Ao visitar o Centro Cultural Palácio Rio Negro, no centro
antigo de Manaus, tive a oportunidade de encontrar várias cristaleiras – foi uma
volta ao passado, pois era comum nas casas dos manauaras de antigamente, exibirem
na sala de estar, um móvel dessa natureza.
A cristaleira vem do século dezessete - é um móvel de
madeira maciça, envidraçada, com espelhos ao fundo, no qual se guardam e expõem
objetos de cristal, como copos, garrafas, compoteiras, jogos de chá etc. – a sua
origem etimológica vem de Cristal + eira.
Em épocas passadas, a cristaleira era um símbolo de luxo e
nobreza, com o tempo, conquistou espaço na decoração, sendo comum nas salas de
estar, tanto dos ricos como nas dos pobres.
Lembrei-me da minha infância: a minha avó Lídia Pires
comprou umas galinhas e um galo pedrês (carijó)
- os primeiros ovos foram
da casca azul,
a molecada de
casa ficou extasiada,
mas ela resolveu
guardá-los em cima de antiga cristaleira. Eu e os meus irmãos escalamos o
móvel ao mesmo tempo.
Com o peso, ela
tombou e caiu de nós,
e foram ovos,
copos e taças
de cristal, xícaras e
bules de porcelana,
tudo foi para
o chão, com
cacos espalhados por
todos os lados.
Resultado: ficamos cortados, mesmo assim, pegamos da vovó uma
bela surra de galho de goiabeira - dias depois, ela resolveu botar o galo e as
galinhas na panela, acabando com a nossa festa.
Segundo as arquitetas de interiores, hoje, as cristaleiras
ficaram mais modernas e adquiriram outros objetos, abrigando vários tipos de
peças, tornando-se multifuncionais, abrigando pequenos objetos, livros raros,
souvenires de viagem, bijuterias, roupas e até a função de bar.
A cristaleira sempre estará na moda - a visita ao Palácio
Rio Negro serviu como fonte de inspiração para essa postagem, pois fez-me
voltar ao passado.
É isso ai.
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