domingo, 14 de maio de 2023

FELIZ DIA DAS MÃES!

 

Foto Montagem: José Rocha

José Rocha

 

        Minha saudosa mãezinha, a Dona Neli Soares Fernandes (1923-2003), veio ao mundo no município de Terra Nova, interior do nosso querido e amado Estado do Amazonas.

        Filha de Maria Soares Fernandes e Mirandolino Raimundo Fernandes.

        Veio ainda jovem para Manaus, trabalhando em algumas casas de família para sobreviver na cidade.

        Estudou até o ensino fundamental.

        Foi uma costureira de “mão cheia”, além de ter aprendido com a minha avó Maria Fernandes (amazonense) e a paterna, a Dona Lídia Pires Martins (cearense), o ofício de fazer remédios fitoterápicos.

        Ainda jovem teve uma filha (carreira solo), a Kelva Soares Fernandes.

        Depois, casou com o meu pai, o luthier José Rocha Martins.

        Tiveram 05 (cinco filhos):

José Rui Soares Martins (falecido prematuramente)

José Rocha Martins Filho

Graciete Fernandes Martins

José Henrique Soares Martins

José Martins Soares (José Rocha, nome artístico, em homenagem ao meu pai)

        Por sermos filhos de um cearense, todos os homens foram registrados com o prenome de José, o nosso Santo Padroeiro. A Graciete seria Maria José, caso não fosse a intervenção de minha mãe para mudar esta tradição.

        Ela teve 07 (sete) netos:

Rocha do Carmo (falecido prematuramente, filho do Rocha Filho)

Bruna do Carmo Rocha (filha do Rocha Filho)

Camila Soares (filha do Henrique)

Lídia Soares (filha do Henrique)

Alexandre Soares (meu filho primogênito)

Adriana Soares (minha filha do meio)

Amanda Soares (minha filha mais nova)

        E, também, 04 (quatro) bisnetos que não os conheceu em vida:

José Rocha Costa Soares (faleceu prematuramente, filho da Adriana)

Maria Eduarda Costa Soares (filha da Adriana)

Victor Bezerra Soares (filho do Alexandre)

Matheus Costa Soares (filho da Adriana)

        A minha mãe foi uma guerreira, batalhou muito para ajudar no sustento da prole.

        A vida não foi fácil para ela, mas, sempre admirada e respeitada pela família, amigos e vizinhos, pois possuía “um coração bom”, ajudando a todos com palavras de carinho, no sustento de alguns vizinhos que passavam por problemas financeiros, mesmo possuindo parcos recursos.

        Amou os netos como fossem os seus filhos, principalmente o Alexandre e a Adriana Soares, os meus filhos, e, também a Camila e a Lídia, filhas do Henrique.

        Ontem, no “Almoço das Mães da Top Shakes”, patrocinado pelo meu filho Alexandre, ele em suas orações lembrou de sua avó Neli Fernandes, pois quando era ainda uma criança, a mamãe fazia questão de todas as sextas-feiras fritar peixes para ele e sua irmã, além de fazer uma comidinha muito gostosa para eles nas quartas-feiras.

        Ela, todo “santo dia” ia e voltava a pé da Vila Paraíso (entre a Rua Tapajós e Avenida Getúlio Vargas) até o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, onde gostava de fazer as suas comprinhas diárias. Muitas pessoas criticavam este seu esforço diário, no entanto, era uma forma de se exercitar e comprar produtos “in natura”, pois em épocas passadas morávamos na Igarapé de Manaus que ficava muito próximo ao “mercadão”.

        As suas netas Amanda e Bruna nasceram depois de seu falecimento, além dos bisnetos.

        A minha mãezinha teve esta doença terrível que acomete muitas pessoas, o Diabetes, sofrendo durante “anos a fio”, ficando praticamente cega e ainda teve de amputar uma perna.

        Foi muito sofrimento no final de sua vida. Uma pessoa boa de coração não merecia esta maldição. Não sei, por quê, meu Deus?

        Em 2003, lembro muito bem, quando ela faleceu. Após o enterro, caminhei a pé até o “Mirante do Amarelinho”, no bairro de Educandos, estava desorientado, onde tomei todas e chorei muito. Voltei a pé, parei no Bar do Armando, bebi e chorei novamente, depois, encontrei com os amigos da Rua Tapajós, onde continuei a beber e a chorar sem parar, fui para casa, onde continuei a chorar madrugada adentro.

        Hoje, Dia das Mães, estou na sala da casa onde a minha mãe ficou até falecer, e, em sua homenagem, estou reformando o espaço, tudo está ficando bonito (vide fotos abaixo), cheio de crucifixos que eram dela, além de algumas coisinhas suas, pois a sua alma ainda está aqui! É a Sala da Dona Neli.

        Quando estiver totalmente pronta, além da cozinha, irei convidar os seus filhos, netos e bisnetos para curtirem um pouco o espaço da matriarca.

        A fotografia acima mostra a minha mãezinha em duas fazes de sua vida. Ela tinha a cor branca, pois o seu pai era branco (maranhense do cabelo cor de fogo) e a minha avó uma cabocla do interior (cabelos pretos lisos, parecia uma indígena). O meu irmão mais velho possui a pele clara, o Rocha Filho, enquanto eu, o Henrique e a Graciete, somos pardos, pois puxamos para o nosso pai Rocha, um afrodescendente.

        Ela me chamava, carinhosamente, de “Meu Nego”, nada de preconceito, pois sou retinto mesmo.  

        Sua benção, mamãe Neli Soares Fernandes!

        Feliz Dia das Mães!

        É isso aí.