terça-feira, 5 de maio de 2020

O MEU FILHO ALEXANDRE EMPREENDEDOR

Alexandre e Rocha
O meu filho mais velho, o Alexandre Soares, sempre foi um empreendedor e um otimista, isto está no DNA vindo dos seus avós e bisavôs cearenses, sempre criando, inovado e vendendo.
Quebra e levanta novamente, com toda a força e disposição do mundo. Nunca desiste. Está passado “na casca do alho”. Acostumado a provar do mel e do fel. Sempre sorrindo e levando a vida como levam as pessoas arrojadas.
Dizem que os nordestinos de tanto sofrerem, por passarem diversas provações e todas as agruras na vida (seca, fome etc.), tornaram-se os “judeus brasileiros”, nunca desistindo em alcançar o seu objetivo final.
São pessoas de muita fé, alegres, cantadores, contadores de causos, repentistas, negociadores, erram muitas vezes tentando acertar e outros adjetivos mais.
O meu filho é assim. Ainda bem. Muito diferente de mim. Carrego também no sangue o DNA do sertão, porém, pende mais para o de caboclo da Amazônia, por ser mais maneiro, quieto, devagar quase parando, observador e desconfiado. Vez e outra a parte nordestina ronda a minha cabeça, quando mudo da água para o vinho.

No dia do seu primeiro aniversário foi operado às pressas. Fomos morar no bairro da Glória, depois, mudamos para o Conjunto dos Jornalistas. Ficou por lá até se casar.

Aos setes anos de idade, colocamos uma mochila nas costas e fomos de avião até Belém, seguimos de estrada até o Rio de Janeiro, onde passamos um tempão. Ele lembra até hoje dessa viagem.


Matriculei o moleque nos melhores colégios particulares de Manaus, ele não queria estudar, o negócio dele era ser empreendedor.


Na sua juventude, gostava de fazer pega, tocar e cantar pagode, andou em más companhias, me dando uma tremenda dor de cabeça.
Com quinze anos de idade já tinha um pequeno negócio de venda de peças de bicicletas. Com o tempo fez vários outros negócios. Trabalhou como vendedor em três empresas, era sempre o que mais vendia, pois papo tinha.
Foi um jovem de classe média que soube viver a vida, com muitos erros e acertos. Não quis estudar muito, dedicando grande parte de seu tempo para os negócios.
O tempo passou. Sempre empreendedor. Casou com uma excelente esposa, a Vanessa, teve um filho, o Victor Soares, uma criança inteligentíssima.
No início deste ano fez um investimento pesado. Alugou um local grande e estratégico, dento do Colégio Militar da Polícia Militar, no Campus da Nilton Lins. Junto com a sua esposa Vanessa, entraram com tudo no negócio, com recursos próprios e de terceiros (empréstimos).
A sua loja ficou uma das mais bonitas da Praça de Alimentação, com padrão Shopping. Tudo do bom e do melhor. Funcional. Bonito de se ver. Muito elogiado por todos.
Os cinco funcionários não estavam dando conta da clientela (alunos) nos horários de pico, além dos pais e mestres. Estava ganhando também os clientes que trabalhavam nos restaurantes, lojas e cursos que estão dentro do Campus.
Um mês depois, o governo do Estado mandou fechar o colégio, para barrar a proliferação do Covid-19. Sumiram os clientes. Os produtos perecíveis se estragaram e outros começaram a vencer. Funcionários desligados, contas se amontoando: aluguel, água, luz, empréstimos, cartão de crédito e outros.
Não é fácil, não! Quando o empreendedor já está estabelecido é outra coisa, será possível suportar por uma estação, mas para quem começou dois meses antes da pandemia a situação muda de feição.
O Alexandre e sua esposa Vanessa são evangélicos maneiros, respeitam os seus pais que são católicos. Não forçam a barra como muitos por ai, achando que todos devem se “converter” a sua religião para serem salvos do inferno. Muito pelo contrário, eles se dão muito bem com todos e respeitam a opção religiosa de cada um. Afinal, o nosso Deus é o mesmo!
Pois bem, por ser uma pessoa de muita fé está resignado. Fala que são os tempos do Senhor. Está esperando tudo isto passar e recomeçar das cinzas como a Fênix. Afinal, o Alexandre é um EMPREENDEDOR.
É isso

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