terça-feira, 16 de outubro de 2012

AI QUE SAUDADES DO MEU FUSQUINHA


 Comecei a paquerar o meu fusca no ano de 1976, consegui casar em 1979 e, separei em 1989, foram 10 anos de uma bela convivência.

Trabalhei na empresa chamada “Importadora Souza Arnaud”, situada a Rua Marechal Deodoro, centro de Manaus - o fusquinha da minha paixão pertencia a minha colega de trabalho, a Conceição Kramer - era da safra de 75, depois, foi vendido para outro colega de trabalho, o contador José Antonio e, em 79 consegui comprá-lo, sendo uma parte à vista e outra financiada pelo Banco Safra, penei muito para pagar as prestações, por isso passei a chamá-lo de “Suado”.

A placa ZD-1307 serviu de inspiração para um vizinho ganhar uma vez a milhar no jogo do bicho. Foi uma década de grandes emoções a bordo do meu fusquinha – quando eu era solteiro fui dezenas de vezes para os lupanares “Saramandaia” e “Iracema”, se o deixasse no piloto automático, com certeza, iria direto para o bordel!

Trabalhava durante o dia e estuda a noite, serviu de condução para ir e vir da faculdade - namorei nos seus bancos – com ele fui de paletó e gravata para o meu casamento, na Igreja de São Sebastião e, na beca para a minha formatura, no Teatro Amazonas – levava, também, em sua companhia, os meus filhos para passearem nos finais de semana e tomarem banho no Tarumanzinho e na Ponte da Bolívia.

Na vida real de marido e mulher, as dificuldades financeiras atrapalham o relacionamento do casal; e o meu com o fusquinha foi inegavelmente afetado, não podia mais cuidar da sua aparência física e dos seus órgãos vitais - o motor e a caixa de marcha – fui obrigado a vendê-lo para o meu compadre Acácio, que o recuperou totalmente, trocaram até o numero da placa, em decorrência da inclusão de mais uma letra na sua composição; depois vendeu para um sujeito desconhecido e sumiu da minha vista.

Não sei se ainda roda ou se foi parar no cemitério dos carros, qualquer um dia desses irei contratar um detetive para desvendar o seu paradeiro.

Certa vez, fiquei muito emocionado, com o reencontro do Fusca JWJ-7694 com o seu primeiro amor, o médico Rogelio Casado, no Largo de São Sebastião, fiz até uma filmagem “uma curta” de 1 minuto.

Estou com muitas saudades do meu fusquinha! Quem sabe num belo dia, ainda poderemos reatar o nosso casamento e curtirmos juntos a nossa aposentadoria, dando umas voltas pela nossa Manaus Antiga, estacionado uma vez e outra no Bar do Armando, para tomar uma cerveja, saborear um pernil e ouvir uma boa música, por sinal, outro apaixonado pelo seu Fusca azul celestial – o portuga partiu para o andar de cima, mas, deixou para os netos o seu fusca.

Aliás, o meu amigo José Ribamar Mitoso já comprou um fusquinha, a Socorro Papoula já encomentou o dela, falta apenas encontrar o meu - ai que saudades do meu fusquinha! É isso ai.

2 comentários:

Anônimo disse...

O primeiro carro é como o primeiro amor: a gente não esquce...

Ellza Souza disse...

Encontrou o seu fusquinha pois estou vendendo o meu porque deixei de dirigir. Ano 78 e bacaninha como qualquer fusquinha. Amo meu fusca mas dirigir nem pensar. Qualquer carro. VENDO. email-ellzasouza@yahoo.com.br