sábado, 2 de novembro de 2024

PAPAGUARA S.A. – MASSAS ALIMENTÍCIAS



Foi inaugurada às 11:30 do dia 11 de dezembro de 1966, na Avenida João Coelho, 2.164 (atual Avenida Constantino Nery), tendo como Diretor-Presidente o Senhor Antônio Simões. Um empreendimento arrojado e avançado para a época, contando com um forno Eletro-Vulcão, construído em São Paulo pela firma Útil S.A. – Indústrias Metalúrgicas. Um equipamento que produzia, em oito horas, quatro mil e quinhentos quilos de bolachas ou biscoitos. Produzia, também, três mil quilos diários de macarrão, além de pão.
A fábrica possuía uma área coberta de dezessete metros e setenta centímetros de frente por oitenta e oito metros de fundos. O empreendimento contou com financiamentos do Banco do Brasil e do Banco do Estado do Amazonas, com um investimento de cento e oitenta milhões de cruzeiros. A diretoria era composta por: Antônio Andrade Simões (Presidente), Délio Santiago Farias (Diretor Comercial), Nestor Neves (Diretor Industrial) e Wilson Guimarães de Oliveira (Diretor Secretário).
A inauguração contou com a presença do governador em exercício, Doutor Anfremon Monteiro, que cortou a fita simbólica e oficializou a nova fábrica. Em seu discurso, enalteceu a obra e parabenizou seus criadores pelo empreendimento de grande interesse para o Estado do Amazonas. Também estiveram presentes o Arcebispo Dom João de Souza Lima, que proferiu as bênçãos de Deus, o Cel. Neper Alencar, Chefe da Casa Militar, e João Furtado de Mendonça, presidente da Federação das Indústrias do Amazonas. Os diretores e empregados inauguraram uma placa de bronze em homenagem ao presidente, que ficou surpreso e emocionado.
O Diretor David Melo fez o seguinte discurso: “Pode-se dizer que o estabelecimento industrial que agora se inaugura teve sua semente plantada no distante ano de 1904, quando o lusitano Clemente Rodrigues Simões constituiu a firma Simões & Cia., na Rua Barão de São Domingos, onde ainda hoje funciona a Fábrica Brasil. Nessa firma social de seu genitor, Antônio Andrade de Simões, Diretor-presidente da atual Papaguara S.A. – Massas Alimentícias, trabalhou como empregado, realizando serviços chamados de ‘banca’, sendo admitido como sócio em 1947. Houve um desdobramento da firma Simões & Cia. em 1957, quando foi constituída a Panificação e Pastifício Guarani Ltda., da qual surgiu a sigla Papaguara, composta pelos quotistas Antônio de Andrade Simões, Manoel Alexandre dos Santos, Antônio Alexandre Pereira, Delio Farias e Nestor Neves, todos eles que começaram sua vida como empregados.
Transformação jurídica operou-se na sociedade por cotas de responsabilidade limitada, que passou a ser por ações em 15 de outubro de 1962, surgindo a Papaguara S.A. – Massas Alimentícias, cuja primeira diretoria, ainda em exercício, ficou constituída por Antônio Andrade Simões, Delio Farias, Nestor Neves e Ilson Oliveira. Em julho de 1962, iniciou-se a construção do prédio desta fábrica, cujo equipamento para bolachas e biscoitos existe em três ou quatro estabelecimentos similares nas grandes capitais do país. A seção de macarrão está montada com equipamento da SIam – Torquato de Tella S.A. e com secadores de Saima S.A.
A Fábrica Papaguara foi projetada e executada com observância dos requisitos técnicos necessários para oferecer ao nosso Estado um estabelecimento à altura de seu progresso e desenvolvimento. Na fase experimental, foi contratado um profissional de renome internacional, a fim de que os produtos aqui produzidos, pelos processos mais recentes e sob rigorosas condições de higiene, em nada fiquem devendo quanto à composição, sabor e apresentação aos produtos das grandes praças, ainda assim vendidos por preços bem acessíveis.
A Diretoria sente-se no dever de expressar seu reconhecimento a quantos colaboraram para a concretização deste empreendimento, pois o fruto dessa colaboração é um atestado das excelências dos regimes democráticos, que asseguram e estimulam a livre empresa, como uma das condições básicas para a prosperidade e bem-estar de um povo, dando ainda a oportunidade aos homens de trabalho, iniciativa e visão. Moção especial aos empregados da casa, às autoridades, aos comerciantes e industriais, aos senhores e senhoras, a todos, enfim, nossa maior gratidão.”
Passados mais de sessenta anos, quem passa pela Avenida Constantino Nery, em direção aos bairros, nota um pequeno prédio em frente ao Colégio Solon de Lucena, praticamente abandonado, e ao seu lado um outro prédio com fachada mais moderna, também abandonado, com fundos na Avenida Djalma Batista. Os mais jovens sequer imaginam que naquele local foi instalada a Fábrica Papaguara e a Fábrica da Coca-Cola.
Não entendo até hoje o motivo deste abandono por parte dos atuais diretores do Grupo Simões. Para quem não sabe, o referido grupo é atualmente formado por seis empresas e uma sede administrativa, organizadas em três grandes divisões: Gases Industriais, Veículos e Logística Portuária. Localizadas nos estados do Pará, Rondônia e Amazonas, geram mais de 500 empregos diretos, além de tantos outros indiretos – resultado do desdobramento das atividades com clientes e fornecedores. Incluem a Fábrica da Coca-Cola, Terminal Portuário de Novo Remanso, Carboman, Murano Veículos e Shizen Veículos.

