quarta-feira, 10 de setembro de 2025

HISTÓRIA DA RÁDIO RIO MAR

 Por José Rocha

Em 15 de Novembro de 1954 foi inaugurada às 17 horas, por seus proprietários, o comerciante Charles Hamú e os irmãos Aguinaldo e Aluysio Archer Pinto (proprietários do Jornal da Tarde), recebendo as bênçãos do padre Agostinho Caballero Martin. A Rádio Rio Mar foi a primeira estação de Onda Média (AM) do Amazonas, pois tinha a intenção de ser uma rádio moderna no cenário radiofônico do Amazonas. As outras duas já existentes – Rádio Baré e Difusora operavam em “Onda Tropical”

A emissora operava na frequência de 990 kHz, com potência de 1,0 kW.  Depois, a frequência original foi modificada para 1.440 kHz.

No início, a emissora estava instalada no 8º andar do antigo edifício IAPTEC – hoje INSS – situado na praça D. Pedro II. Em 1958, foi transferida para a Avenida Epaminondas, 555 – ano em que foi inaugurada a estação de “Onda Curta”, que operava na frequência de 9.695 kHz, faixa dos 31 metros, cujo prefixo original era ZYB-22.

Primeiros Locutores: Djalma Dutra, Wilma Pinheiro e Edson Paiva. Operador de Som: Carlos Zamith de Oliveira.
Primeiro Programa de Esportes: Foi ao ar no dia 9 de março de 1955, comandado por Luiz Verçosa e Denis Menezes, tendo este último se transferido para o Rio de Janeiro, onde atuou com destaque em algumas emissoras cariocas.


Primeiro Diretor Artístico: Foi o radialista e teatrólogo Alfredo Fernandes, que mais tarde foi substituído por Erasmo Linhares, o qual permaneceu na Rádio por mais de 40 anos; desde a inauguração da emissora até o seu falecimento.

Em 1960, seu estúdio passou para um prédio próprio que funcionava na Rua Jerônimo Ribeiro, bairro de São Raimundo, atrás do estádio da Colina.

Aquisição pela Arquidiocese de Manaus: Em 1961, o então Arcebispo Metropolitano de Manaus, Dom João de Souza Lima, sentindo a necessidade de utilização do rádio como veículo de apoio às ações pastorais em razão das dimensões territoriais da Arquidiocese e das peculiaridades geográficas da região, adquiriu a concessão e as instalações físicas da emissora, que na época o controle da sociedade pertencia ao Charles Hamú, Gilberto Mestrinho e Plínio Coelho. Adotou o slogan: “Divertindo, Informando e Educando”

Daí em diante, Dom João de Souza Lima e os padres Tiago de Souza Braz e Onias Bento da Silva assumiram a emissora. A administração da emissora foi confiada ao Pe. Tiago que durante 35 anos permaneceu à frente da instituição, sucessivamente mantido por Dom João, Dom Milton, Dom Arcângelo, Dom Clóvis e Dom Luiz – Arcebispos da Arquidiocese de Manaus ao longo dos anos.

Com o crescimento, as instalações situadas no bairro de São Raimundo tornaram-se impróprias para atender a todos os serviços que a emissora absorveu, sobretudo pelo aumento de seu quadro de pessoal, decorrente da reorganização dos departamentos de Radio jornalismo e de Esportes, além da criação de um “cast” de cantores e instrumentalistas. Diante desse quadro, Pe. Tiago, com apoio de Dom João, optou por um novo desafio: construir uma nova sede no centro da cidade.

Em 1967, com recursos do Banco da Amazônia S.A., foram iniciadas as obras do atual Edifício Rio Mar, localizado na Rua José Clemente, 500, ao lado do Teatro Amazonas, para onde finalmente, foram transferidos os estúdios e a administração da emissora.

