quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

BANDA DA BICA
FONTE: JORNAL MASKATE
Riquinhos e manhosos na Banda da BicaMarcelo Serafim, Rebecca Garcia, Arturzinho Bisneto, Josué Neto e Nelson Azedinho são as estrelas da escrachada e irreverente Banda da Bica em 2007, uma solene e sincera homenagem aos filhinhos de papais ilustres que se deram bem na política. No dia 12 de fevereiro todos já manifestaram a intenção de soltar a franga e glamour. É bem verdade que glamour se aplica apenas no caso de Rebecca Garcia, evidentemente, para a lira desvairada do delírio da famosa e ingovernável agremiação carnavalesca. A promessa dos (des) organizadores é fazer de cada um dos homenageados motivos de empolgação popular e da habitual insensatez que caracteriza as folias de Momo. Sai de baixo e da cadeira. Loucura e descaminhoO deputado federal Marcelo Serafim, o herdeiro lusitano da discreta – nem por isso menos desvairada – nau dos insensatos, manifestação carnavalesca da saga dos filhos de Camões, encarnada pela família Serafim, já avisou a todas as tribos, guetos e galeras que se a canoa não virar, olê, olé, olá, ele chega lá. Aonde, não interessa muito, o importante é partir: “... pois quem parte reparte vida, loucura e descaminho, e nunca estará sozinho, pois há sempre alguém partindo”, como dizia no terceiro gole o ex-poeta Mário Bakunin. Mulheres e o sexo poderosoRebecca, a única representante do sexo forte e poderoso que as mulheres adotaram e assumiram no terceiro milênio, vai deixar o apartamento funcional de Brasília para desembarcar na volúpia momesca do Largo de São Sebastião. Vai deixar temporariamente de lado os compêndios da legislação regimental do Congresso para conferir o desvario da Bica. E mostrar que é possível liberar o zoológico da alegria sem perder a compostura parlamentar nem ameaçar a pose que a mulherada conquistou a duras penas. A pomba de ItacoatiaraJá Arturzinho Bisneto foi comedido nos propósitos de descontração pessoal na hora e reafirmar sua presença e empolgação. Nesse momento ele evita antecipar a festa bacante que vai oferecer a sua tribo particular, livre, leve e solta em todas as folias do litoral nordestino, após confirmarem a vaga que ele andou perto de perder – ou se deixar possuir - para o policial itacoatiarense com nome de bispo, Donmarques Mendonça, legitimo descendente da família do Marques de Pombal. Cafungadas e gorósCom relação a Azedinho, Nelson Amazonas Azedo, filho do proprietário da Fundação Prodente, Nelson Azedo, deputado estadual pelo PMDB, aquele que preside uma Ong que melhora a qualidade de seu sorriso em troca de um sufrágio universal, o popular voto de cabresto odontológico, sua presença na Bica foi confirmada por um largo sorriso, com as obturações e reparos impecáveis. Afinal, a propaganda é a alma do negócio. Seu bloco entrará de branco, com mascaras que não impedem o uso do nariz e da boca, portas de entrada de gorós e cafungadas nos cangotes da extroversão.Genética da foliaO mais recatado de todos é o deputado recém eleito, Neto, o filho dileto do Mago Josué Filho, cujo pai, decano da saga dos Souza era chegado numa folia daquelas de afastar as testemunhas. Com todo respeito, é claro. Dizem que Josué pai, no caso, avô, e o Boto, o senador Gilberto Mestrinho, iam com três dias de antecedência ao Aeroporto de Ponta Pelada, lá pra bandas da Colônia Oliveira Machado aguardar a chegada da Kamélia, que não morreu, nem jamais deixou cair a peteca, costumavam voltar pra casa na semana seguinte, totalmente entregues nas mãos da Providencia Divina. Imagina a carga genética do garoto e seu potencial de folia. Nada será como antesJosué Filho, que carrega há várias décadas os compromissos inenarráveis desse espólio carnavalesco, jurou que este ano não vai mais vigiar com toda atenção as tramelas do próprio poleiro e assegurar que todas as frangas, aquelas mais recatadas e as mais enxeridas, terão, vez, voz e passe livre, como todas as cidadãs que a lei do prazer contempla e o direito à felicidade permite. A função de cuidar do mulherio está passando para o Neto. O magro vai estar “amarrado” pelo compromisso universal que une homens e mulheres. O casamento com Kátia no dois sábados antes do Carnaval lhe aparou as arestas. Com um detalhe da filosofia do hedonismo universal. Ninguém é de ninguém e se meter a besta, na quarta-feira de cinzas, nada será como antes, mano querido!

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