sexta-feira, 19 de junho de 2015

EPITÁFIO (INSCRIÇÃO TUMULAR)


Aos dezenove do mês de junho do ano de dois mil e quinze, uma tremenda sexta-feira, resolvi “molhar o bico” e ouvir uma rock nacional das antigas – a primeira música a tocar na minha TV Smart foi a música “Epitáfio”, da banda “Titãs” – foi o bastante para entrar no túnel do tempo, pois essa canção fez história e me faz lembrar tempos idos.

Eu trabalhava numa empresa que tinha como slogan “O futuro presente em sua casa agora” – ela disponibilizava para os pobres mortais manauaras e turistas, os lançamentos de equipamentos de áudio e vídeo que acabavam de serem lançados nos Estados Unidos.

Certa vez, fiquei encantando com um minúsculo aparelho de som, pois ele substituía o “walkman” (de fita cassete), por um moderno digital, tipo “pendrive”, onde o caboco poderia gravar musicas diretamente do computador e ouvi-las através de um fone de ouvido, com qualidade “espacial”.

Como era louco por lançamentos tecnológicos na área de som/vídeo/imagem e, por trabalhar no processo de importação, fui um dos primeiros a adquirir um deles na empresa em que trabalhava.

Pois bem, num sábado à tardinha, rumei até a Praia da Lua, onde tomei umas e outras e, comecei a ouvir o “Epitáfio”, olhando o Rio Negro, a natureza e o por do sol, foi o bastante para chorar, pois o meu pai estava morrendo.

Aquela cena, a situação e essa música marcaram para sempre a minha vida.

Fiquei a pensar:

Dizem que todos os seres humanos possuem uma missão aqui na Terra, porém, por mais que os esforços sejam dispêndios para tal mister, sempre iremos lamentar por não termos amado mais, não termos chorado mais, não termos visto o sol nascer, não termos arriscado mais e não termos feito o que queria fazer.

Assim como, não termos aceitado como as pessoas são – complicando menos, trabalhado menos, ter visto o sol se por e ter se importado menos.


Penso que é melhor fazer mais e mais, agora, do que se arrepender no final da vida por não ter tentado – o que fica escrito no epitáfio não vale nada! É isso ai.

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