Este é o Colégio mais tradicional de Manaus, está situado na Avenida Sete de Setembro, 1097, centro antigo. Aos cinco dias do mês de setembro do ano de 1886, no salão nobre, o presidente da Província, Dr. Ernesto Adolpho de Vasconcelos Chaves, inaugurou solenemente o novo colégio.
Antes de se instalar definitivamente neste local, passou por vários lugares, recebeu também diversas denominações – Lyceu Provincial, Gymnasio Amazonense Dom Pedro II, Colégio Estadual do Amazonas e Colégio Amazonense Dom Pedro II.
Segundo a historiadora Carmelita Esteves de Castro:
A história do Colégio Amazonense Dom Pedro II, desde sua origem, é assinalada pela afirmação das lutas na busca de um ideal renovador e a razão do entusiasmo da Juventude que de geração em geração, sempre ávida de glórias, sedenta de instrução, vai a caminho de um futuro de respeito e veneração, mesmo nos momentos mais graves de sua vida, com acontecimentos marcados, muitas vezes pela desordem, agressão, como no caso da Revolta de junho de 1915, quando descontentes com o ensino ali ministrado que não satisfazia seus anseios, enfrentando crise moral e material, os alunos num movimento sistematizado de indisciplina, promoveram uma depredação desenfreada, gerando anarquia e terror, forçando o Diretor, os professores e os funcionários a abandonar o edifício, deixando-o entregue à sanha dos estudantes amotinados, tendo como resultado o fechamento do Colégio que só retornou às suas atividades normais em março de 1916.
Essa Revolta concorreu para que houvesse uma Reforma de Ensino com a elaboração de um novo regimento para o Colégio no qual constava um item renovador que dava responsabilidade aos “pais, tuctores ou protectores dos alumnos pelos delictos que estes pratiquem”, além da recuperação do prédio danificado.
Outro movimento estudantil de maior vulto e digno de destaque é a famosa Revolução Ginasiana de 30, quando todo o País encontrava-se num estado de agitação e alerta em decorrência dos acontecimentos político-econômicos que conturbavam a nação.
Aqui em Manaus, a Polícia Civil imbuída de grandes poderes, perseguia, prendia e espancava os estudantes que faziam comícios e praticavam, muitas vezes, arruaças nos bares, praças e ruas da cidade.
Aproveitando-se da situação instável que atravessava o país, estes estudantes iniciaram um movimento contra a Polícia, que culminou com o envolvimento do Exército, finalizando com a rendição desta mesma Polícia e a ocupação do seu prédio pelos jovens revolucionários.
O Governador Dorval Porto foi deposto e esses mesmos jovens o escoltaram do Palácio até as dependências do Grande Hotel, onde ficaria hospedado; foram momentos de glória para a juventude Ginasiana que briosamente tomou parte neste movimento.
O poeta e escritor Thiago de Mello, no seu livro "Manaus, Amor de Memória", escreveu sobre o Colégio Estadual:
De todas as coisas tantas que se pode dizer do Ginásio do nosso tempo esta frase tão simples é a fundamental: nós tínhamos orgulho de ser ginasianos. "Aqui só entra quem sabe", dizia com seu jeito mando o inspetor Júlio Nery, na manhã de 1937 em que minha turma se apresentou para o exame de admissão.
E já no fim do curso, o professor Machado e Silva, jovem diretor que soube honrar a tradição de amor à casa afirmada por Carlos Mesquita, nos advertiu ao encerramento de uma palestra inesquecível: "No Ginásio ninguém estuda para passar de ano, mas para ficar sabendo o que estudou..." “... Três figuras do quadro de funcionários do Ginásio habitam vivos nossa memória.
O principal deles, caboclo troncudo, sempre de cara amarrada, era o Eduardo, dito Cangalha, chefe geral de disciplina do ginásio. Trazia um passado de beque de futebol.
Ficava a um metro da banda muito estreita da porta, que só permitia a entrada de um aluno por vez, de olho em nós de gravata mal dado em botão desabotoado.
Encostado à portinha e recebendo a caderneta dos alunos, ficava o Rubi, que tinha residência no próprio terreno do Ginásio e era pai da Maria de Jesus nossa colega.
O terceiro era um Bedel, profissão subalterna, agradava pela feiúra do funcionário baixinho e de óculos de lentes espantosamente grossas, cuja timidez defendia com rompantes rabugentos. Chamava-se Themístocles, mas para o Ginásio era o Jacarandá.
