sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Proposta Cidadã Apresentada à População de Manaus, Lideranças Comunitárias e a Câmara Municipal de Manaus.

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Proposta Cidadã Apresentada à População de Manaus, Lideranças Comunitárias e a Câmara Municipal de Manaus.

 

  MANAUS LIMPA E SUSTENTÁVEL

Aterro Sanitário para Manaus – BR-174

Autor: José Martins Soares (José Rocha)

Data da Proposta: 04 de novembro de 2025

 

Objetivos

 

·        Principal: Promover a gestão de resíduos sólidos urbanos, com a Implantação de um aterro sanitário moderno, de forma eficiente e ambientalmente correta, garantindo uma Manaus limpa e sustentável para as futuras gerações.

·        Específicos:

o   Impermeabilização completa das células para proteção de solo e águas subterrâneas.

o   Sistema de coleta, tratamento e reúso controlado de lixiviados.

o   Captação e aproveitamento energético do biogás com usina dedicada.

o   Polo de triagem e reciclagem para fomentar inclusão socioeconômica e economia circular.

o   Implantar monitoramento ambiental contínuo e governança participativa.

 

Detalhes da Proposta

·        Tema Central: Solução de saneamento e gestão de resíduos sólidos para a cidade de Manaus.

·        Localização Sugerida: BR-174, área após o atual lixão da Prefeitura de Manaus.

 

Resumo Executivo

O Projeto Manaus Limpa e Sustentável propõe a implantação de um aterro sanitário de padrão nacional às margens da BR-174, com impermeabilização, gestão de lixiviados, captação de biogás para geração de energia e um polo integrado de triagem e reciclagem. Objetiva-se resolver a destinação adequada dos resíduos sólidos urbanos da capital, reduzir impactos ambientais e sanitários, fomentar economia circular e gerar emprego formal, com operação sustentável e monitoramento permanente.

Diagnístico e Justificativa Técnica Ambiental

·        Contexto: Manaus tem déficit de infraestrutura pública para disposição final de RSU, resultando em lixões, contaminação de solos e cursos d’água e riscos sanitários.

·        Viabilidade técnica: Projetos similares na região (ex.: Iranduba) comprovam capacidade de execução técnica e financeira em escala média; adaptação à escala de Manaus exige maior investimento e cuidados construtivos.

·        Impactos esperados: redução da contaminação hídrica e do solo, diminuição de focos de vetores de doenças, recuperação de áreas degradadas e oferta de energia renovável a partir do biogás.

·        Conformidade ambiental: licenciamento ambiental obrigatório via Estudo de Impacto Ambiental e Termo de Referência, estudos de passivo ambiental, zoneamento de segurança e consultas públicas.

·        Aproveitamento do Biogás: Com a geração de energia ou produção de biometano (combustível renovável similar ao GNV) pode, e geralmente é, um projeto elegível para a geração e venda de Créditos de Carbono.  Os resíduos que não poderão ser reciclados ou compostados passarão por processos como a blendagem, dando origem ao CDR (Combustível Derivado de Resíduo), utilizado como fonte de energia em fornos industriais e caldeiras em indústrias, como cimenteirasO projeto de Aterro Sanitário para Manaus – BR-174 com uma Usina de Biogás se encaixa perfeitamente nesse modelo, oferecendo não apenas uma solução sanitária, mas também uma fonte de receita e de energia sustentável para a cidade.

Estrutura Técnica do Projeto

Componentes principais

1.     Área de Recepção e Pesagem

o   Pátio pavimentado; balança rodoviária; unidade de triagem preliminar; escritório e posto de pesagem.

2.     Células de Aterro

o   Módulos com camada de impermeabilização composta (geomembrana PEAD + sistema drenante); drenagem superficial; sistemas de cobertura progressiva.

3.     Sistema de Tratamento de Chorume

o   Coleta centralizada; decantadores, tanques de equalização; lagoas/reatores conforme projeto hidrossanitário; soluções de evaporação e reúso quando tecnicamente viáveis.

4.     Usina de Biogás e Reciclagem

o   Rede de captação de gases, flare e turbinas/geradores para aproveitamento energético; planta de triagem manual e mecanizada; centro de comercialização de recicláveis; área para cooperativas.

5.     Infraestrutura de Apoio

o   Controle de acesso, segurança, centro de monitoramento ambiental, estação de pesagem, escritório técnico e almoxarifado.

