sábado, 16 de novembro de 2013

AS FASES DE UM VEREADOR CORRUPTO


Primeira Fase - Pode ser um líder comunitário ou espiritual, sindicalista, apresentador de programas televisivos ou de rádio, médico, empresário, professor ou qualquer outra profissão ou atividade, desde que seja reconhecido e tenha o poder de convencimento, será, sem dúvida, um cara com potencial de candidato a candidato a vereança – a partir desse momento, fica comprometido com a sua gente, o seu curral eleitoral, seus clientes, seus pacientes, seus seguidores, o seu gado, o seu público, a sua comunidade, enfim, com todos aqueles que acreditam no seu taco e na sua lábia.

Segunda Fase – Consegue um padrinho político e, faz a sua filiação no partido de sua conveniência, geralmente, procura somente os partidos da situação (os donos dos cargos públicos, das obras e do dinheiro público), pois não é bobo para “dar murros em ponta de faca” em partidos que sempre estão na oposição (os que não possuem a chave do cofre e vivem de “pires na mão”) – nesta fase, fica comprometido com o padrinho e os caciques do partido político.

Terceira Fase – Participa de todas as reuniões e trabalha de graça; a família e os amigos não são mais prioridades, somente o partido e o poder é o foco principal. Faz amizade com todos os companheiros do partido, participa de eventos diversos, das rodadas de cervejas e Et cetera e tal – faz de tudo para ganhar a simpatia de todos e ganhar o voto na grande convenção, para ser indicado para disputar as eleições – nesta fase, está até  o “gogó” comprometido com todos os membros do seu partido.

Quarta Fase – Depois de registrado no TRE, não pode perder tempo, parte para angariar recursos para a sua campanha – amigos, parentes, colegas, vizinhos e “com o escambau a quatro”, ou seja, caso o homem ganhe, ele estárá comprometido com tudo e com todos, por que não dizer “até a alma”.

Quinta Fase – É o tudo ou nada, a hora de partir para cima do eleitor, abraçá-lo, beijá-lo, bater de porta em porta, tomar café no caneco, comer jaraqui com os pobres e bancar a feijoada, fingindo que foram os comunitários que pagaram a conta; ir ao cabeleireiro, esteticista, pedólogo, malhar na academia de madrugada, tudo para ficar em forma  e “bonito para a foto” – faz aparições na rádio e televisão, participa de comícios, distribui santinhos, distribui equipamentos de esportes, muletas, dentaduras, cadeiras de rodas; paga para fazerem “boca de urna”, transporte de eleitores e doa muita grana, enfim, tudo o que não é permitido pela lei, ele faz discretamente – neste momento está comprometido com todos os seus eleitores, inclusive com “os traíras”.

Sexta Fase – O homem foi eleito, hora de sumir do mapa, esquecer dos pobres eleitores e formar o seu gabinete – somente terão vez as pessoas do seu partido e da coligação; os conhecidos do seu padrinho político; parentes e aderentes; líderes das comunidades; dois ou três técnicos de nível superior e, ninguém mais.

Sétima Fase – Procura fazer parte das melhores e mais influentes comissões; caso seja um dos mais votados e tenha prestígio junto ao prefeito, o caminho está aberto para a presidência da câmara, neste caso, o sujeito vai administrar uma grande verba e, fazer o que o seu grande mestre mandar.

Oitava Fase – Dar o seu voto positivo a toda e qualquer matéria que vem do executivo, tudo “a toque de caixa” e, bate forte na oposição - se preciso for, vai às tapas com os colegas que insistem em falar que o prefeito e seu grupo são corruptos.

Nona Fase – É a fase da bonança, da vida boa, de desfrutar do bom e do melhor, o homem está “sentado em cima da carne seca”; faz viagens internacionais com a família; anda alinhado, com paletó de grife; contrata seguranças, passeia de carro importado, ostentando riquezas – foge de pobre como “o diabo da cruz".

Décima Fase – É à hora da reeleição, de tirar o paletó, arregaçar a manga da camisa e sair para a luta – volta para a quinta fase na maior “cara dura” – começa a mentir novamente, fala que fez e aconteceu, dando uma de humilde, a voz fica leve - às vezes chega a chorar para tocar “no coração” do pobre eleitor. É reeleito, hora de fugir novamente, tira férias no exterior, depois, recomeça a fase seis - a partir dai, vai ficar ligado nas próximas eleições para Deputado Estadual. 

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