José Rocha
Quando o ano chega ao fim, muitas pessoas veem
apenas a mudança de um calendário, mas outras aproveitam para refletir sobre o
que fizeram e o que pretendem fazer no ano que se inicia. Eu me incluo nesse
segundo grupo.
A minha vida profissional sempre esteve ligada ao
comércio exterior, especialmente na área de importação, pois moro na Zona
Franca de Manaus e sempre encontrei oportunidades nesse ramo.
Com o fruto do meu trabalho, realizei muitos
sonhos: concluí a faculdade, formei uma família, eduquei os meus filhos e
contribuí para a valorização da minha cidade natal, Manaus, divulgando a sua
cultura e os seus encantos.
Desde jovem, eu tinha paixão pela escrita. Aos
vinte e poucos anos, eu fazia um jornalzinho que circulava na empresa onde
trabalhava. Também fui eleito presidente da associação dos funcionários, onde
me dediquei ao bem-estar social dos meus colegas.
Depois de cinquenta anos, retomei a escrita no
BLOGDOROCHA, uma oportunidade única para pesquisar jornais antigos, ler mais
livros, fazer estudos e começar a entender a história da minha cidade.
No começo, eu recebi muitas críticas, e ainda
recebo até hoje, pois escrevo de forma leve, solta, cômica e informal, usando
gírias, alguns palavrões e principalmente o amazonês.
Algumas pessoas me achavam um ignorante, um cara
sem cultura e conhecimento, que ousava escrever um monte de bobagens nas redes
sociais. Todas essas críticas eu aceitava e aceito até hoje como forma de
incentivo para melhorar cada vez mais.
Na época da pandemia, quando quase todas as atividades
ficaram paralisadas, fui obrigado a ficar isolado dentro de casa e até proibido
de abraçar os meus próprios netos, pois poderia transmitir a covid para eles.
Aproveitei esse tempo para reunir os meus
alfarrábios e transformá-los em e-books, ou seja, livros digitais que até hoje
não foram impressos por falta de recursos próprios e de interesse das editoras
e do governo.
A pedido do meu amigo Flávio de Souza, fiz um livro
de sua biografia, que apesar das dificuldades para concluí-lo, foi impresso e
fizemos o seu lançamento no Luso Sporting Club. Evidentemente, que foi um livro
feito por um iniciante, contendo erros e omissões, mas os trezentos exemplares
foram todos vendidos e a edição está esgotada.
Veio a minha aposentadoria, hora de vestir o pijama,
calçar um chinelo, se embalar numa cadeira de macarrão, ler jornais e dormir
durante o dia e a noite, esperando a morte chegar.
Mas eu fiz tudo ao contrário: continuei trabalhando
com o meu filho mais velho, caminhando e fotografando a minha cidade Manaus,
frequentando os bares tradicionais, tomando banho na Ponta Negra e na Praia da
Lua.
Além disso, continuei fazendo o que eu mais gosto:
escrever os meus livros e interagir nas redes sociais. Segundo a escritora
Carolina Santos, “Escrever alivia a alma, enriquece o conhecimento e dá voz a
quem não a tem”.
Ao chegar ao final do ano, renovo a minha fé e a
minha esperança em um mundo melhor e que os meus livros sejam impressos e bem
aceitos por todos vocês.
Feliz Ano Novo!