Os padres capuchinhos da
Igreja de São Sebastião desenvolveram, na década de sessenta, um excelente
trabalho na área de educação infantil e juvenil dos menos favorecidos do centro
da cidade de Manaus, com a construção e implantação dos colégios Jardim de
Infância Adalberto Valle, Grupo Escolar Divina Providência e Casa da Divina
Providência.
Naquela época, o ensino
público era de qualidade e, o particular, desenvolvido, na sua grande maioria,
pelos padres e freiras, para evangelização dos pequenos, fazendo parte das obras
sociais da igreja e era gratuito.
O Grupo Escolar Divina
Providência, era voltado para o ensino fundamental, ficava localizada a Rua Frei Lourenço, ao
lado da residência do médico Dr. Arlindo Frota - possuía dois andares, uma
quadra de chão batido, onde eram desenvolvidas as atividades esportivas e
recreativas dos alunos.
Estudei por três anos
nesse colégio – das suas janelas presenciei a demolição do prédio da Secretária
de Saúde (atual Correios) e do Palacete Maximino Corrêa (espigão com o mesmo
nome) - atualmente, funciona uma faculdade da Universidade Paulista (UNIP).
A Casa Divina Providencia,
ficava nas esquinas das ruas Tapajós/Frei Lourenço e Avenida Ramos Ferreira, foi dirigida no
início pela Irmã Tadéa de Manaus. Na década de setenta funcionava ali o Teatro
Juvenil e sede da Juventude Franciscana (JUFRAMA), existia também uma quadra
para jogos de futebol de salão e voleibol, com as atividades comandadas pelo
Frei Fulgêncio Monacelli.
Também guardo boas
lembranças dessa casa, pois eu fazia parte da JUFRAMA e jogava futebol de salão
na sua quadra de esportes. Tempo depois, o local foi alugado para uma loja de
jogos eletrônicos e brinquedos infantis da empresa “Play Center” – bem em frente fica a Banca de Tacacá da Dona Branca (Dona Maria, mãe do Natinho) e a Academia Amazonense de Letras - atualmente, abriga
uma das faculdades da UNIP.
O Jardim de Infância
Adalberto Valle, fica na esquina da Rua Tapajós com a Avenida Ramos Ferreira –
foi construído pelos Padres e Irmãs Capuchinhos, sob o comando do vigário Frei
Lourenco Maria de Porto e Madre Marina Mulungu, contando com o apoio de muitos
benfeitores de Manaus.
Era um colégio padrão,
dirigido pelas Irmãs Missionárias Franciscanas Capuchinhas, com a direção da
Irmã Eustáquia de Tianguá, auxiliada pela Irmã Leonia de Tianguá. O inicio foi
muito difícil para manter o jardim, fizeram diversas campanhas de donativos
para mantê-lo funcionando.
O tempo passou e, o jardim
virou um colégio particular dos mais conceituados de Manaus, com um padrão alto
de ensino, sempre na administração das irmãs missionárias.
Tenho também um vínculo
com esse colégio, pois a minha filha estudou no jardim de infância e, a sua
filha (a minha netinha) ganhou uma bolsa de estudos parcial, começando a
estudar agora.
Os tempos mudaram, o
ensino público tornou-se deficitário, de baixa qualidade e, por outro lado, as
obras sociais no campo da educação desenvolvidas pelas irmãs e padres
capuchinhos continuaram de padrão superior, mas, de forma particular e
remunerada. É isso ai.
Sobre o Dr. Adalberto Valle:
Sobre o Dr. Adalberto Valle:
Dr. Adalberto Ferreira Valle, pessoa ilustre da época que, atuava na cidade como advogado, político e grande empreendedor pelos importantes serviços prestados a sociedade amazonense.
A escola possui como patrono o Dr. Adalberto Valle, nascido em 03 de junho de 1909 na cidade Belém do Pará, veio muito novo para o Amazonas onde seu pai possuía vastas propriedades, realizando em Manaus seus primeiros estudos.
Como acadêmico do curso de Direito transferiu-se para a capital de São Paulo, onde ingressou na “Prudência Capitalização” como auxiliar de escritório. Prosseguindo nos estudos, diplomou-se Bacharel pela Faculdade de São Paulo.
Graças a sua tenacidade e ao seu invulgar tino administrativo e financeiro, alcançou a destacada posição de Presidente da Prudência Capitalização, ocupou também cargo de chefia na Imobiliária Itaoca, na Companhia Brasileira de Fiação e Tecelagem de Juta, na Companhia Boa vista, na Amazontur, na Companhia Brasileira de Exportação, além de membro proeminente do banco Sul Americano.
Apesar de seus assoberbados afazeres no meio da alta finanças e do alto comercio paulistano, não esqueceu jamais da cidade onde passou sua infância e adolescência, retornando para cidade e marcando presença notadamente em Manaus com obras de grande vulto, como a construção do Hotel Amazonas.
Sócio fundador da COPAM, incentivou a construção do edifício do IAPETEC, sobretudo grande entusiasta da construção do aeroporto da Ponta Pelada, ao qual ajudou materialmente, assistiu sua inauguração acompanhado do então Presidente da República Getúlio Vargas.
O povo amazonense pelo reconhecimento do muito que ele fez pela nossa cidade elegeu-o representante na Câmara Federal, sua legislatura terminou em 31 de janeiro de 1963.
No plano da Assistência Social, à infância amazonense ele tornou-se um grande benemérito. O Amazonas sofre sem dúvida uma grande perda com seu falecimento no dia 06 de fevereiro de 1963.
Fontes:
http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/plenario/discursos/escrevendohistoria/Amazonas-Adalberto-Vale.pdf
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