Homenagem aos Entes Queridos e Vizinhos

 

                                                           Foto: José Rocha

Jose Rocha

Hoje, 02 de novembro, é um dia especial para refletir sobre a vida e homenagear àqueles que fizeram parte de nossas vidas, sejam familiares, vizinhos ou amigos que deixaram suas marcas.

Lembro-me do meu tio José Martins, um cearense que veio jovem para Manaus e nos deixou poucos anos depois. Meu irmão primogênito, José Rui, partiu quando ainda era um bebê, uma dor que marcou profundamente nossa família.

Minha primeira experiência com a perda foi aos dez anos, com o velório da minha avó paterna, Lídia Martins. Ela cuidou de mim e dos meus irmãos desde o nosso nascimento até seus últimos dias. Tempos depois, perdi também minha avó materna, Maria Soares, que sempre era uma presença querida em nossa casa.

Minha mãe, Neli Soares, sofreu longamente com o diabete, ficando cega e precisando amputar parte da perna. Seu sofrimento foi imenso, mas sua bondade e amor continuam presentes em minha memória. Sinto sua falta todos os dias.

Meu pai, o querido Rochinha do Violão, foi um batalhador que passou muitos anos em uma cadeira de rodas. Cuidei dele até seu último suspiro. A dor de perder meu primeiro netinho, que nasceu prematuro e faleceu em seguida, ainda ecoa. Também perdi meu sobrinho recém-nascido, filho do Rocha Filho.

Entre outros parentes queridos que partiram estão minha tia Margarida, e meus tios Roberto, Manuel e Raimundo. A saudade se estende a inúmeros primos e tantos vizinhos e amigos, como Quirino, Bahia, Boanerges, Geovina, Lucy, Cilo, Deusa, Taca, Branco, Lindalva, Walder, Dorval, Nascimento, Morena, Paulinho, Zé Maria, Lapinha, Renato Chaves, Edson, Dona Vanda, Tia Daka, Tio Jorge, Compadre Otávio, Paulinho, Anubio, Madeira, Joaninha, Nelvia, Pedro, Dona Isabel, Mendonça, Jordan, Mira, Dona Ramide, Radize, Virginia, Padrinho Acrísio, Regina, Rui, Bringel e Dona Mariazinha, Tiko, Sarto, Conte Telles, Hélio, Goiaba, Dona Noêmia Bitar, Dona Maria Geovina e Senhor Zé, Toscano, Marcus, Armando, Carlinhos, Marcão, Dudu Braga, Dona Branca, Jokka, Pinha, Palheta e tantos outros que cumpriram sua missão e voltaram à terra, com seus espíritos elevados a um plano superior.

Hoje, prestamos nossa homenagem a todos esses entes queridos, cujas lembranças permanecem vivas em nossos corações. Que eles encontrem paz e que suas memórias sejam uma luz que continua a nos guiar. 
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— em Cemitério São João Batista