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sábado, 11 de abril de 2020

SOMOS OU NÃO POLIGLOTAS?


Confesso que estou em dúvidas sobre qual é o nosso idioma, todos nós sabemos que o oficial é a língua portuguesa, oficiosamente, falamos muita coisa em inglês (speak English), o primeiro foi colocado goela abaixo pelos nossos descobridores (ou invasores) lusitanos, o segundo, está sendo implantado na marra pelo imperialismo norte-americano (em nome da tal globalização), além disso, somos obrigados a conhecer um pouco de espanhol, em decorrência de quase todos os nossos “hermanos” da América do Sul falar esta língua (nas reuniões do MERCOSUL deve-se falar o espanhol), porém, poucos sabem que a nossa língua “mater” (Latim = mãe) é o Tupi-Guarani (Awañene: abanheém - língua de gente). E agora, José? Brasileiros, somos todos poliglotas?

A língua portuguesa é derivada do latim vulgar, foi espalhada pelo mundo quando Portugal estabeleceu um império colonial e comercial, atualmente, ela é falada por mais de 260 milhões de pessoas, sendo oficial no Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial.

Quando alguém não entende o que a outra pessoa está falando é comum dizer “Você está falando Russo!”. Na realidade, a língua portuguesa é muito difícil, pode ter certeza, teremos que estudar a nossa gramática até a morte! E a língua falada no Brasil é diferente da praticada em Portugal, tanto que todos os manuais de produtos importados distinguem a escrita dos dois países. Ainda tem um complicador: o nosso país é continental, dessa forma, falamos o português diferente em cada região: Amazonês, Carioquês, Paulistês, Mineirês, Gauchês, etc.

Quando ousei em montar o meu blog, tive e, ainda tenho uma dificuldade terrível em expor a minhas ideias – ainda bem que existe uma pequena ajuda do “corretor ortográfico” do “Microsoft Words”, do Dicionário eletrônico do Aurélio XXI e da Gramática do Prof. Bechara, além da ajuda dos amigos, assim mesmo é complicado a nossa língua portuguesa, tanto que certa vez escrevi um “post” sobre “Uma Noite de Insônia: O relógio digital da minha cabeceira marca 02 h 31 mim 10 seg., sexta-feira de uma madrugada sem sono! O que fazer com esta insônia? Ler, lembrar do passado, ridicularizar o presente ou viajar para futuro! Não sei o que fazer, estou entediado, talvez seja melhor esperar o sono chegar, mas ele não chega! Terei que fazer alguma coisa, mas o que? Acho melhor escrever, mas escrever o quê e sobre quem? Lá vêm as dúvidas! Acho melhor ligar esta poderosíssima ferramenta - o notebook! Por que não pegar o tradicional papel e a caneta? Não sei, mas quem tem cão, não caça com gato (ou não se paga pet shop), diz o ditado popular! Será? Não importa, terei que escrever independente dos meios! Fiquei a pensar: tenho muitos assuntos para escrever, porém, ainda não dominei a nossa língua culta, que vergonha para um caboclo cinquentão! Vem o consolo: estou no mesmo barco como a grande maioria dos brasileiros, não conhecemos profundamente o nosso idioma; falar é fácil, o coloquial é uma beleza, mas escrever o português de Camões, a coisa toda muda!"

O inglês (English) é uma língua que se desenvolveu na Inglaterra durante a era anglo-saxão, foi difundida, inicialmente, através da influencia militar, econômica, cientifica, política e cultural do Império Britânico, hodiernamente, foi espalhada pelo resto do planeta em decorrência do imperialismo dos norte americano. Cerca de 380 milhões de pessoas falam o inglês como sua primeira língua, perde somente para o chinês mandarim.

Para quem deseja seguir a carreira no setor público, deve conhecer além da nossa difícil gramática, a língua inglesa ou espanhola. Houve uma disseminação violenta das escolas de inglês no nosso país. Tem que falar inglês, senão os jovens não conseguem ter uma boa educação escolar no terceiro grau e pós- graduação: os livros dos “papas” estão escritos em inglês. Hoje, a grande maioria dos jovens domina a língua inglesa aos vinte e dois anos de idade – é a famosa geração “Y”. Coitado de mim, sou da geração “Palmatória”, aprendi a falar e a escrever “mais ou menos” o português pegando bastante bolo; estou tendo uma dificuldade enorme para pronunciar algumas expressões em inglês. Será que papagaio velho aprende a falar? Sei, não!

