segunda-feira, 17 de março de 2025

NTERNET DA STARLINK

 



José Rocha

A Starlink é um serviço de internet via satélite desenvolvido pela SpaceX, uma empresa aeroespacial fundada pelo multimilionário Elon Musk, com sede em Hawthorne, Califórnia, nos Estados Unidos. Seu principal objetivo é fornecer acesso à internet banda larga para áreas rurais e remotas em todo o mundo.

Desde 2019, a SpaceX tem lançado satélites em órbita a uma distância média de 450 km da Terra, em uma região chamada de LEO (Low Earth Orbit). A previsão é que, até o final de 2025, sejam cerca de seis mil satélites em operação, com um total estimado de até 42 mil nos próximos anos. Essa extensa rede, conhecida como "Constelação de Satélites", permite o acesso à internet de qualquer lugar do planeta.

Os satélites possuem design plano, com múltiplas antenas de alto rendimento e um único painel solar. São miniaturizados e pesam aproximadamente 260 quilos. Eles se comunicam entre si e com as estações terrestres, utilizando propulsão iônica para se manterem em órbita e evitarem colisões.

Essa constelação oferece alta velocidade de conexão, dependendo da região, variando entre 25 Mbps e 220 Mbps, e podendo alcançar até 8 Gbps em alguns locais. Essa velocidade em tempo real é ideal para atividades como jogos online, downloads, streaming de vídeos, entre outros, possibilitando a transferência de grandes quantidades de dados em pouco tempo.

Outro benefício significativo da Starlink é sua baixa latência, também conhecida como "ping". O tempo de resposta da conexão, ou seja, o trajeto do pacote de dados entre o servidor e o dispositivo em terra, varia de 25 ms a 60 ms, podendo chegar a até 100 ms em áreas mais remotas. Essa característica garante uma maior agilidade na transmissão de dados.

A Starlink possui um representante em Manaus, chamado Via Direta, que comercializa o serviço exclusivamente para empresas e governos. Os usuários recebem um kit contendo uma antena parabólica, um roteador Wi-Fi, cabos, fonte de alimentação, base e um manual de instruções para instalação, também disponível online.

Embora seja uma tecnologia inovadora, a Starlink apresenta algumas desvantagens. O custo do serviço é elevado em comparação a outras operadoras, somado ao preço do kit inicial. A velocidade pode variar conforme a localização, as condições climáticas e o número de usuários conectados. Além disso, a disponibilidade é limitada em algumas áreas e alguns usuários relatam problemas com o suporte técnico, como demora nas respostas e falta de soluções adequadas. A antena, por sua vez, requer uma visão clara do céu para operar corretamente.

Apesar dessas limitações, a Starlink é uma excelente opção para áreas remotas ou rurais que buscam acesso à internet de alta velocidade.

Fonte: Gemini (IA) e Wikipédia.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Livro de minha autoria ‘O Tesouro Escondido no Casarão Vernier’ - José Rocha

 



Hoje, 14 de fevereiro de 2025, nasceu o meu segundo livro impresso, criado e parido em meu barraco, totalmente artesanal, feito no peito e na raça, como se dizia antigamente.

A correção do texto foi realizada com a colaboração de várias inteligências artificiais, incluindo Copilot, Gemini, ChatGPT, Deep-Seek e LanguageTool, além do apoio e colaboração do jornalista Evaldo Ferreira, do Jornal do Commercio, e do escritor e poeta Simão Pessoa.

Impressão, Capa, Diagramação e Design: José Rocha. Este livro foi inteiramente produzido de forma artesanal, com cuidado e dedicação, utilizando recursos próprios.

Fotografia da Capa: A capa apresenta uma fotografia do acervo pessoal do autor, retratando um casarão abandonado que o inspirou a escrever este livro.

Contracapa: No auge do ciclo da borracha, uma família francesa ergue um majestoso casarão na Rua Ferreira Pena, em Manaus. Sonhos de riqueza e prosperidade moldam suas paredes, mas o declínio do ciclo os força a retornar a Paris. Antes de partir, deixam um segredo selado no porão: móveis antigos, joias, moedas de ouro... e uma carta enigmática destinada ao futuro proprietário.

Décadas depois, na efervescente década de 1960, uma família libanesa adquire o casarão, mas o mistério permanece oculto. Apenas as memórias de uma das filhas registram os ecos do passado, perpetuando histórias que resistem ao tempo.

Em 2012, um jovem retorna a Manaus e compra o imóvel que marcou a vida de seus antepassados. Seu plano é transformá-lo em um bar e restaurante retrô, mas durante a reforma, uma descoberta inesperada o transporta a outro século. Seguindo as instruções da carta de 1912, ele revive o passado e, num gesto de continuidade, lacra novamente o porão com novos tesouros e uma nova mensagem para o futuro.

