domingo, 10 de março de 2024

CANAL “MANAUS NA HISTÓRIA” - Parte II – Um local chamado Remédios.

 


Por José Rocha

Após várias décadas, retornei à Igreja dos Remédios, onde recebi o batismo.

Meus padrinhos foram amigos de meu pai, e apenas tive contato com o padrinho, dono de uma fábrica de carrocerias de caminhão, próxima ao atual Edifício Garagem.

Embora tenha entrado na igreja três vezes após meu batizado, nunca assisti a uma missa lá.



A construção da Igreja dos Remédios iniciou-se em 1901, sendo conduzida pelo arquiteto italiano Felintho Santoro, exibindo uma beleza notável com escadas de pedras de Lioz (Portugal).

A igreja recebeu esse nome em homenagem à

Nossa Senhora dos Remédios, um título dado à Virgem Maria, mãe de Jesus, na Igreja Católica. Este título está associado à crença de que Maria pode trazer alívio e cura para aqueles que rezam a ela.



Na escadaria lateral da Rua Leovegildo Coelho, residia um mendigo, filho do ex-patrão de meu pai, um homem rico que faliu devido aos jogos de azar (baralho).

Em sua frente, há uma praça, que foi outrora um cemitério.

Ao fundo da praça , pela Rua dos Bares, existia a Casa Alba, onde o meu pai Rocha aprendeu o ofício de Luthier.



Ao lado, notamos a famosa Faculdade de Direito, conhecida como "Jaqueira", agora esquecida e abandonada.

A igreja possui uma bela torre, onde um avião um dia quase causou um grande acidente ao colidir com sua asa.



O Bonde Saudade cruzava por ali, e até recentemente, era possível ver os trilhos pela Rua dos Andradas, agora cobertos pelo novo asfalto.

Nos fundos da igreja, existia uma escola pública e, mais tarde, a Faculdade de Farmácia e Odontologia, agora integradas à igreja.

A região era preferida pela comunidade Sírio-Libanesa, que deixou algumas belas residências, muitas agora abandonadas e descaracterizadas.

A igreja e aquele lugar chamado Remédios são partes de minha história e da história antiga de Manaus.

Fotos: José Rocha