Cronograma Resumido

1.     Fase 0: Mobilização e diagnóstico detalhado; estudos preliminares — 3 a 6 meses.

2.     Fase 1: EIA/RIMA, licenciamento e consultas públicas — 9 a 12 meses.

3.     Fase 2: Terraplanagem e infraestrutura básica — 6 a 9 meses.

4.     Fase 3: Construção das células e sistemas de tratamento — 12 a 18 meses.

5.     Fase 4: Implantação usina de biogás e polo de reciclagem — 9 a 12 meses.

6.     Fase 5: Operação inicial e monitoramento intensivo (2 anos) — início imediato após obras.

Investimento Estimado e Fontes de Financiamento

Estimativa consolidada

·        Estudo de Impacto Ambiental e Licenciamento:                                R$   5.000.000

·        Terraplanagem e infraestrutura:                                                         R$  30.000.000

·        Construção das células do aterro:                                                      R$  80.000.000

·        Implantação da usina de biogás e reciclagem:                                 R$  50.000.000

·        Operação e monitoramento inicial (2 anos):                                       R$  15.000.000

·        Total estimado:                                                                                     R$ 180.000.000

Observação: avaliação complementar indica possível ajuste para R$ 250.000.000 com base em projetos regionais e contingências técnicas. Proposta prevê combinação de recursos municipais, estaduais, federais, linhas de financiamento ambientais, parcerias público-privadas e captação por fundos de investimento em infraestrutura verde.

Modelos Institucional e Gestão

·        Gestão Operacional: concessão via PPP ou contrato de operação com empresa especializada, com cláusulas de performance, metas ambientais e socioeconômicas e fiscalização municipal.

·        Governança: Comitê Gestor multiparticipativo (Prefeitura, Câmara, órgãos ambientais estaduais, Ministério Público, comunidade local, cooperativas).

·        Transparência: sistema público de publicação de dados operacionais, ambientais e financeiros; auditorias periódicas.

Impactos Sociais e Plano de Inclusão

·        Emprego: geração de empregos diretos na construção e operação e indiretos na cadeia de reciclagem.

·        Cooperativas: integração de catadores via formalização, infraestrutura para cooperativas e programas de capacitação.

·        Educação Ambiental: campanhas escolares, pontos de entrega voluntária e programas de redução na fonte.

Monitoramento Ambiental e Indicadores

·        Parâmetros a monitorar: qualidade do lençol freático, emissões de metano e CO2e, qualidade do ar local, ruído, vetores, eficiência de captura de biogás e qualidade do efluente tratado.

·        Indicadores de desempenho: toneladas dispostas por dia; porcentagem de recuperação de recicláveis; MWh gerados por biogás; redução estimada de emissões de GEE.

·        Frequência: monitoramento contínuo com relatórios trimestrais e relatório técnico anual independente.

Riscos Principais e Mitigação

·        Risco licenciamento: mitigado por EIA/RIMA robusto e engajamento comunitário.

·        Risco hidrológico e geotécnico: mitigado por estudos geológicos, projeto de impermeabilização redundante e drenagem robusta.

·        Risco financeiro: mitigado por estrutura de financiamento combinada e garantias contratuais.

·        Risco social: mitigado por plano de inclusão dos catadores e comunicação pública contínua.

Plano de Comunicação e Participação Pública

·        Etapas: audiências públicas, oficinas com comunidades locais, divulgação de mapas e monitoramento, portal de transparência.

·        Materiais: folhetos informativos, painéis explicativos, cronograma de obras e canais de atendimento.

Produtos Entegáveis e Anexo

·        Parte 1 — Relatório Técnico Ilustrado: diagnóstico ambiental, projeto executivo sucinto, plantas, fluxogramas e ilustrações.

·        Parte 2 — Apêndice Técnico Financeiro: planilha detalhada de custos por módulo, estimativas operacionais e cenários de sensibilidade.

·        Parte 3 — Projeto de Lei Municipal: texto completo compatível com normas municipais e condicionantes ambientais.

·        Parte 4 — Apresentação Visual: deck de 10 slides para audiências e sessões da Câmara com gráficos e imagens da área.

·        Anexos sugeridos: termos de referência para EIA, estudos preliminares de geotecnia, modelo de contrato PPP, estimativa de geração de energia e plano de inclusão de catadores.

Recomendções Finais

·        Aprovar a abertura do processo de licenciamento ambiental imediatamente e contratar estudo técnico multidisciplinar.

·        Estruturar financiamento misto com busca ativa por linhas verdes federais e estaduais e preparar edital de PPP com cláusulas de desempenho e inclusão social.

·        Implementar plano de comunicação e diálogo com comunidades e instituições de fiscalização desde a fase de projeto.

Roteiro para Apresentação em Slides Internos

1.     Capa e objetivos do projeto

2.     Diagnóstico da gestão de resíduos em Manaus

3.     Localização BR-174 e raio de influência 5 km (inserir mapa)

4.     Estrutura do aterro e fluxograma operacional

5.     Sistema de tratamento de chorume e impermeabilização

6.     Usina de biogás e polo de reciclagem

7.     Benefícios ambientais sociais e econômicos

8.     Investimento resumo e fontes de financiamento

9.     Cronograma e fases de implantação

10.  Minuta de Lei e próximos passos

Destaques de diganóstico da gestão de resíduos em Manaus

·        O Ministério Público de Contas do Estado do Amazonas (MPC‑AM) divulgou relatório sobre a gestão de resíduos sólidos urbanos em Manaus, apontando representações por omissão, licenciamento irregular de aterro e incertezas sobre planos municipais. MPC AM

