sábado, 12 de agosto de 2023

PASSADO & PRESENTE – ANALÓGICO E DIGITAL





Os meus amigos e conterrâneos sabem muito bem a diferença dessas duas versões, pois tivemos a honra e o privilégio de usufruirmos de um passado físico, pois poderíamos pegar, sentir e guardar uma mídia musical “por um longo tempo” e, hediondamente, onde praticamente tudo é digital, na nuvem, para ouvirmos e interagirmos somente através da internet e nada mais.
Os jovens que não tiveram a oportunidade de vivenciar essas mudanças, do físico para o analógico, não valorizam, por exemplo, um CD (Compacto Disc.) e/ ou um Disco de Vinil, pois não possuem um referencial, uma vivência ou algo sentimental para dar valor quando alguém coloca uma mídia para tocar num aparelho “ultrapassado”, fora de linha ou démodé.
Eu tive o privilégio de curtir as ondas dos rádios AM de antigamente; ouvir belas músicas das vitrolas HIFI tocando discos de vinis; curtir fitas cassetes no meu Roadstar “cabeça branca” no meu Fusca 73, além dos CD´s em meu Micro System Panasonic.
Tudo passa, tudo muda, mas o amor é eterno pelo físico, pois o digital é frugal.
Talvez os jovens de hoje que curtem o digital, quem sabe no futuro sentirão saudades, em 2040, onde todo o som será espacial, lunático, marciano ou qualquer coisa fora do planeta Terra, muito diferente do sonzinho analógico de seus pais, avós e bisavôs.
Acho que será assim mesmo, pois lembro do meu pai, ele adorava valsas, sambas maneiros, boleros, jazz e outros gêneros que somente fui gostar depois de velho, igualmente a ele antigamente.
Os meus filhos estão envelhecendo, também, acho que eles estão começando a gostar das músicas que eu colocava “no toco” quando eles eram crianças. Sei, lá.
Hoje, eu, e, assim como vocês, gostamos das modernidades, da internet, da inteligência artificial, de colocar tudo na nuvem para acessar quando quisermos em qualquer lugar (desde que tenha internet, né?), mas, no fundo de nossa mente valorizamos, também, o nosso passado, dos nossos pais e avós.
Lembro de meu pai, o famoso luthier Rochinha, quando estava no final de sua vida, o velho acordava às cinco da manhã e colocava para todo o quarteirão ouvir Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, Moacir Franco, Richard Cleyderman, Chorinhos e Chorões, Silvio Caldas & Companhia Limitada.
Depois que fique velho estou acordando, também, as cinco da manhã e colocando para os vizinhos ouvirem os vinis e CD´s que o meu velho colocava antigamente.
Tá rindo, né? Pois é.
Olha só a onda, a foto acima aparece três minis CD da propaganda de uma empresa de bebida gasosa sem álcool (“refri” para os jovens atuais), isso foi em 2003, ou seja, vinte anos passados.
Pois bem, meu bem, essas mídias ficaram guardadas todo esse tempo com a minha família e, depois de duas décadas voltei a ouvi-las em meu “Home Théâtre”.
Um prazer quase orgásmico, selecionar, tirar da capa, colocar no aparelho, controlar os agudos e graves, aumentar e diminuir o volume manualmente, um exercício físico da porra.
Nada se compara com o Youtube Music, com milhões de músicas, mas ao fazer todo este exercício físico para ouvir uma música num CD e/ou Vinil não tem outra tara igual.
Resumo da opera: Eu sou mais o analógico, pegar, sentir, voltar ao passado, pois somos e vivemos iguais aos nossos pais.
O presente volta ao passado, assim como o futuro também.
É o digital e o analógico em simbiose.
É isso ai.