O poeta e escritor Thiago de Mello, no seu livro "Manaus, Amor de Memória", escreveu sobre o Colégio Estadual:
De todas as coisas tantas que se pode dizer do Ginásio do nosso tempo esta frase tão simples é a fundamental: nós tínhamos orgulho de ser ginasianos. "Aqui só entra quem sabe", dizia com seu jeito mando o inspetor Júlio Nery, na manhã de 1937 em que minha turma se apresentou para o exame de admissão.
E já no fim do curso, o professor Machado e Silva, jovem diretor que soube honrar a tradição de amor à casa afirmada por Carlos Mesquita, nos advertiu ao encerramento de uma palestra inesquecível: "No Ginásio ninguém estuda para passar de ano, mas para ficar sabendo o que estudou..." “... Três figuras do quadro de funcionários do Ginásio habitam vivos nossa memória.
O principal deles, caboclo troncudo, sempre de cara amarrada, era o Eduardo, dito Cangalha, chefe geral de disciplina do ginásio. Trazia um passado de beque de futebol.
Ficava a um metro da banda muito estreita da porta, que só permitia a entrada de um aluno por vez, de olho em nós de gravata mal dado em botão desabotoado.
Encostado à portinha e recebendo a caderneta dos alunos, ficava o Rubi, que tinha residência no próprio terreno do Ginásio e era pai da Maria de Jesus nossa colega.
O terceiro era um Bedel, profissão subalterna, agradava pela feiúra do funcionário baixinho e de óculos de lentes espantosamente grossas, cuja timidez defendia com rompantes rabugentos. Chamava-se Themístocles, mas para o Ginásio era o Jacarandá.
Antes da falência do ensino fundamental e médio da rede pública, este Colégio era a referência na formação da elite pensante de Manaus, pois o prédio era um dos mais bonitos e espaçosos da cidade, os mais brilhantes professores lecionaram naquela instituição de ensino, o regime interno era baseado nas escolas militares, além do processo seletivo para admissão de novos alunos era demasiadamente rigoroso.
Não tive a capacidade intelectual suficiente para ingressar no Colégio Amazonense Dom Pedro II, porém, tenho muitas lembranças de lá: o meu irmão mais velho, o Rocha Filho, foi um aluno aplicado, lembro quando usava garbosamente a sua farda de gala nos desfiles da semana da pátria e do Amazonas.
O meu irmão conta que eles tinham um mascote, era um Bode, pertencia ao vigia Braquinha (pai do Geraldo da Sefaz), esse caprino era tão querido pelos alunos que nos desfiles de 5 e 7 de Setembro, ele era colocado em destaque bem em frente da turma, com farda, placa e tudo o mais.
Este Bode deu um "bode" danado, certa vez, uma turma levou o caprino para passear, foram até o Mercado Adolpho Lisboa - todos sabem que além da Cabra, o Bode não dispensa nada, tudo ele come, pois bem, o dito cujo furou um paneiro de farinha d´água da grossa e, botou para comer até encher a pança, quando retornou, tomou vários litros de água, o bucho do coitado tufou que nem pão no forno, morreu empazinado - foi uma mistura de revolta e tristeza geral nos estudantes!
Este Bode deu um "bode" danado, certa vez, uma turma levou o caprino para passear, foram até o Mercado Adolpho Lisboa - todos sabem que além da Cabra, o Bode não dispensa nada, tudo ele come, pois bem, o dito cujo furou um paneiro de farinha d´água da grossa e, botou para comer até encher a pança, quando retornou, tomou vários litros de água, o bucho do coitado tufou que nem pão no forno, morreu empazinado - foi uma mistura de revolta e tristeza geral nos estudantes!
Lembro com saudade dos domingos de manhã, pulávamos o muro para jogar bola na quadra de esportes do colégio; além das inúmeras "olhadelas" nas gatinhas “ginasianas” quando estavam fazendo educação física durante a semana.
Outro momento muito especial era nos dias de votação para os membros do legislativo e do executivo do nosso Estado, a minha seção ficava no Colégio, era uma oportunidade ímpar de reencontrar os meus velhos colegas do Igarapé de Manaus.
O Colégio Amazonense Dom Pedro II, vem com o passar dos anos se construindo e permanecendo como símbolo de cultura e história para o povo amazonense, que enfim, se orgulha de ter um patrimônio de tamanho significado para o Estado do Amazonas. É isso ai.
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