·        O Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) publicou o “Plano Diretor de Resíduos Sólidos de Manaus” que traz um diagnóstico para o horizonte de 20 anos (2009‑2029): geração per capita de resíduos domiciliares, cobertura da coleta, lacunas em coleta seletiva. ibam.org.br

o   Por exemplo: geração per capita domiciliar em 2009 era ~0,80 kg/hab./dia. ibam.org.br

o   Coleta regular tinha cobertura de 90,8% (naquela época), mas a coleta seletiva era “baixa”. ibam.org.br

·        A Prefeitura de Manaus, através da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (SEMULSP) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima (Semmasclima), está em processo de revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico que vai abranger gestão de resíduos sólidos, limpeza urbana e drenagem. Prefeitura Municipal de Manaus+1

·        A Prefeitura anunciou que as obras do primeiro aterro sanitário “moderno” do estado do Amazonas em Manaus estão em andamento (quase 2026) visando disposição ambientalmente adequada dos resíduos. Prefeitura Municipal de Manaus

·        FoI (força‑tarefa) contra descarte irregular: criação de protocolo municipal para combater “lixeiras viciadas” (acamados de resíduos em locais públicos), mostrando que a situação de descarte irregular permanece como desafio. Prefeitura Municipal de Manaus

Pontos críticos idenficados

·        Cobertura de coleta seletiva em Manaus ainda considerada baixo nível, conforme diagnóstico do IBAM.

·        O sistema de disposição final ainda passa por transição: o aterro antigo chegando ao limite e um novo projeto sendo implantado.

·        Há gargalos no licenciamento e operação do antigo aterro controlado (processos do MPC‑AM apontam omissões).

·        Descarte irregular (“lixeiras viciadas”) ainda aparece como problema ativo.

·        Necessidade de integração entre limpeza urbana, drenagem e resíduos sólidos no novo plano municipal de saneamento.

Sugestões de como incorporar ao seu projeto

Você pode usar estes dados como parte do “diagnóstico” no seu relatório técnico (ex: no item “Situação atual da gestão de resíduos em Manaus”) e mencionar:

·        Situação da cobertura de coleta e seletiva.

·        Estado de disposição final atual e plano de aterro novo.

·        Problemas de descarte irregular.

·        Ações em curso da prefeitura para revisão de plano e obras.

·        Necessidade de solução estruturada como o aterro que você propõe.

Estrutura Técnica do Aterro Sanitário

O aterro será projetado com camadas e sistemas de engenharia ambiental seguindo as melhores práticas nacionais e internacionais:

1.     Camada de base (impermeabilização)

o   Liner de geomembrana de polietileno de alta densidade (HDPE)

o   Camada de argila compactada (opcional, abaixo do liner)

o   Função: impedir infiltração de lixiviados para o solo e aquíferos

2.     Sistema de drenagem de lixiviados

o   Tubulações perfuradas e drenos sobre a camada impermeável

o   Caixa coletora de lixiviados com bombeamento para estação de tratamento

o   Estação de tratamento de líquidos (ETL) com decantação, filtração e neutralização

3.     Camada de resíduos

o   Recepção de resíduos divididos em: orgânicos, recicláveis e rejeitos

o   Compactação diária de resíduos para reduzir volume e oxigenação

o   Cobertura diária com material inerte (solo ou material de recobrimento)

4.     Sistema de captação de gases

o   Tubulações para extração de gases (principalmente metano e CO)

o   Queima controlada (flare) ou aproveitamento para produção de energia elétrica

o   Monitoramento contínuo de emissões atmosféricas

5.     Camada de recobrimento final

o   Cobertura permanente com solo, geomembrana e vegetação

o   Reabilitação ambiental da área após encerramento

6.     Monitoramento ambiental

o   Poços de monitoramento de águas subterrâneas

o   Medição periódica de lixiviados e gases

o   Relatórios ambientais para órgãos competentes

Observações técnicas

·        A operação diária depende de veículos compactadores, retroescavadeiras e caminhões de transporte.

·        A triagem seletiva deve ser incentivada na entrada para maximizar reciclagem e reduzir rejeitos.

·        A cobertura diária é obrigatória para controle de odores, vetores e segurança.

Fluxograma Operacional do Aterro Sanitário

Segue um fluxograma simplificado (pode ser inserido como diagrama no Word ou PDF):

[Recepção de Resíduos] 
           
           
[Pesagem e Registro] 
           
           
[Triagem de Resíduos][Recicláveis para reciclagem]
           
           
[Compactação dos Resíduos]
           
           
[Cobertura Diária]
           
           
[Captação de Gases][Energia ou queima controlada]
           
           
[Coleta de Lixiviados][Estação de Tratamento]
           
           
[Monitoramento Ambiental Contínuo]
           
           
[Recuperação Ambiental e Recobrimento Final]

 Sistema de Tratamento de Chorume e Impermeabilização

 1) Visão geral (objetivo)

O objetivo é garantir que o chorume gerado no aterro seja coletado de forma segura, tratado antes de descarte (ou reúso técnico) e que haja camada de impermeabilização confiável para proteger solo e aquíferos. Em Manaus — clima tropical, elevado índice pluviométrico e resíduos com alto teor orgânico — as soluções devem priorizar robustez, redundância e facilidade de operação.

