Basta ouvir uma música das
antigas que marcaram a minha juventude, para viajar no passado e lembrar-me de
passagens poucas e boas dos tempos juvenis de minha vida e dos meus amigos de
outrora.
Pois bem, hoje, resolvi ficar
quieto em meu barraco, tomando uma “água que passarinho não bebe” e ouvindo uma
seleção das boas no Youtube Music, quando de repetente toca uma que marcou toda
uma geração.
Era a música “Jaraqui Tarado”,
aliás, “Borbulhas de Amor”, do conterrâneo de meu pai, o cearense Fagner.
É mais ou menos assim:
“...Quem dera ser
um peixe
Para em teu límpido aquário mergulhar
Fazer borbulhas de amor p'ra te encantar
Passar a noite em claro
Dentro de ti um
peixe
Para enfeitar de corais tua cintura
Fazer silhuetas de amor à luz da lua
Saciar esta loucura
Dentro de ti...”
Viajei no tempo e no espaço, estava
no “Bar Marreiros”, na entrada do Bairro do Parque Dez, onde é hoje um Posto de
Gasolina, curtindo e dançando um samba da melhor qualidade com uma “cabrocha” e
em companhia da minha “turma (grupo de amigos)” do Conjunto dos Jornalistas.
Somente a fuleiragem: Iracildo
Campelo, Jorge Parente, Tony Biondo, For Make Love, Junior Calcinha, Zé Galinha, Marcelo Lambaceiro, Klinger
Peninha, Léo da Sefaz, Marcus Klain, Flávio Lauria, Zezinho e Martha, Pelé Eu
Hein (motora do Gilberto), Selma Goiana, Mauro e outras sumidades.
Ali era uns dos nossos “points” para
os encontros etílicos-dançantes das sextas calientes da nossa “Manô de Mil Contrastes”.
Certa vez, dentre várias delas,
estava calibrado, quando olhei para uma mulher bela e magrinha, fui me aproximando
todo faceiro para dançar com aquela beldade, pois naquela época eu era um “pé
de valsa” e um “cansa puta”. Pense. Pois bem, quando cheguei próximo me deparei
com “um armário de quatro maleiros”, não sei o porquê desta chama que tenho por
mulheres belas e gordinhas. Sei, não!
Eu comecei a frequentar o Bar Marreiros
quando ainda era jovem, passava por lá em companhia do Klinger Peninha (meu
colega do Colégio Solon de Lucena, depois, vizinho do Conjunto dos Jornalistas).
Tempos depois casei, vieram os filhos
e as broncas do dia-a-dia. O meu casamento estava quem nem “rede velha” quebrando
os punhos a cada dormida.
Quando o bicho pegou geral, separei e
voltei a dançar e a paquerar as “minas” do Bar Marreiros e adjacências, parecia
que estava preso fazia um tempão. O leão estava solto na cidade a procura de carne nova.
Depois longo tempo ficou apenas a
saudade do Bar Marreiro ao ouvir a música do Jaraqui Tarado, com a Borbulha de Amor.
É isso ai.