Passados
quase cem anos do movimento tenentista liderado pelo militar Ribeiro Junior, os
amazonidas atuais, não esqueceram aquele momento histórico, tanto que criaram o
“Movimento Ribeiro Junior”, um grupo de pessoas oriundas das bases sindicais,
líderes comunitários, políticos e representantes da sociedade constituída,
liderado pelo Paulo Onofre, para dar vida e voz às pessoas menos favorecidas
para reivindicar os seus direitos juntos aos governos municipal, estadual e
federal – reunindo-se toda sexta-feira, no “Café do Pina”, na Praça Heliodoro
Balbi (Praça da Polícia).
Mas,
afinal, quem foi Ribeiro Junior?
Segundo
historiadores, na década de vinte, a cidade Manaus vivia o colapso da economia
da borracha, com violentas lutas entre grupos oligárquicos para controle do
governo estadual.
Em
1924, o governo foi passado para o desembargador Cesar do Resende do Rego
Monteiro, sendo considerado o pior administrador de todos os tempos.
Tentou
vender 25% das terras do Amazonas para um grupo norte-americano, em troca de um
empréstimo de 3 milhões de dólares, sendo que, a transação só não se
concretizou, por intervenção direta do governo federal.
Praticou
o mais descarado nepotismo, colocando filhos e parentes para as posições chave,
além de atrasar o pagamento dos salários dos funcionários públicos e reprimir
violentamente os seus opositores, provocando uma insatisfação popular muito
grande.
Motivado
por esses desmandos e pela determinação do governador em fazer o seu sucessor,
para continuar o descalabro politico-administrativo, bem como, com base na
rebelião tenentista que havia eclodido em São Paulo, o tenente do 27º Batalhão
de Caçadores, Ribeiro Junior, liderou um movimento militar e civil, para
derrubar o governo estadual.
O
movimento dominou o Quartel da Polícia, os Correios e Telégrafos, um navio do
Lloyd Brasileiro e o Palácio Rio Negro, derrubando o governador interino
Turiano Meira, pois o governador Rego Monteiro encontrava-se viajando para
Europa.
O
Estado do Amazonas foi governado pelo Tenente Ribeiro Junior, no período de 23
de julho a 28 de agosto de 1924, instituindo o “Tributo da Redenção”,
confiscando e vendendo bens roubados do nosso Estado, revertendo para pagamento
dos salários atrasados dos funcionários e fornecedores, ganhando a estima de
toda a população.
O
governo federal envia uma força militar, o Destacamento do Norte, sob o comando
do General João de Deus Mena Barreto, para sufocar a rebelião – o Ribeiro
Junior não ofereceu resistência, sendo preso e julgado pela Justiça Militar.
Foi
condenado a três anos e nove meses de prisão, transferido em 1926 para a prisão
militar da ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro, foi solto em fevereiro de
1927 e, em julho seguinte, foi reincorporado ao 27º Batalhão de Caçadores.
Anistiado após a vitória da Revolução de 1930 obteve sua promoção a capitão com
validade retroativa a janeiro de 1926.
Conseguiu
eleger-se, em outubro de 1934, Deputado Federal pelo Amazonas, exerceu o
mandato de maio de 1935 a novembro de 1937, quando, com a instauração do Estado
Novo, os órgãos legislativos do país foram suprimidos.
Retornou
então ao serviço ativo do Exército, vindo a falecer em 29 de junho de 1938.
A
sua filha mais nova, Eneida Ramos Ribeiro, contando a produção da historiadora amazonense
Etelvina Garcia, escreveu, em 2016, o livro “Ribeiro Junior – Redentor do
Amazonas – Memórias”, pela editora Norma, onde é possível conhecer com mais
profundida a vida e o trabalho desse importante homem, para a história do nosso
Estado do Amazonas.
O
Movimento Ribeiro Junior, faz um importante trabalho de reconhecimento dessa
figura histórica e, luta pelo prosseguimento dos seus ideais, de uma sociedade
mais justa e solidária.
É
isso ai.
Fontes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário