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domingo, 30 de dezembro de 2012
INAUGURAÇÃO DO PAÇO DA LIBERDADE E DA PRAÇA D. PEDRO II
Conhecido como Paço Municipal, seu verdadeiro nome é Paço da Liberdade e sua edificação foi iniciada em 1874. Em 1879, o prédio abrigou o Governo Provincial e, em seguida, com a Proclamação da República, passou a sediar a administração do Governo Republicano. Em 1917, o Governo Municipal instala-se no local. A fachada da construção é um dos primeiros exemplos da arquitetura neoclássica em Manaus. O edifício tem um só pavimento, subdividido em três seções. A parte central é composta por um pórtico com duas colunas e duas pilastras em estilo toscano, onde vê-se o escudo da municipalidade de Manaus. Localizado em frente da Praça Dom Pedro II, o Paço da Liberdade é uma das mais importantes edificações do sítio histórico mais antigo de Manaus, marco do fausto e riqueza que imperaram durante a época áurea da borracha. Os nossos irmãos índios, já habitavam este lugar muito ante do invasor lusitano chegar; recentemente, na tentativa da reforma da Praça e do Paço da Liberdade, foi encontrada no local uma Urna indígena, tornando o local sagrado, pois ali fora um Cemitério Indígena. O sítio arqueológico daquela área, foi pesquisado por um alemão, chegando a conclusão que data entre 100 e 800 anos d.C. Lá pelos anos de 1832, o local era conhecido como Largo do Pelourinho – era uma praça, onde existia uma coluna de madeira (pelourinho), servindo para castigar (açoites) os criminosos de penas leves. Com o término do Pelourinho em 1855, o local recebeu diversas denominações, por último, era conhecido como Largo do Quartel, e, finalmente, Praça D. Pedro II, uma homenagem ao último imperador do Brasil, deposto em 1889 com a proclamação da República - foi remodelado nos anos de 1893/1895, na administração do governador Eduardo Ribeiro.
sábado, 29 de dezembro de 2012
CARTA PARA O ARTUR
Manaus, 29 de Dezembro de
2012
Oi, Neto! Tudo bem? Espero
que quando esta missiva chegar até em tuas mãos, possa te encontrar com saúde
de ferro, com uma fome de leão para administrar a cidade de Manaus e, com a
felicidade do ganhador da mega sena da virada!
Antes de tudo, irei me
apresentar: sou aquele cara que te cumprimentou na Feira de Artesanato da
Avenida Eduardo Ribeiro, quando o nobre amigo ainda estava em campanha, na
época em que ainda podias caminhar sozinho, despreocupado, sem seguranças e cercado de
baba-ovos por todos os lados – sou o filho do luthier Rochinha (um dos artistas
em que você ajudou na tua administração passada), inclusive, ousei em te mandar pelos correios um currículo, pois estou com sede para voltar à ativa e, trabalhar para a
cidade que amo de paixão.
Agora você é o alcaide, o
dono da chave do cofre, o numero um do executivo municipal – pode cantar no
banheiro aquela música do Roberto “Esse Cara Sou Eu” – desculpe por não
tratá-lo por excelência, pois esta carta parece com aquela do meu amigo Ribamar
Mitoso “A Carta Doida” – na realidade, eu sou doido, mas, não sou leso!
O teu vice deu a maior
mancada, achou que era um pavãozinho, o cara se recusou a receber o canudo do TRE,
simplesmente por não ter sido chamado para compor a mesa das autoridades, acho
que você já deu um puxão de orelha no jovem, afinal, você é um macaco velho e, uma
das tuas praias é a diplomacia – mas, o rapaz é bom e está aprendendo!
Outra coisa, eu não sou
baú para ficar guardando coisas – o pessoal do Café do Pina, do Bar do Caldeira
e do Projeto Jaraqui, estão largando o pau na composição do teu secretariado:
Infraestrutura e Habitação
- dizem que o titular nunca sentou um tijolo sequer na vida, muito menos fazer
um traço de cimento, além de não saber nem o que é uma casa meia-água;
Educação - o cara é um engenheiro
rico e, ninguém entendeu o porquê dele deixar a capital federal, a
vice-liderança do DEM e as mordomias de um Deputado Federal, para se meter numa
secretaria municipal;
Juventude, Esporte e Lazer
– o menino atleta ganha todas as eleições para vereador, mas, sempre é chamado
para exercer essa secretaria, está ficando manjado e velho na função.
