BIANOR GARCIA
Através do meu amigo Roberto Pacheco, jornalista e
assessor do vereador Mário Frota (PSDB), tive um contato telefônico com a Katia
Garcia, filha do saudoso Bianor Garcia, com o intuito de obter informações
sobre ele, pois foi um grande amazonense que contribuiu para o progresso social,
cultural e econômico da nossa cidade – exerceu a profissão de jornalista, vereador
por uma legislatura e, idealizador do Festival Folclórico de Manaus – o nosso
blog está fazendo uma série de homenagens aos nossos conterrâneos e, hoje, será
totalmente dedicada a ele.
O Bianor foi meu vizinho no Conjunto dos Jornalistas,
mas, não tínhamos nenhuma amizade, pois eu morava no Bloco H e, ele no F -
nunca tivemos nenhum contato - sempre o via fazendo as suas caminhadas entre os
blocos de apartamentos.
Trabalhou nos jornais “O Jornal” e “A Notícia”, o
último fazia oposição ao governador José Lindoso (o último governador biônico)
e, o Bianor chegou a ser Diretor de Redação, tinha uma coluna conhecida como
“Redator Biônico”, uma alusão aos cargos biônicos investidos sem o sufrágio
universal (voto) – era conhecido como o mestre em escrever manchetes
escandalosas.
O jornalista Carlos da Costa escreveu um artigo no blog Recanto das
Letras, denominado “Batismo de Jornalistas Novos” http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/4098386 na qual
comenta sobre o nosso homenageado: “Um dia, uma jornalista nova foi treinar na
redação e redigia um texto nas velhas e sambadas máquinas marca Olivetti.
Estavam na redação, eu, o jornalista policial Luiz Octávio Monteiro,
barbaramente assassinado pela própria polícia, o Editor Geral Gabriel Andrade
e, ao fundo, como Editor Responsável pela primeira página, o jornalista Bianor
Garcia, um homem de estatura baixa, relativamente obeso e que chegou a ser
vereador na Câmara Municipal de Manaus, autor de fantásticas manchetes de
primeira página na época. Todas as manchetes de primeira página tinham que
passar por ele nessa época...”
Foi uma dos fundadores da Associação dos Cronistas e
Locutores Esportivos do Amazonas (ACLEA), juntamente com nomes consagrados como
Jayme Rebelo, Belmiro Vianez, João Bosco de Ramos de Lima e Djalma Dutra.
Em 1956, por sua iniciativa, o “O Jornal” e “Diário da
Tarde”, criaram o Festival Folclórico de Manaus, tendo início oficialmente em
21 de Junho de 1957, no Campo do Quartel do 27 Batalhão de Caçadores do
Exército, conhecido como Estádio General Osório.
Com o apoio da família Archer Pinto e, tendo como
madrinha a Sra. Maria de Lourdes Archer Pinto, sob a coordenação do Bianor Garcia, teve início o festival folclórico, onde aproveitaram o evento para
homenagear a visita a Manaus do Craveiro Lopes, Presidente de Portugal.
Este festival permanece até hoje na mente dos manauaras
pois reunia uma grande quantidade e variedade de danças folclóricas dos bairros
de Manaus e, o nome do Bianor Garcia sempre é lembrado como o seu criador.
Nos primeiros anos apresentavam ao público as
seguintes agremiações:Bois e Garrotes: Bumbás Corre Campo, Tira Prosa, Rica
Prenda, Teimosinho, Diamante Negro, Campineiro, Brinquedinho, Pai do Campo,
Malhado, Tira Teima, Garantido de Manaus, Mina de Ouro, Vencedor, Flor do
Campo, Curinga, Luz de Guerra – Tribos: Andirás, Manau e Maués – Quadrilhas:
Primo do Cangaceiro, Brotinhos de São Francisco, Caipira na Roça, São João na
Roça, Brasília na Roça - Danças Regionais: Caninha Verde e Amazonense, Pássaro
Currupião, o Cacetinho da Escola Técnica e a Ciranda do Ruy Araújo.
Aventurou-se na política e, foi eleito o segundo mais
votado para vereador, com 4.706 votos, perdendo apenas para a Otalina Aleixo
que alcançou 6.800 votos, ela exerceu a vereança no período de 1984 a 1988.
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