quinta-feira, 7 de maio de 2020

DANDO UM ROLÉ NO MERCADÃO NA ÉPOCA DE CORONAVIRÃO.

De tanto ouvir e assistir a mídia jogar diuturnamente o bordão “Fique Em Casa” ou em inglês como muitos gostam por ser mais chique a tal expressão “StayHome”, a minha mente começou a ficar trancada (lockdown = lock > trava e down > baixa, ou seja, fechar a trava da porta de casa para baixo, longe do mundo externo e ficar fechado dentro do gasulo, sendo utilizado este termo para o fechamento total de uma cidade ou prisão).
Sem sacanagem, mas tem gente que pensa que o Lockdown é um remédio para o corona viral!
A minha mente é traiçoeira e apesar dos apelos, resolvi fugir e explorar e respirar o mundo externo, saindo da bolha e indo dá um rolé na Feira da Banana e da Manaus Moderna, no Beiradão do Mercadão.
Desci a Avenida Getúlio Vargas, dobrei a Praça de Polícia, onde pude observar bloqueadas as Ruas do Calçadão do Centrão, com polícia em todo local.
Peguei a Rua Leovegildo Coelho, com a intenção de chegar rápido ao Mercadão. Lego engano, mano. Passei um engarrafamento infernal.
Ao chegar à esquina da Rua dos Andradas presenciei uma cena triste: um casal de venezuelanos sem máscaras, conversando alto, com o pai com um bebê que tinha uns dois meses no colo e bebendo uma latinha de cerveja. Coitado deste bebezinho. Se fôssemos um país sério o cara estaria preso na hora, podendo até perder a guarda do filho.
O meu netinho já está com um ano de idade, no entanto, faz dois meses que somente o vejo de longe do seu apartamento. Ele chora, pois no seu interior eu sou o seu pai e não entende porque fico tão longe apenas mandando beijos e abraços, sem aproximar-me dele. Interiormente choro também, uma forma de proteção. Não a mim por estar em final de carreira, mas a ele que tem pela frente um mundão.
Voltando ao rolé. Todas as ruas estavam travadas. Deu vontade de voltar, mas para onde e adonde? Tinham carros e pessoas por todos os lados, saindo pelo ladrão. Será que uma multidão resolveu ir direto ao Mercadão? Sei, não!
De repente, um transeunte, sem máscara, falou bem alto e em bom tom:
- Não tem jeito, não! O vírus corona vai pegar todos vocês! Não tem como fugir, não!
Aí gritei mais alto:
Vira essa boca para lá agorento, nojento!
Será que está com a razão este loucão? Sei, não!
A duras penas cheguei à Rua Miranda Leão, na esquina com a Igreja dos Remédios, quando travou geral. Peguei a esquerda e fui até a Avenida Lourenço Braga (na beira do rio).
Por sorte consegui entrar num imenso estacionamento público. Neste local fora conhecido como “Ilha de Monte Cristo”, onde já fiz uma postagem a respeito, irei republicar depois nosso blog.
Acho que muita gente estava com medo de ser decretado o fechamento total da cidade, apesar do esquivamento do juiz de direito de plantão. pois faltou comunicação.
Tinha muita gente saindo pelo ladrão! Meus Deus, onde fui amarrar o meu canoão, o Fiorinozão!
Entrei numa loja que vende produtos de qualidade, fui à procura de um óleo de girassol (a pedido de minha filha), o menor preço era de trinta e dois reais. Estou fora, mermão!
Em outra loja fui à busca de verduras, frutas e legumes. Tudo passado, murcho e caro. Lembrei-me dos supermercados, onde o caboco tem estacionamento, ar-condicionado, produtos selecionados e caro, sendo mais indicado comprar para quem possui bala na agulha.
Adentrei na parte de peixes com a intenção de comprar uma Pescada para o meu neto. Estava quinze reais uma pequena. Fui comprar queijo coalho, tinha que entrar na fila (em casa senti muito salgado e coalho). Na loja de alho tinha fila e caro duscaralho. Na farinha tinha fila ainda. Porrai vai.
Já tinha se arrependido mil vezes, quando um cara estava anunciando os Tucumãs:
- Olha o tucumã! Bom, bonito, barato e gostosão! Come o povo, o remediado e o rico de montão! Olha o tucumã! Olha o tucumã!
Deu uma olhada e fui no papo do camarada. Comprei duas dúzias. Em casa depois da assepsia sentei para degustar do meu manjar! O Tucu estava durão que nem o caralho de tesão!
Brincadeiras a parte, adoro o meu Mercadão, pois ali faz parte da minha vida geração.
Se a Coronavirão deixar, com certeza, irei dar ainda muitos rolés no meu Mercadão!
É isso ai.

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