Implurb – o nomeado
é do ramo – todos esperam apenas que não faça como o seu antecessor: anunciava
um choque de ordem na cidade, mas, ficava de braços cruzados, na moita!
Governo/IMTU – dois
grandes dinossauros que foram desenterrados a pedido do Cabo Pereira;
Requalificação do
Centro – o jovem foi chamado em decorrência de gostar do centro, dizem os
fofoqueiros de plantão que ele é filinho de papai e, que nunca andou a pé pela
Largo do Matriz, muito menos pela Feira da Banana;
Meio Ambiente –
dizem que ela é socióloga e que nunca pisou na floresta amazônica, além de ser
uma gringa – alguém sabe pronunciar “Schweickardt”?
Neto, não leve a
sério as criticas, sabe como é, todo brasileiro é assim, gosta de dá pitaco em
tudo; você jamais irá agradar a gregos e troianos – não esquenta! Outra coisa,
você acertou em cheio quando convidou o Guto, o Ulisses, o Noronha, o Lourenço
e o Valois!
Eu entendo que você
não teve outra escapatória para conseguir apoio de peso para a tua campanha,
deve ter sido angustiante fazer acordos com o capeta do Negão – agora, ele está
cobrando a fatura: emplacou quatro secretários e, não permite a divulgação do
déficit financeiro da prefeitura – um trabalho cuidadoso e apurado em sua
exatidão pelo Castelo. Paciência, isto faz parte do jogo político.
Pois é, mano velho
– estou feliz com a tua conquista e, esperançoso na revitalização do centro
antigo de Manaus - na solução definitiva do abastecimento de água na nossa
cidade - de peitar a máfia que se instalou na concessão do sistema de
transporte público da capital – da regularização da coleta de lixo, da limpeza
da cidade e a implantação da coleta seletiva – substituir o velho e cansado
sistema de tapa-buracos das ruas, com asfaltos de qualidade e que durem pelo
menos quatro anos.
Despeço-me,
desejando quatro anos de grandes realizações para a nossa querida e amada cidade
de Manaus. Abraços
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
PALACETE DA PRAÇA DA SAUDADE
Está localizado nas
esquinas das Ruas Ramos Ferreira e Ferreira Pena, 184, centro de Manaus – foi
construído no período de 1907 e 1908 – ficou durante muitos anos em absoluto
abandono e, no final de 2012 está voltando ao seu esplendor, pois o atual
proprietário está recuperando as portas, janelas, frontispício e varandas, com
a retirada de entulhos, limpeza geral e pintura em todo o imóvel – quem passa
pelo local já nota o quanto aquele prédio é bonito.
Quando ele foi construído,
a nossa Manaus já estava caminhando para a debandada geral, com a chegada do
fim do apogeu da extração/comercialização do primeiro ciclo da borracha
(1879/1912), mesmo assim, o proprietário gastou uma fortuna para construí-lo,
tanto que é considerado um pequeno palácio.
Um dos proprietários foi o
Dr. Fajardo, um médico muito conceituado em nossa cidade, tanto que foi
homenageado para o nome do Hospital Infantil Dr. Fajardo. O local abrigou
também a Faculdade de Engenharia, da antiga Universidade do Amazonas (UA).
Por último, foi adquirido
pelo empresário Adailton Cabral (dono da antiga Verbatim da Amazônia), o qual utilizou o
local como administração central de algumas de suas empresas – tempo depois, foi
alugada para a Prefeitura Municipal de Manaus – com o término do contrato, o
imóvel ficou fechado por vários anos, sendo, finalmente, revitalizado no final
de 2012.
Existe uma luz no fim do
túnel, com relação à revitalização do centro antigo de Manaus, pois a realização
da Copa do Mundo em 2014 exige uma preparação adequada da cidade para receber
os milhares de turistas que virão para a nossa cidade - inclusive, o prefeito
eleito Arthur Neto implantará em 2013, a Secretária Extraordinária para
Requalificação do Centro.
No caso particular do
proprietário do Palacete da Praça da Saudade, o senhor Adailton Cabral, está
fazendo a sua parte, contribuindo para a nossa cidade ficar mais charmosa e
atraente.
