sexta-feira, 18 de junho de 2021

ISAAC BEN (EMÉRITO) SABBÁ.

 

O Isaac Benayon Sabbá nasceu na cidade de Cametá, no Estado do Pará,  no dia 12 de fevereiro de 1907, falecendo em Manaus, em 22 de março de 1996 – foi um judeu serfatitas (francês) de família humilde que se tornou  um empresário visionário e multimilionário na Amazônia e, apesar de todo o capital acumulado foi uma pessoa simples, muito família, um humanista  e benemérito.

Em suas empresas de beneficiamento de produtos regionais absorviam uma grande mão de obra de mulheres operárias, dando-lhes todas as garantias trabalhistas, fornecendo refeitórios dignos, consultórios médicos e odontológicos de alta qualidade, excelentes residências para os operários, segurança e bem-estar aos trabalhadores, som ambiente no chão de fábrica e salário digno – coisas muito raras naquela época.

Na inauguração da Refinaria Isaac Sabbá, declarou à imprensa: “Proporcionamos também a valorização do homem da região amazônica, dando-lhes oportunidade de trabalho especializado e remunerado, e sentimo-nos envaidecidos em dizer que esta Refinaria está operando com 90% de técnicos e operários da região”.

Foi Presidente da Associação Comercial do Amazonas – ACA, em 1957, na oportunidade convidou os industriais e comerciais, além do Deputado Federal Pereira da Silva (Pereirinha) para debates sobre a Zona Franca de Manaus, possibilitando a regulamentação – hoje, o Pólo Industrial da Zona Franca de Manaus e o Comércio são responsáveis por empregar mais de vinte por cento      de toda a população e Manaus, graças ao Isaac Sabbá.

Em 1961 recebeu o Título de Cidadão do Amazonas, pela Assembleia Legislativa do Amazonas.

Todos os seus empreendimentos eram guiados por princípios éticos, o sentimento de solidariedade e à consciência de cidadania, frutos da ação daquele homem de hábitos simples e de semblante tranquilo.

Tomou posição de vanguarda  na contribuição do setor privado à solução de questões de interesse público relevante:

ØCedia máquinas e equipamentos da Refinaria (tratores, guindastes e outros equipamentos) às instituições pública, para colaborar  nos serviços de abertura, asfaltamento e manutenção de ruas da cidade de Manaus;

ØContribuiu na construção da Companhia de Eletricidade de Manaus, no Plano Inclinado;

Ø * Ajudava, financeiramente, a CEM para pagamento das folhas de salários dos funcionários, além de atender a liquidação dos compromissos dos seus fornecedores;

Ø * Foi o maior contribuinte para a construção da Sinagoga de Manaus;

Ø * Fundador a acionista do Banco do Estado do Amazonas – BEA, ajudando financeiramente nas horas de aperto;

ØAjudava, financeiramente, os grandes empresários e pessoas humildes, indistintamente. 

     Segundo o filho primogênito, o saudoso Moisés Gonçalves Sabbá: 

“  "Meu pai tinha hábitos muitos saudáveis: ao acordar, ele fazia ginástica e caminhada, tomava banho e vestia um terno branco, descia a Avenida Eduardo Ribeiro dirigindo o seu carro até o escritório ali na Rua Guilherme Moreira, 235, ficava até uma e meia da tarde, ia para casa e deitava numa rede, ficava se embalando e ouvindo música. Depois do almoço fazia caminhadas pela nossa casa, quando dava às quatro horas da tarde voltava para o escritório e ficava até as oito da noite. A noite ia para o Ideal Clube, sentava a porta  do clube e começava a ouvir as pessoas e tomava um café com o porteiro.”                                       

Já com a idade avançada continuava um homem otimista e bem humorado,         com uma mente de um jovem, no entanto, muitos dos seus amigos e admiradores, na medida em que não podiam mais dele obter favores e benesses, foram deixando de visitá-lo e, assim, ele foi-se isolando no seu gabinete de trabalho.

Em sua homenagem existe a Escola Estadual Isaac Benayon Sabbá, no bairro  de São Jorge, a Ponte Isaac Sabbá, na Rua Leonardo Malcher e a FIEAM lançou um livro em sua homenagem.

Esta postagem foi motivada por dois motivos: pelas qualidades deste homem benemérito que ficou para a história da Amazônia e, em particular, da nossa cidade Manaus e, como forma de agradecimento pessoal, pois na minha adolescência, ele abria as portas de sua mansão situada na Rua Monsenhor Coutinho (atrás do Ideal Clube) para receber além dos homens poderosos de nossa cidade, as crianças pobres para lancharem em sua residência, incluindo este escriba aqui e toda a molecada da Rua Tapajós e seu entorno.

É isso ai.

Fontes: Livros "Isaac Sabá", da Etelvina Garcia e "História e Memórias", de Elias e David Salgado.