 

2) Impermeabilização (base do aterro)

              2.1. Sistema recomendado (sistema composto — best practice)

De baixo para cima (fundação → superfície):

1.     Substrato compactado (se necessário): regularização do fundo das células, camada de apoio.

2.     Camada de argila compactada (opcional, quando disponível localmente) — espessura mínima 0,50 m e condutividade hidráulica (Ksat) alvo ≤ 1×10 m/s. Serve como barreira natural.

3.     Geossintético de barreira (geomembrana HDPE): geomembrana de PEAD (HDPE) com espessura mínima 1,5 mm; recomenda-se 2,0 mm em locais com risco mecânico. As emendas devem ser soldadas termicamente e testadas (inspeção eletrônica Fisher/air-channel).

4.     Camada drenante sobre o liner: camada de material granular (brita ou camada drenante geossintética) com espessura 0,30–0,50 m para permitir escoamento do chorume até as tubulações coletoras.

5.     Tubulação perfurada de coleta (leachate collection system - LCS): tubos de PVC/PE perfurados em rede, com declividade mínima 0,5–1,5% até sumidouros/sump(s).

6.     Geotêxtil de proteção (quando geomembrana está exposta a abrasão) — tecido não tecido para proteção mecânica: 300–500 g/m².

7.     Material de enchimento e operação (solo seletivo) e, sobre a cela ativa, cobertura diária.

2.2. Especificações e recomendações

·        Geomembrana: HDPE ≥ 1,5 mm; temperatura de serviço, soldagem por extrusão; testes de tração e de estanqueidade. Ver norma ABNT e especificações do fabricante.

·        Juntas/selagem: 100% testadas; usar métodos de teste eletrônico (aerofone) e testes destrutivos para amostragem.

·        Dreno: material granular com granulometria controlada; permeabilidade elevada; evitar finos que obstruam.

·        Tubos perfurados: diâmetro típico 150–300 mm dependendo do espaçamento e vazão; manilhas de inspeção em pontos estratégicos.

·        Proteção contra raízes/roedores: evitar encostas com grandes vegetações próximas ou instalar barreiras físicas.

2.3. Drenagem pluvial separada

·        O sistema de drenagem pluvial deve ser totalmente separado do sistema de coleta de chorume. Bacias de contenção, canaletas e bermas devem direcionar águas de chuva para bacias de retenção e não para a camada de resíduos.


3) Sistema de coleta de chorume (LCS)

3.1. Componentes

1.     Drenos coletores (tubos perfurados sobre o liner), normalmente instalados em níveis/linhas espaçadas (ex.: 10–20 m entre linhas, dependendo do talude e do calado).

2.     Poços de visita / sumidouros (sumps) localizados no ponto mais baixo da cela ou em intervalos regulares para captação e bombeamento do chorume.

3.     Sistema de bombeamento: bombas submersíveis de construção robusta (material anticorrosivo), com arranjo redundante (2 bombas em paralelo: 1 operação + 1 reserva).

4.     Linha de recalque até a estação de equalização / retenção.

5.     Caixas de inspeção e manômetros/medidores de nível.

3.2. Operação

·        Bombeamento automático controlado por boias/níveis e inversores de frequência para controlar vazão.

·        Alarmes para nível alto, falha de bomba e obstrução.

·        Manutenção programada: inspeção semanal dos sumps; limpeza periódica das tubulações conforme necessidade.


4) Estação de equalização e pré-tratamento

4.1. Função

Receber o chorume bruto dos sumps, homogeneizar concentrações (pH, carga orgânica), controlar picos de vazão e permitir proximidade de vazão para a etapa biológica.

4.2. Dimensões e exemplo de dimensionamento (metodologia + exemplo)

Metodologia: dimensionar volume de equalização para armazenar 1–3 dias de vazão média de chorume (dependendo do tipo de tratamento seguinte e da variabilidade climática).

Exemplo (cálculo passo a passo) — usando premissas do projeto que discutimos anteriormente:

·        Massa de resíduo atual (métrica usada no projeto): 2.372 t/dia (dados citados antes).

·        Premissa de geração de chorume: assumir 0,25 m³ por tonelada de resíduo (valor conservador para clima tropical; pode variar de 0,1 a 0,4 m³/t dependendo da precipitação e operação).

o   Cálculo: 2.372 × 0,25 = 593,0 m³/dia.

§  (Explicação: multiplicamos 2372 por 0,25; 2372/4 = 593.)

·        Horizonte de projeto (ano 20): 2.894 t/dia (projeção com 1% a.a.).

o   2.894 × 0,25 = 723,5 m³/dia. (2894 dividido por 4 = 723,5)

·        Volume de equalização recomendado (3 dias, horizonte de projeto): 3 × 723,5 = 2.170,5 m³.

o   Sugestão prática: projetar um reservatório de equalização de ~2.500 m³ para dar folga operacional e capacidade de gestão de picos de chuva.

