domingo, 29 de julho de 2012

FEIJOADA NA CASA DO TRABALHADOR


Os meus amigos Ademir Ramos e Paulo Onofre, coordenadores do “Projeto Jaraqui” (um movimento popular, realizado todos os sábados na Rotunda, da Praça da Polícia, que tem como bandeira a “Limpeza Ética na Política”), resolveram fazer uma feijoada, com a finalidade de arrecadar fundos para cobrir as despesas com o referido projeto.


O local escolhido foi a “Casa do Trabalhador do Amazonas (CTA)”, situado na Rua Marcílio Dias, 256, centro antigo de Manaus, uma instituição que tem como lema a “Paz, Trabalho, Pão e Liberdade”.

Foi tudo do bom e do melhor, pois a feijoada estava supimpa, sendo elogiada por todos os participantes, além da música da melhor qualidade do Lúcio Bahia & Amigos (Sacy da Pareca, Sandro e Giba) – todos estavam alegres e descontraídos, com muitas pessoas se reencontrando e, lembrando-se dos velhos tempos da ditadura, onde se reuniam naquele casarão antigo, para lutar contra aquele regime autoritário.

Tive a oportunidade de conversar com o Senhor José Ferreira Lima, um trabalhador que fez história naquele lugar, pois foram cinquenta anos trabalhando na CTA, sendo presidente por diversas vezes, chegando até a se aposentar na condição de Juiz Classista – o seu nome aparece numa placa de metal, datada de 1987 (o ano da reconstrução daquela sede), ele mora, atualmente, em Porto Velho e, veio a Manaus, somente para colaborar com as novas eleições que acontecerá em Agosto vindouro. 

Ouvimos atentamente os discursos descontraídos do Ademir Ramos (antropólogo e coordenador do Núcleo de Cultura Política do Amazonas), Luiz Castro (Deputado Estadual pelo PPS) e do Abel Alves (presidente do PSOL em Tefé).

Ficou acertado entre todos que, haverá feijoada três vezes ao mês, bem como, será feita, na próxima piracema, o primeiro “Festival do Jaraqui Frito de Manaus” e a instituição da “Banda do Jaraqui”, nos moldes da Banda da Bica (somente com marchinhas de carnaval).

O que mais me chamou a atenção foi o estado em que se encontra aquele casarão histórico - está abandonado pelo poder público, apesar dele fazer parte da história de luta da nossa classe trabalhadora, além de servir, atualmente, como abrigo para dezenas de sindicatos, federações, comissões e associações dos trabalhadores do nosso querido Estado do Amazonas.


No portão de ferro, na entrada principal, consta o ano de 1885, com as iniciais “J A F”, deve ter sido uma residência de algum barão da borracha – encontrei também uma placa de mármore, onde consta o seguinte: “1953 – 1954 – Escola de Alfabetização de Adultos Des. Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro – homenagem da Casa do Trabalhador” – este senhor é o saudoso avô do diplomata Arthur Virgílio Neto (candidato atual a prefeitura de Manaus).

Divulgarei, brevemente, as datas das próximas feijoadas – todos devem prestigiar este evento, pois além de ajudar ao “Projeto Jaraqui”, o povo de Manaus irá conhecer uma pouco mais sobre a “Casa do Trabalhador do Amazonas” e, lutar pela sua revitalização. É isso ai.  

Fotografias: J Martins Rocha
1. Feijoada na Casa do Trabalhador;
2. Giba, Sandro, Bahia e Sacy;
3. Amercir Souza, José Lima, Ademir Ramos e Assis Pinto;
4. Portão da Casa do Trabalhador.

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