Espera-se que os outros
empresários façam o mesmo e, não fiquem somente esperando pelas benesses do
poder público para recuperar os palacetes que estão escondidos (esquecidos)
pelos quatros cantos da cidade. É isso ai.
Observação: os leitores que desejarem acrescentar mais detalhes sobre a história deste imóvel, basta mandar um e-mail para jmsblogdorocha@gmail.com
Fotos: J Martins Rocha
Observação: os leitores que desejarem acrescentar mais detalhes sobre a história deste imóvel, basta mandar um e-mail para jmsblogdorocha@gmail.com
Fotos: J Martins Rocha
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
VISITA AS COMUNIDADES RURAIS NO NATAL
Possuo
um grupo de amigos que, deixam o aconchego dos seus lares, em pleno dia de
Natal, para se dedicarem a filantropia, levando carinho e presentinhos para as
criancinhas carentes das comunidades rurais do Ramal do Pau Rosa, no quilômetro
21 da BR-174.
Este ano, houve um desencontro entre os seus membros, perdemos o contato com o Marcelo (Contador da Petrobrás), Rony Codó e esposa (empresários) e Celeste (funcionária da SEFAZ), pois são dezoitos comunidades que fazem parte de um assentamento administrado pela Prefeitura de Manaus e pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária – acredito que alguns foram para lados opostos (o sinal do celular não funciona naquele lugar).
O
meu grupo era formado pela Socorro Papoula (militante do PT e Presidente da
Federação de Teatro do Amazonas), Eridan Baiana (Secretária da Associação dos
Pecuaristas do Amazonas), Rochinha (bloqueiro e, nada mais) e Jersey Nazareno
(Jornalista e funcionário público municipal), este último desistiu na última
hora, pois iria cobrir o espetáculo de natal “Glorioso” no entorno do Teatro
Amazonas.
Devido
aos excessos da véspera de Natal, houve um atraso na saída do grupo e, como o
café da manhã foi servido quase próximo ao almoço, resolvemos embalar e levar o
famoso “RO – restos de ontem: peru, arroz, maionese, farofa e a macarronada”,
para serem devoradas no meio da tarde em plena selva amazônica.
Os
brinquedos e roupinhas das crianças foram adquiridos pela Socorro Papoula e,
apesar de todo o sacrifício e dificuldades em adquiri-los, em compensação, ela transbordava
felicidade em ver o sorriso de alegria quando os baixinhos recebiam os seus
presentinhos.
Começamos
a fazer a distribuição desde a entrada do ramal - percorremos quatorze
quilômetros de estrada, parando nas casas mais humildes para fazer a entrega
dos presentes – a alegria era geral, meninos, meninas, jovens, adultos e velhos,
todos ficavam felizes com a nossa chegada.
O
nosso almoço foi na Comunidade Boa Sorte, na casa do Vilson, um agricultor que
trabalha com a plantação de verduras e açaí (vende toda a produção nas
quintas-feiras na Feira do Produtor da SEPROR) – ele e a sua esposa são os
lideres da comunidade, em decorre disso, deixamos uma caixa com brinquedos,
bolas de plástico e roupinhas para eles distribuírem para as crianças.
Conversamos
com alguns líderes comunitários, com menção especial a Dona Rosa e Dica - não deu para visitarmos o Perivaldo e o casal
Voinho & Voinha, pois a estrada de acesso estava muito ruim.
A
grande maioria das comunidades sofre com o acesso, pois os ramais são de barro
batido, com muitos buracos e costelas, dificultando enormemente a passagem dos
veículos e, impossibilitando parcialmente quando na época de chuvas.
O
que mais entristece os comunitários é o fato do governo federal ter doado
vários tratores, amassadeiras, pás mecânicas e caçambas para a Prefeitura de
Manaus (SEMPAB), bem como, para a Secretaria Estadual de Produção Rural
(SEPROR) fazerem a manutenção desses ramais, mas, por faltar vontade política
(bom senso), esses equipamentos estão enferrujando e não são utilizados – pura
incompetência e falta de vergonha na cara!
Voltamos
quando já estava anoitecendo, tudo correu bem, graças ao nosso bondoso Deus - levamos de volta o sentimento do dever cumprido
e, deixamos para trás muita felicidade nos corações das crianças carentes das
comunidades rurais. É isso ai.