O Casarão Vernier é mais do que um prédio antigo — é um elo entre tempos, memórias e destinos. Um símbolo de heranças e novos começos, onde cada parede guarda segredos e cada sombra sussurra histórias da Manaus histórica.

Este livro possui apenas 44 páginas, mas espero que seja um pequeno grande livro de história, ficção e romance da nossa Manaus antiga e atual.

Alguns exemplares estarão à venda por trinta reais no Sebo Alienista, no próximo domingo, na Avenida Eduardo Ribeiro. Outros tantos estarão à disposição dos leitores na Banca do Lé, no ‘Bloco Folia de Livros’, no dia 28 de fevereiro de 2025, na Praça da Polícia, onde haverá uma grande promoção de livros, HQs, vinil, CDs, recital de poesias, tarde de autógrafos com a escritora Regina Melo e atração musical de Fidel Graça (músicas de beiradão e marchinhas de carnaval).

Fui gentilmente convidado para fazer a apresentação do evento (cerimonial). Este evento será realizado na marra, pois todas as despesas serão custeadas pelo Celestino (mesas, barracas, som, etc.), contando apenas com a liberação da Praça pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa. O jeito será buscar apoio de todos os frequentadores com o ‘Livro de Ouro’.

Um dia meu livro será impresso por uma grande editora, mas, seguindo os conselhos do jornalista Evaldo Ferreira, do Jornal do Commercio, a tendência agora é o próprio autor imprimir seus livros de forma artesanal. Basta ter criatividade, equipamentos, tempo sobrando e muito suor no rosto.

Recebi também o incentivo do poeta e escritor Simão Pessoa, que ao ler o livro, escreveu: “Gostei muito do livro, de verdade”. Isso serviu de motivação para seguir em frente.

Aqueles que desejarem obter um exemplar e não puderem estar nos dois locais onde estarão os livros, basta fazer um PIX de 30 + 15 para entrega em qualquer lugar do Brasil e entrar em contato pelo WhatsApp, no mesmo número do PIX: 92991537448.

Muito agradecido,

José Rocha

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

História do Igarapé dos Remédios: Da Nascente à Transformação Urbana de Manaus

 Por José Rocha

O Igarapé dos Remédios é um dos riachos de Manaus que foi praticamente todo aterrado ao longo do tempo. Ele atravessa a zona Centro-Sul da cidade, desde sua nascente, nas proximidades do Boulevard Amazonas, até desembocar no paredão do Porto de Manaus (Roadway), constituindo-se num marco importante na transformação urbana de Manaus, não apenas no espaço físico, mas também, um capítulo significativo da nossa identidade cultural e histórica.

O nome foi dado pelos nossos antepassados em homenagem a Nossa Senhora, mãe de Jesus, também conhecida como Nossa Senhora do Remédio, da Libertação e do Resgate. O igarapé passava pela atual rua Floriano Peixoto e adjacências, o que levou toda aquela área a ser chamada de Bairro dos Remédios (1825). Posteriormente, a Igreja Nossa Senhora dos Remédios recebeu o mesmo nome (obras iniciadas em 1818).

Segundo o historiador Mário Ypiranga Monteiro, a nascente do igarapé ficava nos arredores do Reservatório do Mocó, onde existia outro igarapé com este nome. Como este era um dos lugares mais elevados da cidade, suas águas fluíam para diversos pontos. Ao utilizar o aplicativo ‘Google Earth’ para um acompanhamento aéreo, constatei que o igarapé realmente se origina no Boulevard Amazonas, pois ainda existem alguns lugares onde ele jorra a céu aberto. Acredito que as águas dessa nascente também alimentam outros igarapés, como o de Manaus (Primeira Ponte) e o Bittencourt (Segunda Ponte) ou quem sabe até do Mestre Chico (Ponte de Ferro), localizados na Avenida Sete de Setembro.

Conforme relatado pelo historiador Mário Ypiranga, o Barão de São Leonardo construiu o ‘Palacete de São Leonardo’, onde hoje é o Instituto Benjamin Constant. Ele represou o Igarapé dos Remédios no cruzamento da atual rua Tapajós com a avenida Leonardo Malcher para fornecer água potável gratuitamente aos moradores. Essa medida gerou conflitos com os ‘Aguadeiros’, pessoas que percorriam a cidade em suas carroças, vendendo água potável em bicas para os moradores.