4.3. Equipamentos no equalizador

·        Grades grossas e peneiras (remoção grosseira de sólidos flutuantes e grandes objetos).

·        Sistema de dosagem de floculantes/coagulantes (se uso de clarificação física-química antes da etapa biológica).

·        Misturadores e controle de pH (para ajustar se necessário).

·        Instrumentação (nível, pH, redox, temperatura).


5) Tratamento biológico / físico-químico (linha de processo sugerida)

Dada a elevada carga orgânica dos chorumes tropicais, a configuração mais consolidada é: pré-tratamento físico-químico (se necessário) → tratamento anaeróbio (UASB) → tratamento aeróbio de polimento (SBR/MBR/reator aerado) → tratamento terciário (filtração, carvão ativo).

5.1. Fluxo sugerido

1.     Pré-tratamento

o   Remoção de sólidos grosseiros, areia, graxas e óleos. Grades e caixas de areia, dessandetizadores.

o   Decantadores primários ou flotadores (DAF) se necessário.

2.     Tratamento anaeróbio (UASB ou reator anaeróbio de fluxo ascendente)

o   Reduz carga orgânica (COD) alta e produz biogás (metano). Bom para leachates com alta carga orgânica e clima quente (boa atividade bacteriana).

o   Parâmetros de projeto típicos (valores de referência; detalhar em projeto executivo): OLR (kg COD/m³·d), tempo hidráulico de retenção (HRT) entre 0,5–3 dias dependendo da força do chorume e do arranjo.

3.     Equalização / tolvas entre etapas (caso necessário).

4.     Tratamento aeróbio de polimento

o   Sistema SBR (reactor sequencial por batelada) ou reator aerado contínuo; alternativa mais compacta: MBBR/MBR (membranas) se se deseja efluente muito limpo para reúso.

o   Objetivo: reduzir BOD/COD remanescente, amônia (com nitrificação/desnitrificação, se necessário) e sólidos suspensos.

5.     Tratamento terciário

o   Filtração rápida, filtros de areia, carvão ativado (GAC) para remover compostos recalcitrantes, cor e odor.

o   Desinfecção (UV ou cloro) se efluente for lançado em corpos d’água ou usado em reúso não potável.

6.     Lodo e rejeitos

o   Lodos do tratamento anaeróbio/aeróbio devem ser manejados (espessamento, digestão adicional, secagem e destino final seguro). Não pode voltar diretamente ao aterro sem avaliação.

5.2. Alternativas e adaptações locais

·        Wetlands construídos (polishing) — útil como etapa final de polimento em projetos com espaço e bom manejo, aproveitando clima quente; custo operacional baixo, porém maior área ocupada e sensível a vetores.

·        MBR (membranas) — excelente qualidade de efluente, porém custo de CAPEX e OPEX maior; adequado se exigências de descarga forem rígidas.

·        Oxidação avançada (AOP) — para compostos refratários, custo alto; uso pontual como pós-tratamento.


6) Aproveitamento do biogás

·        Poços de extração intercalados, coleta em rede, compressão e tratamento para uso em motores geradores (CHP) ou para flare temporário. Para plantas médias, motores genset 250–1000 kW são comuns.

·        Dimensionamento do aproveitamento dependerá do potencial de geração (que é função da massa e idade dos resíduos). O biogás reduz emissões de metano e oferece receita pela energia gerada.


7) Controle de qualidade do efluente (parâmetros e limites)

Monitore o efluente tratado (antes de descarte) para:

·        pH

·        DQO (COD) e DBO5 (BOD)

·        Sólidos Suspendidos Totais (TSS)

·        Amônia (NH₄⁺) e nitrito/nitrato (se houver nitrificação)

·        Nutrientes (P, N) se aplicável

·        Metais pesados (Cd, Pb, Hg, Cr, Ni) — conforme origem industrial próxima

·        Óleos e graxas

·        Coliformes (se descarga superficial)

Frequência: inicialmente diário durante partida e comissionamento; depois 1–3x/semana, ajustando para mensal quando operação estabilizada. Sempre atender limites estabelecidos pelo órgão ambiental (SEMMA/IBAMA/CONAMA locais).


8) Equipamentos e redundância (recomendações operacionais)

·        Bombas de chorume: 2 + 1 (n+1) em cada sump/estação (uma em operação, outra standby). Material anticorrosivo (SS316/PE revestido).

·        Painel SCADA para monitoramento remoto (níveis, vazões, falhas).

·        Espaço para expansão da estação de tratamento (modularidade).

·        Laboratório básico on-site para análises rápidas (pH, DQO, DBO, sólidos).

·        Contrato de manutenção preventiva para bombas, sopradores e compressores.

·        Plano de contingência para transbordamento: reservatórios de emergência, bacias de retenção e capacidade extra nos tanques de equalização.


9) Monitoramento ambiental e gestão de risco

·        Poços de monitoramento de água subterrânea (montante/ jusante) — mensal na fase inicial; trimestral após estabilização.