Fografias: Eridan Baiana e J Martins Rocha
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
NAVIO BENJAMIN,FEZ HISTÓRIA NO ACRE, AGORA ESTÁ AB...
BLOGDOROCHA: NAVIO BENJAMIN,FEZ HISTÓRIA NO ACRE, AGORA ESTÁ AB...: Um leitor do nosso blog, chamado Michael Marinho, mandou um e-mail sobre este Navio: “O motivo pelo que estou escrevendo foi um post que h...
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
A BOLACHA DE MOTOR
Os amazônidas utilizam os barcos
regionais para percorrerem os rios, viajando para lugares que levam até uma
dezena de dias para chegarem ao seu destino, geralmente, o rancho acaba durante
a viagem, sobrando apenas a salvadora da pátria, a famoso bolacha de água de
sal, conhecida carionhosamente pelos ribeirinhos como “bolacha de motor”.
Para quem não sabe, o
motor é um nome dado pelos nossos caboclos, para designar um barco regional,
fabricado, em sua grande maioria, de madeira de lei, servindo para o transporte
de cargas, passageiros e para o ecoturismo.
A bolacha é um alimento
que não pode faltar no café da manhã das embarcações que singram os rios da
Amazônia – a nossa bolacha de motor é bastante dura (capaz de quebrar até uma
dentadura), mas, possui um saber inigualável e, por ser bastante rústica, a sua
durabilidade é muito grande, além de ser muito barata, além de encher o bucho numa boa.
A única fábrica que produz
este tipo de bolacha, em Manaus, é a Fábrica Modelo, um estabelecimento com
quase cem anos, situado na Avenida Joaquim Nabuco, esquina com a Rua José
Paranaguá, inclusive, algumas embalagens já vem com a inscrição “Bolacha de
Motor”, em decorrência da tradição e pelo carinho que os amazonenses têm por
ela.
Conheço um caboclo que
morava em Tabatinga (fronteira com o Peru e a Colômbia), veio para Manaus para
trabalhar no Distrito Industrial – depois de um ano na batalha, tirou férias e,
resolveu visitar os parentes na sua cidade natal – foram dez dias dentro de um
barco regional (ida e volta). Na volta, por ser mais
longa, certo dia, acabou parte do rancho, não tinha mais em quantidade o leite,
o café, o açúcar e a manteiga margarina, restando somente a bolacha de motor, foi
quem salvou a broca da cabocada.
Na semana passada resolvi matar a
saudade dessa bolacha, pois na minha infância ela não podia faltar em casa - fui
até a Padaria Modelo, comprei dois pacotes e, passei uma semana comendo pela manhã
e à noite – lembrei das minhas viagens de barcos pelo interior e, saboreei até a
última “bolacha de motor”. É isso ai.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
BLOGDOROCHA: O ADEUS AO C-115 - O BÚFALO DA AMAZÔNIA
BLOGDOROCHA: O ADEUS AO C-115 - O BÚFALO DA AMAZÔNIA: O avião era chamado de Búfalo, serviu na Amazônia até 2008, quando foi definitivamente desativado; era utilizado no lançamento de pára-...
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
BARCO REGIONAL COMO PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO
Sempre tive
um fascínio pelos rios do Amazonas e, em particular, pelos barcos regionais,
tanto que já fiz inúmeras postagens e publiquei outras tantas fotografias,
mostrando este meio de transporte – recentemente, foi publicado nos meios de
comunicação um trabalho do pesquisador e mestre em Direito Ambiental, Marco
Aurélio de Carvalho Martins, em que faz uma análise da tecnologia naval
amazônica como patrimônio cultural brasileiro.
Esta minha paixão
por rios e barcos regionais, com certeza, está incrustada na minha mente desde
a minha tenra idade, em decorrência de ter morado em “casa flutuante” no Igarapé de Manaus e, na
enchente do Rio Negro, muitos barcos ancoravam em nossa humilde residência,
além do meu genitor ter tido um motor de centro, utilizado para cortar madeiras.
O barulho característico
do motor, o cheiro do óleo diesel, o embalar nas redes, a beleza do leme do motor, o
balançar das bandeiras do Amazonas e do Brasil, a lentidão dos marítimos,
as cargas, as pessoas dormindo, as luzes multicoloridas, o farol, a estreita tábua de acesso,
o som do sinete pedindo marcha, a saída de água da refrigeração, tudo, tudo,
ficou guardado na minha mente.
