Em 2014, ano da Copa do Mundo de Futebol, o Brasil foi palco de um dos maiores eventos esportivos do planeta. Manaus, nossa querida cidade, foi agraciada com quatro jogos, o que nos encheu de orgulho. No entanto, esse evento também deixou alguns dissabores que perduram até hoje.
Para que o evento ocorresse em nossa
cidade, o governo federal e estadual realizaram pesados investimentos para
adequar a infraestrutura ao megaevento, tudo ditado e supervisionado pela
Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA). O Estádio Vivaldo Lima foi
demolido em 12 de julho de 2010 para dar lugar à “Arena da Amazônia”. Tempos
depois, por força de lei, passou a chamar-se “Arena da Amazônia Vivaldo Lima”,
como forma de preservar um pouco de nossa história.
Para o treinamento dos jogadores
antes dos quatro jogos, foram credenciados três campos de futebol, entre eles o
antigo Campo da Colina (São Raimundo) e o Estádio Municipal Carlos Zamith
(Aleixo), com todas as obras sendo supervisionadas para estarem dentro do
chamado “Padrão FIFA”.
Passados 10 anos, a Arena da Amazônia
virou um ‘Elefante Branco’, servindo mais para shows musicais do que para
eventos esportivos. O custo elevadíssimo de manutenção afugenta os times
locais, que só jogam lá em grandes eventos com potencial de lotação.
Os Centros de Treinamento, que também
estavam ociosos, tornaram-se a opção dos times locais para jogos de menor
porte. No entanto, por terem sido construídos com o ‘Padrão FIFA’, não levaram
em consideração nosso clima, com seis meses de chuva e seis meses de sol
intenso.
Para exemplificar, o outrora ‘Campo
da Colina’ possuía uma parte coberta para a torcida ‘VIP’. Com a reforma, não
há mais nada que proteja os torcedores do sol inclemente e das chuvas de
inverno.
O Estádio Carlos Zamith é um caso
muito sério. Recentemente, o governo do Estado do Amazonas, em parceria com o
Amazonas FC, investiu uma fortuna para adaptá-lo para um público de dez mil
pagantes. No entanto, apesar de todos os investimentos, não pensaram no
público: não existe nenhuma cobertura para proteger os espectadores do sol e da
chuva.
Com a ascensão do clube Amazonas FC,
mulheres e crianças começaram a frequentar os estádios, o que é muito positivo.
No entanto, percebo o sofrimento deles, principalmente no Carlos Zamith.
Isto é uma vergonha!
O ‘Parque Amazonense’ possuia
cobertura. O Estádio Vivaldo Lima também tinha, assim como o antigo Estádio da
Colina. A atual ‘Arena da Amazônia’ possui cobertura, mas tornou-se
antieconômica para os jogos locais. Os atuais ‘Campo da Colina’ e ‘Carlos
Zamith’, que deveriam ser os ‘Salvadores da Pátria’, deixam todos os
espectadores à mercê do sol e da chuva, pois não possuem nenhuma cobertura.
Isto é, mais uma vez, uma vergonha!