Sua programação contemplava programas de todos os gêneros, do esporte ao religioso. Mantém ainda hoje programas como "O correspondente do Interior”, programas de avisos, que serve como único meio de comunicação entre a capital e várias localidades da região. A emissora sofreu grandes perdas, com a morte do colunista Little Box, que durante anos comandou o programa “Night and Day”, a única coluna social feita no rádio. O programa existia há mais de 30 anos. O programa “Mundo dos Clássicos” permaneceu durante o período de 1957 até abril de 2005, somando 47 anos e nunca deixou de ser apresentado por seu criador, o falecido, Eng.º. Nelson Porto.

Com o crescimento desordenado de Manaus e o consequente aparecimento de novos bairros, a direção da emissora sentiu a necessidade de ampliar seu alcance. Por isso, em 1982 conseguiu junto ao Ministério das Comunicações, autorização para aumentar a potência da estação de onda média de 1,0 para 5,0 kW, o que implicou a compra de um novo transmissor e a expansão de sua abrangência e, desde 1982 começou a operar na frequência em 1.290 kHz.

Em 1989, uma nova faixa de onda curta foi adquirida: 49 metros, frequência de 6.160 kHz e mais 10 kW de potência no som da Rio Mar. Dessa forma, a emissora ampliou sua audiência pois passou a cobrir todos os municípios do Amazonas.

A Rádio Rio Mar carrega em sua bagagem uma rica história que marcou a vida do povo amazonense, principalmente no período em que eram poucos os meios de comunicação. A emissora é considerada a Escola do Rádio, pois inúmeros profissionais de comunicação iniciaram suas atividades na Rádio Rio Mar.

A Rádio Rio Mar passou a ser sintonizada nas seguintes frequências:

AM – amplitude modulada – frequência de 1.290 kHz

OC – ondas curtas – faixa de 31 metros – frequência de 9.695 kHz

OC – ondas curtas – faixa de 49 metros – frequência de 6.160 kHz

A emissora funcionava 18h todos os dias da semana. Para a direção da empresa, o ouvinte da Rio Mar deveria encontrar na única rádio da Arquidiocese de Manaus, o elo de ligação entre a Igreja Católica e a transformação da sociedade. Um ponto de encontro entre os serviços pastorais e as comunidades, numa dimensão transformadora e ética.

Em 1997 Pe. Tiago faleceu e a Arquidiocese nomeou para a direção da emissora, o Pe. Martin James Laumann.

No dia 14 de novembro de 1998 foi criada a Fundação Rio Mar – uma entidade sem fins lucrativos com a missão de captar recursos para que a Arquidiocese de Manaus evangelizasse por meio dos instrumentos de comunicação social.

Além de tocar o trabalho junto com a Fundação, Pe. Martin buscou recursos via projetos com o intuito de fazer a Rio Mar se modernizar cada vez mais. Por suas mãos a emissora entrou na era da informática e os estúdios passaram por uma grande reforma. Foram doze anos de trabalho intenso à frente da Rádio Rio Mar.

No dia 24 de junho de 2009, na Igreja de São Sebastião, Pe. Charles Cunha da Silva foi nomeado por Dom Luiz Soares Vieira, Arcebispo Metropolitano de Manaus para assumir a direção da emissora, iniciando uma nova fase.

Em janeiro de 2010 foram criados dois novos setores na emissora: o Setor de Comunicação & Marketing e o Setor de Gestão de Pessoas, com o intuito de melhorar a gestão da emissora e organizar seus processos, visando o desenvolvimento da empresa.

Em novembro de 2016, uma nova fase surgiu e junto com ela, novos rumos! A Rádio Rio Mar foi autorizada a operar em FM pela frequência 103,5 MHz. No dia 16 de abril de 2017 entrou em caráter experimental.

Em 4 de junho de 2017 passou a veicular sua programação, onde é possível encontrar música, entretenimento, informação, esporte, orientação religiosa e atividades pastorais, sempre prezando pela valorização do ser humano, a defesa da vida e a construção da cidadania – seu diferencial no mercado.