Não tem jeito, o inglês está no nosso cotidiano – caminhem pelas ruas de Manaus, observe os nomes das lojas, entre nos Shopping Center, traduza o Cardápio dos restaurantes e das lanchonetes, entre nas Lan Houses e Cyber Café, entre nos Orkut, Twitter e Blogs da vida, a grande maioria está em inglês! Pode conferir: Amazon Resgate, Oftal Center, Clinfit, Mobile Moveis, Eye Center, Super Sport, All Tennis, Top Life, Relax Moveis, Fath Copy, Fast Foods, Delivery, Rent a Car, Hot Dog, X-burger, Fitness, Brother, Playboy Motel, entre outras milhares de palavras e frases em inglês.

Lembro de uma velha piada: o cara estudou três anos numa escola de inglês em Manaus, foi para os USA fazer intercâmbio cultural, depois de alguns dias ligou para a sua casa e o seu pai atendeu: - Alô father, cadê a mather, como está a Help, tá tudo very well por ai? O velho respondeu: - Não estou entendendo patavina do que você está falando. Quem quer falar com você é a Quiti. O filho respondeu: - Pô father ainda não aprendi em inglês o que Quiti! Ai o velho detonou: - Quem quer falar é a Qui Ti Pariu, a tua mãe, sai prá lá com esse teu inglês de merda, sêo porra! O cara nunca mais ligou “falando” em inglês!

O espanhol ou castelhano teve a sua origem no norte da Espanha, foi levado para as Américas, África e Ásia com a expansão do Império Espanhol. São 329 milhões de pessoas falando o espanhol como idioma nativo, perdendo somente para o chinês mandarim (também pudera, lá a população é de 1 bilhão e trezentos e vinte milhões de pessoas!) e o inglês.

Na America do sul e Central é oficial o Espanhol, somos os únicos diferentes, aliás, no Tratado de Tordesilhas esta parte da Amazônia pertencia ao Reino da Espanha, caso não fosse a esperteza dos portugueses da época da União Ibérica, estaríamos falando o espanhol (ainda bem!).

Depois de anos olhando somente para o nosso umbigo, finalmente, voltamos a nossa atenção para a América do Sul e Central – o Brasil conseguiu se firmar na política e na economia, passando por todas as turbulências que assolaram o mundo capitalista, tornado-se o tutor de vários países vizinhos. Os nossos “hermanos” não conseguem assimilar a nossa língua, eles dizem que ela é parecida com o francês – moral da estória: tivemos que aprender a falar o famoso Portunhol.

O Tupi-guarani é a nossa língua mãe, quando os portugueses aqui chegaram em 1500, os nossos irmãos das tribos indígenas falavam línguas pertencentes à dita família tupi, existe algumas correntes de pensadores brasileiros que sonham em um dia voltar a falar este idioma no nosso país.

O jornalista Ozias Alves Jr – e-mail Ozias@matriz.com.br escreveu o seguinte: “No primeiro semestre de 1995, assisti na televisão uma reportagem interessante do programa Fantástico, da Rede Globo, sobre a implantação futura da língua Tupi-Guarani como matéria optativa nas escolas públicas do Rio de Janeiro. Hoje, passados cinco anos, o projeto não saiu do papel por falta de professores, mas achei a idéia instigante. Muitos acham a medida um absurdo, outros a consideram fabulosa tal como seria a reação do personagem Policarpo Quaresma, do romance de Lima Barreto intitulado "Triste Fim de Policarpo Quaresma", publicado na segunda metade do século passado. Para quem não conhece essa obra, Quaresma era um cidadão extremamente nacionalista que defendeu obcecadamente a idéia da adoção do Tupi-guarani como língua oficial do Brasil, salientando que o português deveria ser abolido por tratar-se do idioma dos colonizadores. Lembro-me do relato de um senador amazonense chamado Pedro Luís Simpson (1840-1892). Este foi oficial do exército brasileiro na guerra do Paraguai (1865-1870). Conhecedor de nheengatu (tupi-guarani), ele entendia perfeitamente o guarani falado pelos soldados paraguaios prisioneiros interrogados por ele no idioma indígena brasileiro. Simpson foi autor de "Gramática de Língua Brasílica". Aprendeu a língua indígena durante sua infância, em Manaus, Amazonas. Quando garoto, brincava com crianças índias. O nheengatu (tupi-padrão) era o idioma que os padres jesuítas influenciaram os índios a falarem nas missões organizadas por eles na Amazônia”.

O nosso país sediará a Copa de 2014, queira ou não, teremos que falar um segundo idioma, não tem jeito, E agora, José? Não sei não, mas terei que aprender na marra, pois, daqui a alguns anos, terei que escrever nas duas línguas (inglês e português) ou quem sabe nas três (incluindo o espanhol), ou melhor, incluindo também o Tupi-Guarani!

Até logo! Hasta luego! So long! Anauê.

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