Peladeiros são as pessoas
que participam de peladas, um jogo de futebol sem técnica e de forma amadora.
Por outro lado, a várzea é um terreno plano e cultivável que fica junto aos
rios da Amazônia. Manaus é a nossa cidade, onde desde os bairros de
Puraqueaquara ao Tarumã sofrem em suas margens a influência das cheias e
vazantes do Rio Negro, permitindo aos peladeiros jogarem bola somente seis
meses nas várzeas.
Na minha infância, morei
no Igarapé de Manaus, local onde eu tive a oportunidade de praticar este
esporte. Ainda na vazante, o leito da margem do rio se convertia num grande campo
de futebol onde os moradores de baixo e de cima esqueciam suas diferenças e
disputavam memoráveis partidas de futebol, claro, com a primazia dos “donos” da
área, que servia também para um sem número de outras brincadeiras de crianças e
adultos.
Eu era um tremendo perna de pau, sempre
escalado para ficar no gol. Quando era o dono da bola, escalava o time, gostava
da banheira, o negócio era receber a bola, chutar e correr para o abraço.
Ao caminhar pela Orla da Glória, deparei-me com
este campinho de futebol na várzea daquele bairro, o que fez-me lembrar dos
tempos bons quando era criança.
O Rio Negro já começou a sua vazante. Na
fotografia aparecem as duas traves e o campinho coberto d´água e com um bonito
verde da mãe natureza.
Daqui uns dois meses os peladeiros da várzea da
Glória poderão voltar a jogar o seu futebol por uns seis meses até o rio
começar a encher novamente.
Com a implantação do programa social e
ambiental dos igarapés de Manaus, a maioria das casas foram retiradas das várzeas,
com a construção de blocos de apartamentos e áreas de lazer, com parques e
quadras de esportes.
Apesar de todo o progresso e reurbanização
desses lugares, o gostoso mesmo é jogar uma pelada de futebol na várzea, como ainda
fazem alguns ribeirinhos da nossa cidade.
É isso ai.
Foto: José Rocha
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