terça-feira, 13 de agosto de 2013

A NOSSA PRAIA DA PONTA NEGRA

Domingo, 11 de Agosto de 2013, comemoração do “Dia dos Pais”, nada melhor do que passear no calçadão da praia com os filhos e netos – num dado momento voltei ao passado, entrei no túnel do tempo e, parei em meados da década de 1960 – estava ali com o meu pai - ele papeando com os amigos e detonando uns “gorós” e, eu um curumim, correndo e pulando dentro da água gostosa do Rio Negro – era tudo de bom.

Depois de muita onda (ou marola) na praia, íamos “forrar o bucho” no restaurante de palha que pertencia ao Senhor Milton, um negão que mandava e desmandava na praia, botava moral em que se atrevesse a vender bebidas ou qualquer tipo de alimentos, ele reinava absoluto (se achava o dono praia, pode!) – era brabo, mas, era amigo do papai e, nos tratava muito bem e servia um jaraqui com baião de dois da melhor qualidade.



Ao completar dezoito anos, comecei a frequentar a praia, sozinho ou em companhia dos meus amigos – a onda era botar pra cima da mulherada, jogar voleibol e pelada, tocar violão, cantar e tomar uma batida de “Leite de Tigre” ou o manjado “Cuba Libre”.

Passar o réveillon na praia era obrigatório para a rapaziada, eu não perdia um – ficava amanhecido, saindo de lá apenas quando o Sol estava a pino – voltava para casa todo sujo, com arreia até na tampa, ressaca braba e com aquela cara de anteontem – pelo menos nesse dia eu não levava bronca do meu velho, pois era ano novo, o dia da paz mundial e, ele, respeitava - bom pra mim, é claro!

Certa vez, logo ao chegar à praia, sai corrente em disparada e dei “salto mortal”, dei com a cabeça numa pedra submersa, abrindo um rombo no meu couro cabeludo – fui colocado dentro de um taxi, passei em casa, peguei grana e fui para o Pronto Socorro do Hospital de Santa Casa de Misericórdia, perdi a conta de quantos pontos eu levei – fiquei de molho por uns seis meses, depois, comecei tudo de novo! Eu, hein!

Tempo depois, comprei um fusca de placa ZD-1307, safra 1975, era “inteirão” e, tudo mudou a partir de então - foi muito onda, mano, pense! Ai se meu fusca falasse! A pedida era passar a noite na “Prainha” (no início da Praia da Ponta Negra) com as gatinhas tipo “Caboca Gasolina”.

Comecei a namorar para casar, todos os finais de semana estava na praia com a amada, numa dessas, avancei o sinal e, tive que casar as pressas, pois a mulher embuchou – acabou a moleza e as ondas na Praia de Ponta Negra! Sem chance!


Pois é, mano velho, o tempo passou rapidinho, acordei e voltei ao presente - o meu filho mais velho, o Alexandre já está com 32 anos, a Adriana com 31 e, nos Dias dos Pais, reunimos com os meus netos, o Victor, de três anos, a Duda, que vai fazer 4, no dia 7 de Setembro (Dia da Pátria), para curtirmos em novo estilo, as três gerações de manauaras, na nossa Praia da Ponta Negra! É isso ai.

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