Deveria estar com os seus dezessetes ou dezoitos anos de idade – com os hormônios a flor da pele,
impulsionando-o a procurar uma fêmea para plantar uma sementinha e, povoar o
mundo – foram momentos difíceis para o Zé Mundão, em decorrência da sua timidez – porém tudo tem a sua primeira vez!
Foi estudar, pela parte da
noite, no Colégio Sólon de Lucena,
onde teve a oportunidade de conhecer o Klinger,
conhecido pela alcunha de Peninha – o
cara dominava a língua inglesa; trabalhava no London Bank; tinha um carro velho e grana para o gasto, além de ter
um papo de derrubar avião – foi o professor do Zé na arte da sedução da
mulherada.
Apesar do apoio do nobre
colega, conseguia apenas uns “acochos”
e uns beijinhos na bocas das colegas do colégio – não era o suficiente para ele,
pois queria ir muito mais além!
Participou de inúmeras
festinhas onde os jovens gostavam de fazer em suas residências, com muitas “batidas de leite de tigre”, rock de
vinil maneiro e algumas musicas românticas, sendo possível dançar agarradinho
com as gatinhas – o safado do “bilau”
do Zé o deixava todo desconcertado!
Ia ao Sheik Club, Banchevia Clube e União Esportiva (Sambão) – dançava,
bebia e acochava as cabloquinhas,
porém, faltava alguma coisa: sexo! Como é que phode?
Os mais velhos falavam dos
“puteiros” – ficavam bem distantes do
centro da cidade - onde existiam mulheres bonitas, fogosas e que faziam sexo
por dinheiro – se imaginava naquele lugar e, isso o excitava, porém, ficava
triste, por não ter dinheiro suficiente para chegar a esses locais de
fornicação.
Nesse interim, conseguiu o
seu primeiro emprego – o chefe era casado, mas, gostava de “pular o muro” – certa vez, numa sexta-feira à tarde, em pleno
expediente, levou-o a um lupanar para tirar a sua virgindade – tomou algumas
cevadas e, depois, foi apresentado a umas belas mulheres – o “tesão” do Zé foi a mil RPM, porém, ainda não estava preparado,
pois a sua timidez dominou o tempo todo.
Meses depois, guardou uma grana do seu
mísero salário de office-boy – o
suficiente para o seu objetivo maior: pegar uma ex-donzela; fazer a conjunção
carnal; botar o bloco na rua e, tirar a virgindade, não importava o tipo de
mulher, podia até ser uma prostituta, tanto faz, como tanto fez!
Falaram-lhe que existia um prostíbulo
conhecido como “Maria Das Patas”, no
bairro de São Francisco – numa sexta-feira à noite, rumou para “furar o couro” – chegando lá, encontrou
um colega de trabalho – ficaram afim duma bela garçonete, um mulherão, a Rosa Dos Prazeres – o camarada era bom
de bom de papo e, conseguiu marcar para o final de expediente com a gata,
deixando o Zé de escanteio.
Grudou os olhos em uma jovem baixinha,
gordinha e gostosinha, tipo “Raimunda”
– no entanto, um cara mais experto, levou-a para fora do clube – ficou
desconsolado – o jeito foi partir para uma mulher mais velha, bastante gorda, com
a dentadura a mostra, cheia de batom, ruge e pó de arroz – pensem num sufoco do
Zé na tentativa da sua primeira vez!
Foi abraçado e beijado na boca, na marra –
queria fugir, mas, não tinha escapatória, estava preso em seus imensos braços e
peitaços!
Disse que era virgem - nessa, a dona
começou a rir e a gozar, literalmente, da cara do Zé - falando alto para todos
ouvir, pois era motivo de graça e comemoração tirar a virgindade de um
mancebo!
Entrou num minúsculo quarto, apenas com um
pequeno luzir de uma lâmpada roxa; cama de solteiro e um balde de água,
conhecido com “tcheco-tcheco” – ela apagou o bico de luz, ficando numa escuridão
total – somente o Zé e ela, na sua primeira vez!
O Zé ficou injuriado, achou que aquela
mulher tinha mais “hora de cama do que
urubu de voo” – parecia uma câmara de vácuo, do tipo “foló”, pois apesar do desconhecido para ele, achava que estava
navegando bem no meio do Rio Amazonas! Sem chance, para o Zé Mundão!
Depois do martírio “da primeira vez”, estava suado, quase liso e enojado - voltou ao “saloon da putarada” – onde encontrou,
novamente, com a gatinha que tinha fugido com um desconhecido.
Sento-se ao seu lado – ela falou que estava
chateada por te-lo visto sair do “quarto”
com uma velha – o Zé respondeu que estava muito mais injuriado, por ter presenciado
sair com um cara.
Ela abaixou a sua cabeça e, sussurrou nos seus
ouvidos:
- Na
realidade, o fuleiro me levou para tomar uma cerveja bem aqui ao lado da Maria
das Patas, fui no papo dele, mas, passei o tempo todo pensando em você e,
deixei ele lá – não sou prostituta, essa é a primeira vez em que venho aqui, tô
afim mesmo é de tirar a minha virgindade, não aguento mais, o escolhido foi
você!
-
Caramba, a experiência com aquela mulher não valeu porra nenhuma, pois continuo
virgem, também!
– respondeu com um sorriso de orelha a orelha.
E assim foi a noite toda até o amanhecer,
tirando a virgindade a dois!
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