·        Monitoramento de emissões gasosas (metano na gerência de superfície), ruído e odores.

·        Relatórios trimestrais de operação e desempenho ao órgão ambiental e à comunidade.

·        Plano de comunicação com comunidades vizinhas e comitê de meio ambiente local.


10) Manutenção e rotina operacional (checklist básico)

·        Diário: inspeção de sumps, sondas de nível, bombas; verificação de sistemas de coleta de chorume; verificação de odor e ruído.

·        Semanal: verificação de bombas, limpeza de grades, verificação de vazões e medições rápidas (pH, temperatura).

·        Mensal: amostragem e ensaios laboratoriais completos; inspeção da liner/geomembrana (visual); checagem da integridade das soldas (conforme plano).

·        Semestral: manutenção preditiva de motores e sopradores; inspeção geotécnica de taludes.

·        Anual: relatório de desempenho e auditoria ambiental.


11) Custos indicativos (ordens de grandeza)

·        Linha de impermeabilização (liner + drenos + tubulações): varia fortemente com área e dificuldades geotécnicas — pode ser dezenas a algumas centenas de milhões de reais.

·        Estação de tratamento de chorume (600–800 m³/dia) com UASB + polimento aeróbio + filtros terciários: custo de CAPEX típico variável entre R$ 5–40 milhões dependendo da tecnologia (UASB + aeróbio mais barato; MBR/MBR mais caro).

·        Operação (OPEX): pessoal, energia, insumos químicos, manutenção — provisionar anualmente 5–15% do CAPEX como ordem de magnitude (depende do arranjo e custo local de energia/mão de obra).

Observação: esses valores são orientativos. Projetos executivos e orçamentos locais (com fornecedores e levantamentos geotécnicos) são necessários.


12) Recomendações finais (próximos passos técnicos)

1.     Levantamento hidrogeológico e pluviométrico do sítio proposto (BR-174, após lixão) — definir nível d’água, fluxo de lençol e risco de enchentes.

2.     Campanha de monitoramento de chorume atual no lixão existente (2–3 meses) para caracterizar cargas (COD, BOD, sólidos, amônia) e calibrar o projeto da ETL.

3.     Projeto executivo de impermeabilização e LCS por empresa especializada em aterros.

4.     Projeto da Estação de Tratamento (ETL) com estudos de alternativas (UASB+SBR vs MBR vs wetlands) e análise de custo-benefício.

5.     Plano de licenciamento ambiental (EIA/RIMA) incluindo medidas mitigadoras, plano de uso de biogás e inclusão de cooperativas de catadores.

6.     Prova-piloto (reactor piloto UASB + leito de polimento) para validar desempenho com o chorume local antes de escalar

Minuta de Projeto de Lei Municipal – Estrutura Resumida

·        Exposição de motivos: fundamento ambiental, sanitário e de interesse público.

·        Artigo 1: Autoriza a Prefeitura a implementar Aterro Sanitário na BR-174 conforme projeto técnico aprovado.

·        Artigo 2: Determina realização de EIA/RIMA e condicionantes ambientais.

·        Artigo 3: Autoriza celebração de parcerias e contratos de PPP para construção e operação.

·        Artigo 4: Estabelece Comitê Gestor e obrigações de transparência e participação social.

·        Artigo 5: Prevê medidas de inclusão social para catadores e incentivos à reciclagem.

·        Artigo 6: Define mecanismos de fiscalização, penalidades administrativas e revisão periódica do contrato.

·        Disposições finais: vigência, diretrizes orçamentárias e medidas de transição dos pontos de descarte informais.

Projeto de Lei Municipal no. _____ 2026 – Redação Final para protocolo

Dispõe sobre a criação, implantação, gestão e operação do Complexo Ambiental “Manaus Limpa e Sustentável” (Aterro Sanitário Municipal), institui o Fundo Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos e dá outras providências.

A CÂMARA MUNICIPAL DE MANAUS decreta:

CAPÍTULO I — Da Criação, Denominação e Finalidade

Art. 1º Fica criado, no âmbito do Município de Manaus, o Complexo Ambiental “Manaus Limpa e Sustentável”, integrante da política municipal de gestão de resíduos sólidos urbanos, destinado à disposição final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos urbanos, à promoção da reciclagem, ao aproveitamento energético do biogás, à inclusão social de catadores e à recuperação ambiental de áreas degradadas.

Art. 2º O Complexo terá as seguintes finalidades:

I — proteção do solo, das águas superficiais e subterrâneas e do ambiente urbano;

II — controle, tratamento e destinação adequada de lixiviados;

III — captação, controle e aproveitamento energético de biogás;

IV — estabelecimento de polo integrado de triagem, reciclagem e logística reversa;

V — inclusão produtiva e formalização de catadores;

VI — redução de emissões de gases de efeito estufa e promoção de geração de energia renovável;

 VII — promoção de educação ambiental, pesquisa e inovação técnico-científica.

