Possuo
um grupo de amigos que, deixam o aconchego dos seus lares, em pleno dia de
Natal, para se dedicarem a filantropia, levando carinho e presentinhos para as
criancinhas carentes das comunidades rurais do Ramal do Pau Rosa, no quilômetro
21 da BR-174.
Este ano, houve um desencontro entre os seus membros, perdemos o contato com o Marcelo (Contador da Petrobrás), Rony Codó e esposa (empresários) e Celeste (funcionária da SEFAZ), pois são dezoitos comunidades que fazem parte de um assentamento administrado pela Prefeitura de Manaus e pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária – acredito que alguns foram para lados opostos (o sinal do celular não funciona naquele lugar).
O
meu grupo era formado pela Socorro Papoula (militante do PT e Presidente da
Federação de Teatro do Amazonas), Eridan Baiana (Secretária da Associação dos
Pecuaristas do Amazonas), Rochinha (bloqueiro e, nada mais) e Jersey Nazareno
(Jornalista e funcionário público municipal), este último desistiu na última
hora, pois iria cobrir o espetáculo de natal “Glorioso” no entorno do Teatro
Amazonas.
Devido
aos excessos da véspera de Natal, houve um atraso na saída do grupo e, como o
café da manhã foi servido quase próximo ao almoço, resolvemos embalar e levar o
famoso “RO – restos de ontem: peru, arroz, maionese, farofa e a macarronada”,
para serem devoradas no meio da tarde em plena selva amazônica.
Os
brinquedos e roupinhas das crianças foram adquiridos pela Socorro Papoula e,
apesar de todo o sacrifício e dificuldades em adquiri-los, em compensação, ela transbordava
felicidade em ver o sorriso de alegria quando os baixinhos recebiam os seus
presentinhos.
Começamos
a fazer a distribuição desde a entrada do ramal - percorremos quatorze
quilômetros de estrada, parando nas casas mais humildes para fazer a entrega
dos presentes – a alegria era geral, meninos, meninas, jovens, adultos e velhos,
todos ficavam felizes com a nossa chegada.
O
nosso almoço foi na Comunidade Boa Sorte, na casa do Vilson, um agricultor que
trabalha com a plantação de verduras e açaí (vende toda a produção nas
quintas-feiras na Feira do Produtor da SEPROR) – ele e a sua esposa são os
lideres da comunidade, em decorre disso, deixamos uma caixa com brinquedos,
bolas de plástico e roupinhas para eles distribuírem para as crianças.
Conversamos
com alguns líderes comunitários, com menção especial a Dona Rosa e Dica - não deu para visitarmos o Perivaldo e o casal
Voinho & Voinha, pois a estrada de acesso estava muito ruim.
A
grande maioria das comunidades sofre com o acesso, pois os ramais são de barro
batido, com muitos buracos e costelas, dificultando enormemente a passagem dos
veículos e, impossibilitando parcialmente quando na época de chuvas.
O
que mais entristece os comunitários é o fato do governo federal ter doado
vários tratores, amassadeiras, pás mecânicas e caçambas para a Prefeitura de
Manaus (SEMPAB), bem como, para a Secretaria Estadual de Produção Rural
(SEPROR) fazerem a manutenção desses ramais, mas, por faltar vontade política
(bom senso), esses equipamentos estão enferrujando e não são utilizados – pura
incompetência e falta de vergonha na cara!
Voltamos
quando já estava anoitecendo, tudo correu bem, graças ao nosso bondoso Deus - levamos de volta o sentimento do dever cumprido
e, deixamos para trás muita felicidade nos corações das crianças carentes das
comunidades rurais. É isso ai.
Fografias: Eridan Baiana e J Martins Rocha
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