skoll e Brahma), ainda bem que a Coca Cola dançou no patrocínio, pois ela somente permitia a venda da escrota Kaiser.



Uma “figuraça” que não pode faltar no Bar do Boi é a Patrícia ou Paty, um baixinho-barrigudo, com os olhos trocados (zarolho), dentes quebrados, fala Tatibitate (aquele falar de crianças ou de pessoas que sofrem de distúrbios mentais), gosta de se vestir de mulher e dar show por onde passa, dizem que ele é um “gay meio doido”, não sei, somente sei que ele é muito divertido.

Encontrei também por lá um cara que é tarado pelo Boi Garantido, ele é cadeirante, mas, toma todas, tornou-se o mascote da batucada do boi e, todos os anos é levado no barco para Parintins, com direito de ficar na arena e outras mordomias mais.


 Cara, o show foi massa – as feras David Assayag, Arlindo Junior, Júnior Paulain, Edilson Santana, Pajé, as cunhãs porangas (mulheres mais bonitas da tribo) e a Marujada de Guerra, arrebentaram no Bumbodrómo, empolgando as crianças, os jovens, os turistas e, até velho babão (tipo Rocha).






Estou quebrado, um caco, mas, valeu a pena – no próximo final de semana teremos o evento vermelho e branco, com o Curral do Boi Garantindo, fazendo mais uma festa. Será que eu irei?. Sei não, sabe como é que é, está no sangue! Será mais um sabadão. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Tá ótimo parabéns só vale resultar que deve narra algo sobre uma noite vermalha...bjus da Nice direto do Bar do caldeira.