CAPÍTULO II — Da Localização e do Licenciamento Ambiental

Art. 3º O Complexo será implantado em área a ser delimitada tecnicamente nas proximidades da BR-174, observados o zoneamento ambiental municipal e estadual, as condicionantes do licenciamento e as distâncias mínimas de corpos hídricos, assentamentos humanos e áreas de preservação.

Art. 4º A implantação e a operação dependerão da obtenção de licença ambiental prévia, de instalação e de operação, bem como da aprovação de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), que deverão contemplar, no mínimo: diagnóstico ambiental e social; análise de alternativas locacionais; estudo geotécnico e hidrológico; avaliação de riscos; plano de monitoramento ambiental; plano de emergência; medidas de mitigação; e Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, regida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei n.º 12.305, de 2 de agosto de 2010.

Art. 5º O processo de licenciamento exigirá realização de consultas públicas, audiência com comunidades afetadas e ampla divulgação dos estudos técnicos, respeitando-se princípios de transparência e participação social.

CAPÍTULO III — Dos Requisitos Técnicos e Operacionais

Art. 6º O projeto executivo do Complexo deverá obedecer às normas técnicas aplicáveis e conter, como requisitos mínimos:

I — sistema de impermeabilização composto (geomembrana PEAD sobre camada de base; argila compactada quando exigida);

II — sistema de drenagem superficial e interceptação de águas pluviais;

III — sistema de coleta, tratamento e disposição final de lixiviados com alternativas tecnológicas comprovadas. Criação de espaços para receber lixos especiais, como o hospitalar, que oferecem um risco maior de contaminação;

IV — rede de captação de biogás com flare, unidades de conversão energética, medição e sistema de monitoramento de emissões;

V — células modulares com cobertura progressiva;

VI — área de recepção, pátio de pesagem, triagem manual e mecanizada e área destinada a cooperativas;

VII — sistema de monitoramento contínuo do lençol freático, poços de amostragem e monitoramento da qualidade do ar;

VIII — infraestrutura de apoio (administração, sanitários, refeitório, sala de primeiros socorros) e equipamentos de proteção individual (EPI);

IX — planos de controle de vetores, ruído, iluminação e acessos pavimentados internos.

§1º O projeto executivo deverá incluir estudo geotécnico detalhado, plano de contenção de erosão e medidas para proteção de corpos hídricos.

§2º Serão definidos indicadores de desempenho (KPIs) contratuais, incluindo percentual de captura de biogás, percentual de recuperação de recicláveis, eficiência de tratamento de lixiviados e indicadores socioeconômicos das cooperativas.

CAPÍTULO IV — Da Gestão, Contratação e Governança

Art. 7º A gestão e operação poderão ser realizadas diretamente pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (SEMULSP) em articulação com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMMASA), ou mediante contratação mediante procedimento licitatório — inclusive Parceria Público-Privada (PPP), concessão administrativa ou contrato de desempenho — observadas as normas legais aplicáveis, em especial a norma ABNT NBR 8419/1992, de forma que a sua vida útil seja de no mínimo dez anos. Após o encerramento das atividades, o aterro deve ser monitorado por mais dez anos, pois a produção de chorume e de gases tóxicos continua acontecendo.

Art. 8º Os contratos de operação deverão prever metas de desempenho ambiental e social, cronograma de implantação, cláusulas de reversão, garantias, mecanismos de pagamento por desempenho, penalidades por descumprimento, obrigações de manutenção e programas de inclusão social.

Art. 9º Fica instituído o Comitê Gestor do Complexo Ambiental, composto por representantes da Prefeitura, da Câmara Municipal, de órgãos estaduais e federais competentes, do Ministério Público, de associações e cooperativas de catadores e da sociedade civil, com competências de fiscalização técnica e financeira, aprovação de planos operacionais, acompanhamento do cumprimento de condicionantes ambientais e deliberação sobre políticas tarifárias e subsídios.

§1º O Comitê Gestor funcionará com regimento interno aprovado pelo Poder Executivo no prazo previsto no art. 21.

§2º As decisões do Comitê serão públicas e registradas em ata disponibilizada no portal do Complexo.

CAPÍTULO V — Do Fundo Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos

Art. 10º Fica criado o Fundo Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos (FMGRS), de natureza contábil e especial, destinado a financiar implantação, operação, manutenção, programas de educação ambiental, infraestrutura de reciclagem, incentivos às cooperativas de catadores e investimentos em tecnologia ambiental.

Art. 11º Constituem receitas do FMGRS: dotações orçamentárias municipais; transferências estaduais, federais e internacionais; receitas de contratos e PPP; receitas advindas da comercialização de energia e materiais recicláveis; multas e outras receitas legais.

§1º A gestão financeira do FMGRS observará regulamento específico, com prestação de contas trimestral e auditoria anual independente.

