José Rocha
Minha saudosa mãezinha, a Dona Neli
Soares Fernandes (1923-2003), veio ao mundo no município de Terra Nova,
interior do nosso querido e amado Estado do Amazonas.
Filha de Maria Soares Fernandes e
Mirandolino Raimundo Fernandes.
Veio ainda jovem para Manaus, trabalhando
em algumas casas de família para sobreviver na cidade.
Estudou até o ensino fundamental.
Foi uma costureira de “mão cheia”, além
de ter aprendido com a minha avó Maria Fernandes (amazonense) e a paterna, a
Dona Lídia Pires Martins (cearense), o ofício de fazer remédios fitoterápicos.
Ainda jovem teve uma filha (carreira
solo), a Kelva Soares Fernandes.
Depois, casou com o meu pai, o luthier
José Rocha Martins.
Tiveram 05 (cinco filhos):
José Rui Soares
Martins (falecido prematuramente)
José Rocha Martins Filho
Graciete Fernandes Martins
José Henrique
Soares Martins
José Martins Soares
(José Rocha, nome artístico, em homenagem ao meu pai)
Por sermos filhos de um cearense, todos
os homens foram registrados com o prenome de José, o nosso Santo Padroeiro. A Graciete
seria Maria José, caso não fosse a intervenção de minha mãe para mudar esta
tradição.
Ela teve 07 (sete) netos:
Rocha do Carmo
(falecido prematuramente, filho do Rocha Filho)
Bruna do Carmo
Rocha (filha do Rocha Filho)
Camila Soares
(filha do Henrique)
Lídia Soares (filha
do Henrique)
Alexandre Soares
(meu filho primogênito)
Adriana Soares
(minha filha do meio)
Amanda Soares
(minha filha mais nova)
E,
também, 04 (quatro) bisnetos que não os conheceu em vida:
José Rocha Costa
Soares (faleceu prematuramente, filho da Adriana)
Maria Eduarda Costa
Soares (filha da Adriana)
Victor Bezerra
Soares (filho do Alexandre)
Matheus Costa
Soares (filho da Adriana)
A minha mãe foi uma guerreira, batalhou
muito para ajudar no sustento da prole.
A vida não foi fácil para ela, mas,
sempre admirada e respeitada pela família, amigos e vizinhos, pois possuía “um
coração bom”, ajudando a todos com palavras de carinho, no sustento de alguns
vizinhos que passavam por problemas financeiros, mesmo possuindo parcos
recursos.
Amou os netos como fossem os seus
filhos, principalmente o Alexandre e a Adriana Soares, os meus filhos, e, também
a Camila e a Lídia, filhas do Henrique.
Ontem, no “Almoço das Mães da Top
Shakes”, patrocinado pelo meu filho Alexandre, ele em suas orações lembrou de
sua avó Neli Fernandes, pois quando era ainda uma criança, a mamãe fazia
questão de todas as sextas-feiras fritar peixes para ele e sua irmã, além de
fazer uma comidinha muito gostosa para eles nas quartas-feiras.
Ela, todo “santo dia” ia e voltava a pé
da Vila Paraíso (entre a Rua Tapajós e Avenida Getúlio Vargas) até o Mercado Municipal
Adolpho Lisboa, onde gostava de fazer as suas comprinhas diárias. Muitas pessoas
criticavam este seu esforço diário, no entanto, era uma forma de se exercitar e
comprar produtos “in natura”, pois em épocas passadas morávamos na Igarapé de
Manaus que ficava muito próximo ao “mercadão”.
As suas netas Amanda e Bruna nasceram
depois de seu falecimento, além dos bisnetos.
A minha mãezinha teve esta doença
terrível que acomete muitas pessoas, o Diabetes, sofrendo durante “anos a fio”,
ficando praticamente cega e ainda teve de amputar uma perna.
Foi muito sofrimento no final de sua vida.
Uma pessoa boa de coração não merecia esta maldição. Não sei, por quê, meu Deus?
Em 2003, lembro muito bem, quando ela
faleceu. Após o enterro, caminhei a pé até o “Mirante do Amarelinho”, no bairro
de Educandos, estava desorientado, onde tomei todas e chorei muito. Voltei a pé,
parei no Bar do Armando, bebi e chorei novamente, depois, encontrei com os amigos
da Rua Tapajós, onde continuei a beber e a chorar sem parar, fui para casa,
onde continuei a chorar madrugada adentro.
Hoje, Dia das Mães, estou na sala da casa
onde a minha mãe ficou até falecer, e, em sua homenagem, estou reformando o espaço,
tudo está ficando bonito (vide fotos abaixo), cheio de crucifixos que eram
dela, além de algumas coisinhas suas, pois a sua alma ainda está aqui! É a Sala
da Dona Neli.
Quando estiver totalmente pronta, além
da cozinha, irei convidar os seus filhos, netos e bisnetos para curtirem um
pouco o espaço da matriarca.
A fotografia acima mostra a minha
mãezinha em duas fazes de sua vida. Ela tinha a cor branca, pois o seu pai era
branco (maranhense do cabelo cor de fogo) e a minha avó uma cabocla do interior
(cabelos pretos lisos, parecia uma indígena). O meu irmão mais velho possui a
pele clara, o Rocha Filho, enquanto eu, o Henrique e a Graciete, somos pardos,
pois puxamos para o nosso pai Rocha, um afrodescendente.
Ela me chamava, carinhosamente, de “Meu
Nego”, nada de preconceito, pois sou retinto mesmo.
Sua benção, mamãe Neli Soares Fernandes!
Feliz Dia das Mães!
É isso aí.