Fico feliz
quando tenho oportunidade de viajar em barcos regionais, principalmente, para
Parintins, Maués, além dos recreios para as Praias da Lua (Paricatuba/Iranduba)
e Tupé (Zona Rural de Manaus) - pretendo qualquer um dia desses, fazer uma viagem mais longa, pegar um barco no Rodoway (Porto de Manaus) e seguir até Barcelos e São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro.
Sabemos que a Amazônia é entrecortada
por rios, onde praticamente todas as cidades e comunidades são separadas por
águas, em decorrência dessas particularidades, as estradas são os rios e os
Barcos Regionais substituem aos automóveis, levando pessoas e cargas para esse
imenso mundo de meu Deus -, por serem feitos na sua grande maioria de madeira
e, aliado a outros fatores, tem deixado muito a desejar no quesito segurança.
Os barcos construídos no
Estado do Amazonas diferem dos do Pará, pois estes sofrem a influencia do mar,
sendo adaptados a essa realidade. Os nossos barcos possuem as seguintes
características: são feitos em quase toda a sua totalidade de madeira, com os
mais variados tamanhos e tipos, recebendo o nome de “Motor” ou “Recreio”,
dependendo da duração da viagem; a grande maioria é do tipo misto, ou seja,
transportando ao mesmo tempo cargas e passageiros.
O pesquisado Marco Aurélio
Martins afirmou o seguinte: "A tecnologia naval baseada em
madeira é imponente e de extrema relevância, norteando diversos tópicos como
extração da madeira, segurança, transporte de passageiros e mercadorias,
comunicação e desenvolvimento regional, todos eles influenciando e sendo
influenciados pelas conduções naturais da região, faz parte de um desenvolvimento social ligado às
águas da região, considerada a maior bacia hidrográfica do mundo. Os rios e
cursos d’água fazem parte do cotidiano dos amazônidas, relacionando-se ao
desenvolvimento cultural, o que permitiu com que a nossa pesquisa avaliasse a
tecnologia de construção de embarcações como patrimônio cultural da sociedade
brasileira”.
Ao passar pelas feiras e
mercados de Manaus, encontramos muitas miniaturas de barcos regionais, sendo
muito apreciados pelos turistas e, deixados de lado pelos nativos – qualquer um
dia desses irei comprar o meu e, colocá-lo em destaque no meu barraco, afinal,
ele será brevemente considerado por lei, como um patrimônio cultural
brasileiro. É isso ai.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
JARAQUI, O JARACA PARA OS MANOS DE MANAUS
BLOGDOROCHA: JARAQUI, O JARACA PARA OS MANOS DE MANAUS: O Jaraqui tem um nome complicado, conhecido no meio científico como “Semaprochilodus”, para os meus manos caboclos é apelidado simplesmente...
sábado, 8 de dezembro de 2012
DIA DA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
BLOGDOROCHA: DIA DA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO: Hoje é feriado no nosso Estado, com a comemoração da nossa padroeira (santa protetora) do Amazonas, a Nossa Senhora da Conceição. ...
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
O MEU IGARAPÉ DE MANAUS
Ao passar pela ponte da
minha infância, a Ponte Romana I, na Avenida Sete de Setembro, lembrei daquela
famosa música do Chico da Silva “sonho de criança é crescer, ganhar o
mundo, depois dormir, num sono mais profundo...”, num passe de mágica, viajei
ao passado, lembrei dos meus vizinhos do Igarapé de Manaus: Mal Feito a
Martelo, Helio, Soraya, Solon, Artur, Artuzinho, Judico, Zé Roberto, Sabá,
Diva, Norberto, Zé Carlos, Neuza, Adena, Oscar, Diquinha, Márcia, Rosa, Pátria,
Neno, Wanda, Nego Sarto, Zé Inácio, Hilário, Rubinho, Gadelha, Rogério, Goiaba,
Wangler, Sargento, Totonho, Aluisio, Tico, Beto, Nego, João Bringel, Pingo,
Gurgel, Dural, Triunfo, Norma, e, mais uma duas dezenas de outros que não me
recordo dos nomes, mas as fisionomias ficaram marcadas para sempre.