CAPÍTULO VI — Da Inclusão Social, Trabalho e Saúde Ocupacional

Art. 12º O Município deverá promover a integração e formalização de catadores por meio de:

I — priorização de cooperativas legalmente constituídas nos processos de contratação de serviços de triagem e logística reversa;

II — oferta de infraestrutura digna (áreas de triagem cobertas, sanitários, refeitório, instalações administrativas e EPI);

III — programas de capacitação técnica, formalização jurídica, assistência a empreendedorismo e acesso a microcrédito;

IV — garantias de remuneração justa, observância da legislação trabalhista e previdenciária;

V — políticas contínuas de saúde ocupacional, vacinação e atendimento médico periódico.

Art. 13º Os contratos com cooperativas e prestadores de serviços deverão prever cláusulas de proteção trabalhista, segurança e capacitação.

CAPÍTULO VII — Do Aproveitamento Energético e Comercialização

Art. 14º O biogás captado será prioritariamente destinado ao atendimento das demandas públicas locais (escolas, unidades de saúde e equipamentos municipais), podendo o excedente ser comercializado, observadas as normas da ANEEL e demais órgãos reguladores e a legislação aplicável.

Parágrafo único. Parte das receitas provenientes da comercialização de energia e créditos de carbono será destinada ao FMGRS para manutenção, reinvestimento tecnológico e financiamento de programas sociais.

CAPÍTULO VIII — Da Transparência, Monitoramento e Indicadores

Art. 15º A Prefeitura ficará responsável pela manutenção de portal público com informações atualizadas trimestralmente sobre: volume e tipologia de resíduos recebidos; toneladas de recicláveis recuperadas; volume de lixiviado tratado e destino final; quantidade de biogás captado e energia gerada; resultados do monitoramento do lençol freático; qualidade do ar; e relatórios financeiros do FMGRS.

Art. 16º Relatórios técnicos e laudos de monitoramento deverão ser apresentados trimestralmente ao Comitê Gestor, aos órgãos de controle externo e ao Ministério Público.

CAPÍTULO IX — Da Fiscalização, Sanções e Responsabilidades

Art. 17º O descumprimento das obrigações legais e contratuais sujeitará o infrator, público ou privado, às sanções administrativas, civis e penais cabíveis, além da obrigação de reparar danos ambientais, sem prejuízo de medidas cautelares e de execução de medidas de remediação.

Art. 18º O Município deverá manter sistema contínuo de auditoria técnica e ambiental e garantir acesso aos relatórios por órgãos de controle e pela sociedade.

CAPÍTULO X — Do Orçamento e Tarifação

Art. 19º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, podendo ser suplementadas por recursos estaduais, federais, multilaterais e por operações de crédito destinadas a projetos ambientais sustentáveis.

Art. 20º Poderá ser instituída tarifa técnica de disposição final, regulamentada de modo a assegurar sustentabilidade econômica do serviço, proteção social a famílias de baixa renda por meio de subsídios e mecanismos de tarifação diferenciada conforme vulnerabilidade.

CAPÍTULO XI — Disposições Transitórias e Regulamentação

Art. 21º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da sua publicação, por meio de decreto que estabelecerá: diretrizes para edital de licitação/contratação; critérios de formação e funcionamento do Comitê Gestor; regimento interno; regras de governança do FMGRS; modelo de prestação de contas; critérios de priorização de cooperativas; e normas para transparência.

Art. 22º Até a implantação do Complexo, a Prefeitura apresentará à Câmara Municipal, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias da publicação desta Lei, plano de transição para erradicação de pontos de descarte irregular, com metas e cronograma para o período 0–24 meses.

Art. 23º Serão promovidas audiências públicas periódicas durante as fases de implantação e operação, com ampla divulgação.

Art. 24º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

ANEXOS (integram esta Lei)

I — Termo de Referência para elaboração do EIA/RIMA;

II — Diretrizes mínimas do projeto executivo (impermeabilização, monitoramento, contornos técnicos); III — Modelo de minuta de edital para PPP/contratação;

IV — Linha de indicadores (KPIs) a serem incorporados aos contratos;

V — Plano mínimo de inclusão de catadores e medidas de saúde ocupacional.

Manaus, ___ de __________ de 2025.

 

Assinatura: Presidente da Câmara Municipal

Assinatura: Prefeito Municipal

Minuta do Decreto Regulamentador – Sumário Executivo (texto para desenvolvimento)

1.     Competências das Secretarias (SEMULSP coordenação operacional; SEMMASA licenciamento e fiscalização técnica).

2.     Regimento interno do Comitê Gestor: composição, mandato, quórum, processo decisório e publicação de atas.

3.     Regras de constituição e governança do FMGRS: aplicação de recursos, prestação de contas e auditoria.

4.     Critérios para edital de PPP/contratação: qualificação técnica, garantias de performance, indicadores KPIs, cláusulas de inclusão social.

5.     Procedimento de priorização e habilitação de cooperativas de catadores, infraestrutura mínima e critérios remuneratórios.

6.     Procedimentos de transparência: portal ambiental, periodicidade de relatórios e acesso a laudos.

7.     Metodologia para cálculo e aplicação de tarifa técnica e mecanismos de subsídio.

8.     Prazos e responsabilidades para elaboração de planos de transição da gestão de resíduos e erradicação de pontos irregulares.