terça-feira, 12 de novembro de 2019

LÚCIO BAHIA (DOURADO)



O cantor, compositor, poeta e estudante eterno da sociologia (um camarada dedicado ao estudo do funcionamento das sociedades humanas e das leis que regem as relações sociais etc.) Lúcio Dourado (nome de batismo) e Lúcio Bahia (nome artístico) resolveu deixar a cidade de Manaus, para morar no beiradão do Rio Solimões, na Vila do Caldeirão, em Iranduba.



Por lá planta ervas medicinais, árvores frutíferas e cria animais, tudo natural, orgânico e sem agrotóxicos, com o intuito de ter uma alimentação saudável, alem de melhoria da sua qualidade de vida e viver em contato com a natureza.



Pois bem, semana passada, tive a honra de encontrá-lo na Praça da Polícia, onde estava trabalhando, profissionalmente, na Primeira Manaus Livros e Poesia.



Falou-me sobre o seu passado em Manaus, não só como boêmio, mas, na qualidade de ter sido um grande vendedor de leite holandês e de material publicitário, onde amealhou muita grana, tendo oportunidade de morar numa mansão na Avenida Getúlio Vargas, com muitos carrões na garagem.
Teve, assim como muitos tiveram, os altos e baixos da vida. Conheceu o mel e o fel. Muitos amores e dissabores.



Curtiu e viveu intensamente tudo o que a grana é capaz de oferecer.



Hoje, vive mais intensamente no seu lugar, que resolveu chamar de seu.



Vem à cidade apenas para tocar, cantar, encantar e ganhar o seu merecido cachê e comprar os seus mantimentos e nutrientes para ele, sua roça e seus animais.



Como escreveu o poeta João Nogueira “Eh, vida boa. Quanto tempo faz. Que felicidade! E que vontade de tocar viola de verdade. E de fazer canções como as que fizeram meu pai”.



Ele passou uma temporada em Maués, onde possui o mais lindo pôr-do-sol do Brasil, inspirado nas belas praias, compôs a bela canção chamada Beira de Rio “Como é bom morar na praia, no lugar que se imagina, viver, numa praia, na beira do rio, me dar arrepios, saber que a sua cabeça, não está nesse lugar, na beira do rio, canta passarinhos, na beira do rio, olha o Sol se pondo, aonde ele se esconde, do outro lado da praia, do lugar que se imagina, oi, oi, oi, Maués”.



Faz muito tempo, na época do Armando e do seu Bar Doce Lar (Palheta) - o Lúcio Bahia apareceu por lá pela primeira vez (eu acho), ele foi convidado pelo Manoelzinho Batera, para fazer uma curta apresentação, sem cachê, é claro! Pois bem, o cantor esqueceu-se do Cabo do violão, foi quando resolvi ajudar, fui até a mesa do Benfica e o levei ao palco improvisado, falei ao Bahia: - Que porra de Cabo, serve um Coronel? Todos riram, com exceção do Coronel Benfica, que a época estava afônico, ficou puto e puxou a minha orelha!



Ele gosta de conversar comigo, pois me acha um cara espirituoso, por em qualquer tempo ou situação, estou rindo da bonança ou da miséria, sem reclamar!



Um fato curioso, recente, foi que o Bahia, em seu sítio no Caldeirão, batizou o seu porco de estimação com o nome do mandatário político maior da cidade de Iranduba, o barrão chama-se CHICO DOIDO!
Ele justifica, todo porco é Chico (sinônimo informal). Quando o meu porcino era ainda um bacuri, gostava de mamar mais do que os seus irmãos, cresceu forte e sadio; o outro, SEMPRE MAMOU NAS TETAS DO GOVERNO!
O meu suíno adora uma lama; enquanto o outro VIVE NA LAMA DA CORRUPÇÃO! O meu porcão está na dieta da sopa, deu sopa ele come e caga; enquanto o outro COME E FAZ MERDA TODA DIA! O meu frimão é doido pela porca da vizinha; enquanto o outro É DOIDO POR DINHEIRO E PODER!



Mudando de pau para cacete, o Lúcio está ressurgindo das cinzas, igual ao Fênix – com novas canções, novos contos e encantos, fazendo shows para os turistas e surfistas.
Parabéns, mano velho!


Fotos: Rocha (duas)

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