O
Isaac Benayon Sabbá nasceu na cidade de Cametá, no Estado do Pará, no dia 12 de fevereiro de 1907,
falecendo em Manaus, em 22 de março de 1996 – foi um judeu serfatitas (francês) de
família humilde que se tornou um empresário
visionário e multimilionário na Amazônia e, apesar de todo o capital acumulado foi uma pessoa
simples, muito família, um humanista e benemérito.
Em
suas empresas de beneficiamento de produtos regionais absorviam uma grande mão de obra de mulheres
operárias, dando-lhes todas as garantias trabalhistas, fornecendo refeitórios
dignos, consultórios médicos e odontológicos de alta qualidade, excelentes residências
para os operários, segurança e bem-estar aos trabalhadores, som ambiente no
chão de fábrica e salário digno –
coisas muito raras naquela época.
Na
inauguração da Refinaria Isaac Sabbá, declarou à imprensa: “Proporcionamos também a
valorização do homem da região amazônica, dando-lhes oportunidade de trabalho
especializado e remunerado, e sentimo-nos envaidecidos em dizer que esta
Refinaria está operando com 90% de técnicos e operários da região”.
Foi
Presidente da Associação Comercial do Amazonas – ACA, em 1957, na oportunidade convidou os
industriais e comerciais, além do Deputado Federal Pereira da Silva
(Pereirinha) para debates sobre a Zona Franca de Manaus, possibilitando a
regulamentação – hoje, o Pólo Industrial da Zona Franca de Manaus e o Comércio são responsáveis
por empregar mais de vinte por cento de toda a população e Manaus, graças ao
Isaac Sabbá.
Em
1961 recebeu o Título de Cidadão do Amazonas, pela Assembleia Legislativa do Amazonas.
Todos
os seus empreendimentos eram guiados por princípios éticos, o sentimento de
solidariedade e à consciência de cidadania, frutos da ação daquele homem de hábitos simples e de semblante
tranquilo.
Tomou
posição de vanguarda na contribuição do
setor privado à solução de questões de interesse público relevante:
Ø* Cedia máquinas e equipamentos da
Refinaria (tratores, guindastes e outros equipamentos) às instituições pública,
para colaborar nos serviços de abertura,
asfaltamento e manutenção de ruas da cidade de Manaus;
Ø* Contribuiu na construção da
Companhia de Eletricidade de Manaus, no Plano Inclinado;
Ø * Ajudava, financeiramente, a CEM
para pagamento das folhas de salários dos funcionários, além de atender a
liquidação dos compromissos dos seus fornecedores;
Ø * Foi o maior contribuinte para a
construção da Sinagoga de Manaus;
Ø * Fundador a acionista do Banco do
Estado do Amazonas – BEA, ajudando financeiramente nas horas de aperto;
Ø* Ajudava, financeiramente, os grandes empresários e pessoas humildes, indistintamente.
Segundo o filho primogênito, o saudoso Moisés Gonçalves Sabbá:
“ "Meu pai tinha hábitos muitos saudáveis: ao acordar, ele fazia ginástica e caminhada, tomava banho e vestia um terno branco, descia a Avenida Eduardo Ribeiro dirigindo o seu carro até o escritório ali na Rua Guilherme Moreira, 235, ficava até uma e meia da tarde, ia para casa e deitava numa rede, ficava se embalando e ouvindo música. Depois do almoço fazia caminhadas pela nossa casa, quando dava às quatro horas da tarde voltava para o escritório e ficava até as oito da noite. A noite ia para o Ideal Clube, sentava a porta do clube e começava a ouvir as pessoas e tomava um café com o porteiro.”
Já com a idade avançada continuava um homem otimista e bem humorado, com uma mente de um jovem, no entanto, muitos dos seus amigos e admiradores, na medida em que não podiam mais dele obter favores e benesses, foram deixando de visitá-lo e, assim, ele foi-se isolando no seu gabinete de trabalho.
Em sua homenagem existe a Escola Estadual Isaac Benayon Sabbá, no bairro de São Jorge, a Ponte Isaac Sabbá, na Rua Leonardo Malcher e a FIEAM lançou um livro em sua homenagem.
Esta postagem foi motivada por dois motivos: pelas qualidades deste homem benemérito que ficou para a história da Amazônia e, em particular, da nossa cidade Manaus e, como forma de agradecimento pessoal, pois na minha adolescência, ele abria as portas de sua mansão situada na Rua Monsenhor Coutinho (atrás do Ideal Clube) para receber além dos homens poderosos de nossa cidade, as crianças pobres para lancharem em sua residência, incluindo este escriba aqui e toda a molecada da Rua Tapajós e seu entorno.
É isso ai.
Fontes: Livros "Isaac Sabá", da Etelvina Garcia e "História e Memórias", de Elias e David Salgado.