Quando cheguei àquele lugar, em 1967, o igarapé corria livremente pela rua Tapajós, vindo da direção de um grande terreno pertencente a um senhor conhecido como ‘Baleia’ e sua família, onde mantinham uma extensa horta e criavam porcos, patos e galinhas para venda (atual estacionamento do Sebrae-AM). Mais tarde, o prefeito Paulo Pinto Nery ordenou a ligação da rua Tapajós com a Leonardo Malcher, e o igarapé passou a fluir por tubulações sob a pista.

Por todo o trajeto de alguns igarapés desde sua nascente, presumidamente no ‘Mocó’, existiam diversos ‘olhos d’água’, onde os moradores construíam ‘Cacimbas de Banhos’, que aumentavam o fluxo de água, misturando-se com as águas pluviais na época das chuvas.

 

Por exemplo:

 

Na baixada da rua Tapajós havia a famosa ‘Cacimba da Dona Dos Anjos’ (próximo ao Igarapé dos Remédios), onde tive a oportunidade de tomar banhos na minha adolescência, com o passar do tempo, ficou contaminada     e começou a secar totalmente.

 

Na década de oitenta, fui várias vezes com a minha sogra para visitar uma fonte que ficava no final do Boulevard Amazonas, ela era uma católica devota, gostava de rezar e recolher um pouco de água para servir como água benta. Acredito que esta fonte deve seguir para o igarapé da Segunda ou da Terceira Ponte da Sete de Setembro.

 

Em 2023, em um trabalho de campo com o saudoso poeta Marco Gomes, encontramos um terreno preservado, na rua Barcelos, com um manancial que ajudavam alimentar o fluxo do Igarapé de Manaus. Entrarmos pelos Becos Belém e Barcelos, percorrendo todo o caminho das águas, desde a nascente até a Rua Japurá, onde os moradores chamam de ‘Cacimbal”, e após percorremos a Praça Nestor Nascimento, onde as águas do igarapé passam canalizadas até o Parque Paulo Jacob.

Voltando ao ‘Igarapé dos Remédios’, ele seguia o seu trajeto em épocas passadas, pela antiga rua 13 de Maio, em homenagem à abolição da escravatura. No governo do Eduardo Ribeiro, iniciou-se os trabalhos e aterramento, para embelezar a cidade e acabar com problemas de saúde que afetava a população na época de vazante do Rio Negro. Este trabalho foi sendo realizado ao longo dos anos, inicialmente através de carroças e, em decorrência desta demora, o povo começou a chamá-la de ‘Rua do Aterro’.

Graças à ajuda da ‘Manáos Harbour Limited’ (administrador do Roadway), forneceu vagões que sob trilhos traziam quantidades enormes de materiais de aterro, foi possível concluí-lo totalmente em 1930. Uma ponte metálica pré-fabricada nos EUA, importada e montada em 1881, conhecida como ‘Ponte dos Remédios’ que ficava nas proximidades do atual ‘Pavilhão Universal’ foi desmontada após o aterro para ser colocada em outro lugar, mas acabou sendo vendida para derretimento, segundo relatos do Mário Ypiranga.

Passou, então, a chamar-se oficialmente avenida Getúlio Vargas, em homenagem ao presidente da república da época.  Após a Segunda Guerra Mundial, equipamentos norte-americanos usados na construção do Aeroporto de Ponta Pelada foram doados à Prefeitura de Manaus, que por vez os empregou no alargamento e terraplanagem de toda aquela avenida. Atualmente, a avenida é uma dos maiores corredores de ônibus público sentido centro-bairro e uma grande via de acesso bairro-centro de automóveis, constituindo-se, também, como a via mais arborizada de Manaus, com aproximadamente 150 árvores plantadas no canteiro central e nas laterais das duas vias.

Hoje, o Igarapé dos Remédios ainda corre por vários trechos a ‘céu aberto’ e, um deles, começa pelos fundos do edifício ‘Anaíra’ (esquina da rua Tapajós e Ramos Ferreira), passando pela comunidade Vila Paraíso, por um sistema de contenção denominado de ‘gabião’, seguindo até um prédio da avenida Ramos Ferreira, onde segue em diante dentro de tubulações. Infelizmente, muitos moradores o chamam de ‘Vala’, como fosse apenas um esgoto, sem reconhecer sua importância histórica e geográfica.

É essencial preservar a memória do Igarapé dos Remédios, não apenas como um registro da transformação urbana de Manaus, mas como parte da nossa identidade cultural e histórica.

Fontes: Jornal do Commercio, Livro do historiador Mário Ypiranga Monteiro, Livro ‘A Vila Paraíso, José Rocha’ e BLOGDOROCHA.