Em 2017, por meio das mídias sociais, tem buscado interagir cada vez mais com seus ouvintes/usuários.

A emissora integra a Rede de Notícias da Amazônia (RNA), é afiliada à Rede Bandeirantes de Rádio e à Rede Católica de Rádio (RCR) e é associada à Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Amazonense de Emissoras de Rádio e Televisão (Amert) e ao Sindicato das Empresas de Radiodifusão do Estado do Amazonas (Sinderpam).

O tempo não para e a Rio Mar também não. Mudanças estão ocorrendo. Melhorar a qualidade das informações e dos serviços prestados é apenas um dos nossos objetivos. Queremos muito mais!

A Rio Mar quer estar onde o povo está. Por isso estamos visitando as comunidades, dando-lhes espaço, vez e voz para que possam falar de suas dores, clamores e esperanças.

Justiça, bem comum e sustentabilidade fazem parte da nossa pauta de cada dia. Por isso, mobilizamos as comunidades para o bem e socializamos a informação porque acreditamos na força do povo e lutamos por uma vida digna para todos.

A empresa preza pela excelência em sua prestação de serviços e sua equipe trabalha tendo como base o comprometimento e o profissionalismo, procurando manter sua credibilidade diante de seus ouvintes e clientes.

Em 2019, sob a presidência e as bênçãos de Dom Sergio Eduardo Castriani e a Superintendência de Pe. Charles Cunha da Silva, continuam a sua missão de divertir, informar e educar. E mais do que nunca, com o seu jeito de comunicar, reafirmando o seu compromisso com a vida.

Em 2021, após uma pandemia mundial, ano desafiador para todo os segmentos, e não foi diferente para a emissora. Com as bênçãos de Dom Leonardo Steiner e a Superintendência de Pe. Charles Cunha buscamos fortalecer nosso propósito de valorizar a vida.

No aniversário de 4 anos de FM, a Rio Mar cria uma nova tagline “A rádio que toca a vida da gente”, para nortear as atividades da emissora, e também foi

Em novembro, no dia 15, a emissora completou 67 anos, e presenteou aos ouvintes o seu novo jingle, que fortifica o seu propósito, para ser a companhia do povo amazonense, sempre com metas que nos aproximam ainda mais da sociedade, e rogando a Deus para atingi-las, em nossa missão de ser a Rádio que toca a vida da gente!

Sintonize a Rádio Rio Mar FM 103,5 MHz 24 horas por dia, todos os dias da semana. Diretoria atual:

Diretor Presidente:                       Dom Leonardo Steiner

Superintendente:                         Padre Charles Cunha

Diretor de Programação:               Anderson Santos
Diretora de Jornalismo:                 Gecilene Sales

Diretor Administrativo e Contador: Alberto da Silva

 

 O livro ‘Lembranças do futebol e da rádio amazonense’, do Nicolau Libório, ele lembra o pessoal do esporte da melhor fase da Rádio Rio Mar:

“Luiz Eduardo Lustosa de Oliveira, Mário Emiliano, José Augusto Roque da Cunha, Belmiro Vianez, Orlando Rebelo, Ruy Mário, Geraldo Viana, Jander Santos, Lauro Henrique Pinheiro, Ernesto Guerra, Francisco Puga, Flávio Seabra, Messias Sampaio, Ary Neto, Carlos Alberto Silva, José Rayol e José Menezes.”

Sobre o Ary Neto, escreveu o seguinte:

“Aristóphano Antony Neto, neto do presidente do Atlético Rio Negro, surgiu no rádio na metade dos anos 1960, nos bons tempos do futebol amazonense. Começou como repórter de campo, mas com o passar do tempo tomou gosto pela narração. Passou pela Rio Mar, Baré e Difusora, as principais emissoras de rádio da época em que o futebol amazonense entusiasmava os torcedores.”