José Rocha
A “Cheirosa” é uma invenção
dos indígenas da nossa América do Sul. Foi “descoberta” pelos portugueses
quando eles chegaram por essas bandas e relataram aos seus chefes de além-mar
que era um costume muito comum usá-la pelos habitantes do “Pau Brasil”.
A “Cheirosa” é cheia de
histórias. Por incrível que pareça, ela também servia para enterrar mortos no
meio rural. E não era só isso: os escravos também tinham que carregar os
colonos para passear na cidade na “Cheirosa”. Pense num sossego para quem ia
deitado na “Cheirosa”.
As mulheres dos portugueses
deram um toque de classe na “Cheirosa”. Elas enfeitaram-na com franjas e
fizeram de algodão.
Alguns caboclos, quando viajavam
de avião, levavam a danada junto. Pense numa zoeira!
As famílias de antigamente
usavam a “Cheirosa” sem falta, pois não tinha nada melhor para coçar e acabar
com as frieiras.
Um velho amigo tinha um
truque com a “Cheirosa”. Ele a colocava em cima de onde a mulher dormia. De
manhã, ele descia para fazer amor e depois voltava para a “Cheirosa”.
Tem uns caboclos que dizem
que a cobra pode entrar na “Cheirosa”, mas não sai dela nem com raiva. Eles
preferem levar uma picada.
Hoje, quase fim do ano de
2023, resolvi dar um banho na “Cheirosa” para deixá-la mais cheirosa ainda.
Mas, depois do banho merecido, caiu um toró que não foi moleza.
Amanhã ela vai estar
sequinha e, com certeza, vou passar o Ano Novo dentro da minha “Cheirosa”.
Para quem não sabe, a minha
rede de dormir se chama “Cheirosa”.