A reserva é uma imensa área urbana do governo federal, considerada a maior do mundo, com 10.072 ha., sendo administrada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA; com o crescimento desordenado de Manaus, um dos limites da cidade chegou até as portas desse importante espaço de conservação ambiental – para conscientizar as pessoas da importância dessa reserva, foi criado o Jardim Botânico, ocupando apenas 5% da reserva.
Como se pode observar na foto ao lado, existe uma imensa área degradada ao redor da reserva, são as invasões, foram desmatadas imensas áreas, no seu lugar foram criados novos bairros, existe um foco de pressão muito grande, diariamente a reserva é ameaçada, imaginem o trabalho que os servidores do INPA têm para segurar as fronteiras da reserva.
Por incrível que pareça, para quem dispõe de automóvel, o acesso ao local é muito fácil e rápido, basta seguir pela Avenida Torquato Tapajós até a entrada da Estrada do Tarumã, virar a direita e pegar uma imensa estrada, aberta recentemente, chamada de Avenida Uirapuru, esta via pública é dotada de toda a infraestrutura, o deslocamento é rápido, não existem semáforos em toda a sua extensão, chegando rapidamente aos Conjuntos Renato Souza Pinto e Cidadão, bem mais em frente fica o Jardim Botânico, na Cidade de Deus.
Estive no local, a minha primeira impressão foi incrível, do lado direito existem milhares de casas residenciais e comerciais, com pouquíssima arborização e, do lado esquerdo, a exuberância da floresta Amazônica. Infelizmente, muitas pessoas ao invadirem a floresta, derrubam tudo ao redor, chamam a floresta de “mato” no sentido pejorativo, tudo vira cinzas, depois, constroem as suas casas, os raios solares batem direto, imaginem o calor insuportável que faz; aqueles que derrubam somente quarenta por cento e conservam os outros sessenta da cobertura vegetal, devem, com certeza, ter uma grande qualidade de vida.
Ao entrar no Jardim Botânico, senti que o mesmo está um pouco abandonado, apesar de contar com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Manaus/SEDEMA - falta conservação, não vi um segurança sequer, muito menos guias – estão expostos no local, diversas obras de cerâmicas indígenas, obtidas em Iranduba e Coari, objetos valiosíssimos para os estudos arqueológicos, além de dezenas de plantas devidamente identificados e aquários com peixes da nossa região – tem um folder que me chamou a atenção, trata sobre o ciclo reprodutivo dos Jaraquis da escama fina e da grossa, a reprodução se dá bem no Encontro das Águas, local onde os desalmados empresários querem construir o Porto das Lajes.
Existe uma pequena lousa onde está descrito toda a programação de visitas, caminhadas pelas trilhas, observação de pássaros e borboletas, não foi possível fazer nada, pois os dias e os horários não batiam com o momento em que entrei na reserva – por ser um domingo comemorativo aos dias dos pais, estava em companhia dos meus três filhos e da minha netinha, fomos em busca mudas de plantas ornamentais, lamentavelmente, o Orquidário está necessitando de reparos urgentes e a pessoa que nos atendeu não estava preparada para nos orientar sobre as mudas.
Apesar do aparente descaso da PMM para com o Jardim Botânico, ele possui um papel importantíssimo na educação ambiental dos moradores do entorno, bem como, serve para conscientizar as pessoas sobre a grande importância da Reversa Florestal Adolpho Ducker. Farei outras visitas, aconselho aos moradores de Manaus a fazerem o mesmo.
Foto: Google Earth
Foto: Google Earth
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