Em homenagem ao
aniversário da cidade de Manaus, a Prefeitura Municipal elaborou uma vasta
programação, misturando teatro, gastronomia, apresentação musical e museu, tudo
junto no centro histórico, no entorno do Paço da Liberdade.
A cidade de Manaus está
com completando 347 anos de fundação e, nada mais justo para homenageá-la, fazer
uma variadíssima programação no local onde iniciou o seu povoamento.
Os nossos colonizadores
resolveram construir um fortim para proteger esse torrão da iminente invasão
por parte dos franceses e ingleses – o local escolhido foi na margem esquerda
do Rio Negro, ficou conhecido como Forte de São José do Rio Negro (destruído),
nascendo ao seu redor a cidade de Manaus.
O Paço da Liberdade foi
construído no século dezenove, para abrigar a sede do governo provincial,
depois, passou para o município e, atualmente, virou o Museu da Cidade de
Manaus.
Esse museu fica na Praça
D. Pedro II, conhecida antigamente, como Praça do Pelourinho, onde escravos e
malfeitores pegavam chicotadas em público - na “belle époque” tornou-se uma das
belas da cidade – passou décadas esquecida, maltratada e abandonada, sendo
frequentada por viciados em drogas e prostitutas.
Com a revitalização de
parte do centro histórico, a praça, o museu e seu entorno estão voltando ao seu
esplendor, onde acontecem eventos culturais e as famílias e os turistas
voltaram a frequentar o local.
Estive, ontem, ao evento
para participar da festa de aniversário da minha cidade –onde permaneci das
três horas da tarde até a virada do dia seguinte.
Inicialmente, fiz um
passeio por todas as ruas do entorno, passando pelas primeiras casas
construídas em Manaus, na Rua Bernardo Ramos – lamentavelmente, os dois últimos
prefeitos não tiveram a coragem de terminar a obra de recuperação.
Outro ponto que me deixou
triste, foi ver o Museu do Porto
fechado – o governo federal e o estadual entregaram o Porto de Manaus (Roadway) a família Di Carli (estão promovendo a destruição gradual daquele patrimônio
histórico), para ter uma ideia, eles destruíram um quarteirão inteiro de casas
antigas (local da construção do Forte), as autoridades (in) competentes nada
fizeram para impedir esse crime – o museu está fechada faz anos, sendo aniquilado
lentamente (pela ação da intempérie e falta de manutenção).
O Cabaré Chinelo fica no entorno da praça onde acontece o evento –
foi um hotel de luxo na época do boom da borracha, chamava-se Hotel Cassina (sobrenome do dono) – com
a falência, passou a qualidade de cabaré de quinta categoria, sendo destruído
aos poucos, restando apenas a fachada – pode voltar a brilhar, tudo depende da
decisão firme de um prefeito que ame de verdade essa cidade.
Voltando ao Passo a Paço:
O Paço da Liberdade é a estrela principal, com iluminação cênica atraindo
todos os olhares para ele – passei a maior parte do tempo sentado em sua frente
(escadaria de pedras de Lioz), olhando para tudo e todos.
Encontrei dezenas de
amigos manauaras, aliás, o local estava uma maravilha, com a participação
maciça das famílias, jovens, idosos e turistas – tive a alegria em rever a
moradora mais antiga da Rua Frei José dos
Inocentes, a Dona Nazinha, com os
seus bem vividos noventa e sete anos de idade – ela foi a primeira baiana da Escola de Samba Aparecida.
Tudo limpo, organizado,
bonito, com as pessoas sorrindo e sentindo-se felizes – alguns amigos
lamentavam não ter no local uma programação cultural todos os domingos.
Tinha uma fila enorme para
pegar uma senha para assistir a talentosa atriz Fernando Montenegro, no Les Artistes
Café Teatro – ela fez uma leitura dramática do texto “Nelson Rodrigues por
ele mesmo”.
Encontrei dezenas de
barracas dos chefs de Manaus (o chef Olivier Anquier foi o convidado
nacional) e de estudantes de gastronomia de faculdades particulares, além de
muitos FoodsTrucks e FoodBikes – com preços na média de
quinze reis o “sandubão”.
São três palcos: Coreto (Praça D. Pedro II), Palco da Música
(Rua Vivaldo Lima) e Sete de Setembro (esquina com a Avenida Eduardo Ribeiro)
– fiquei no primeiro, assisti a apresentação do Nunes (chorinho), cantor e compositor Pereira, banda Casa de Caba
e a estrelíssima Kátia Maria.
Fui a assistir o show do “Seu Jorge”, no Palco Sete de Setembro – o som estava péssimo e fiquei muito longe
do palco – achei insossa a sua apresentação – nem Carolina, Burquesinha e Mina do Apartamento empolgou a galera – os
jovens estavam mesmo era na paquera geral.
Para finalizar, houve um
show pirotécnico a meia-noite – maravilha – hora de voltar, pois hoje tem mais Passo a Paço.
Fotos:
Portadozacarias (Paço da Liberdade)
José Rocha
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