Senti saudade dos pulos da
ponte, dos banhos de rio - os meus pais não permitiam, mas, eu e os meus irmãos
colocávamos os nossos calções num arbusto qualquer e, tomávamos banho pelado,
certa vez, um engraçadinho levou o meu calção, deixei anoitecer e corri pelo
meio da rua, peladinho da silva, passei o maior vexame, foi gozação total, dei
o troco, fiz a mesma coisa com outro moleque.
Acordávamos às cinco da
manhã, deixávamos a Leiteira na porta da nossa casa e, corríamos para pegar manga Rosa, no terreno do Hospital da Beneficente Portuguesa, certa vez, ao
voltar, encontramos um gato lambendo parte do leite derramado, aquilo seria um
motivo para uma boa peia, a solução foi colocar água para completar o litro de
leite, apesar de ficar fraco e com pelos do felídeo, durante o café, com exceção
da mamãe e do papai, ninguém quis saber do leite, tomamos o café puro, os
velhos desconfiaram, não teve jeito, a peia comeu no centro.
As brigas de rua eram
“normais”, existiam muitas rixas com o pessoal da Rua Ipixuna e Major Gabriel -
usávamos somente os braços e as pernas, nada de arma de fogo ou branca, cada um
ficava no seu quadrado, entrar no território do inimigo, nem pensar, quem
ousasse, apanharia na certa, certa vez, fomos convidado para jogar no Campo do
Bodozal, pertencia ao pessoal da Rua Major Gabriel, foi uma cilada, apanhei sem
pena e nem dó, marquei um por um, o tempo passou, mas quem apanha não esquece,
dei o troco na maioria dos meus agressores.
Existiam dois Circos na
rua, um pertencia ao Sarto, conhecido por Nego Mau - apesar de ser circo de
brincadeira, era tudo bem organizado, tinha bilheteria, arquibancada, trapézios
e palhaços – eu e os meus irmãos fomos “contratados” para fazer acrobacias,
ficamos conhecidos como “Os Irmãos Borracha”, acabou a temporada e o patrão não
pagou o nosso cachê, depois de trinta anos, fizemos o Nego Mau pagar um jantar
e uma grade de cervejas para o Neno, Rocha, Zezinho e o Henrique.
O outro circo pertencia ao Aluízio - fui “trabalhar” para ele, certa vez, estava no trapézio de cabeça para
baixo, o Nego Mau pegou uma baladeira e, com uma bolinha, acertou bem no meu
“ovo esquerdo”, cai de cabeça no chão, acho que com o baque na cachola fiquei
tantã até hoje.
A nossa criação foi muito
rígida, mas, moleque não tem jeito, sempre que os velhos davam bobeira eu fugia
para brincar na rua, gostava de nadar, jogar bola, curtir as brincadeiras de
papagaio de papel, jogar pião e gangapé, subir em mangueiras, pular da ponte,
morcegar a carroça do Sêo Hilário, dentre outras - pelas as minhas peraltices,
acho que pegava uma peia todo dia, pior que além dos meus pais tinha também a
vovó paterna, uma cearense braba, qualquer coisa errada era motivo para pegar
uns bolos na mão.
Acordei, voltei para o
século XXI, tudo acabou, restaram poucos vizinhos que teimaram em ficar no
lugar, o nosso Igarapé de Manaus foi aterrado, todas as casas da sua margem
foram retiradas, transformaram o local num centro de convivência para os
jovens, com bastantes quadras de futebol de salão, ciclovias e praças de alimentação.
Depois, resolvi fazer uma
caminhada pelo entorno do Parque Desembargador Paulo Jacob, uma justa homenagem
a um antigo morador da Rua Major Gabriel – tristeza, muita tristeza, pois o
local está abandonado, com muito mato e lixos por toda parte – dizem que a
Prefeitura de Manaus não aceitou tomar conta do parque, em decorrência de não
ter sido o “pai da criança”.
Encontrei com o meu amigo Aluízio
ele ainda mora na mesma casa onde nasceu há sessenta e seis anos atrás,
inclusive, fui convidado para o seu aniversário no próximo dia 13 do mês corrente
mês – estarei lá para rever os amigos.
Apesar de toda a
descaracterização do local, continua sendo o lugar mais querido da minha
infância, o meu Igarapé de Manaus! É isso.
Fotos: 1.J Martins Rocha/2. Desconhecido/3.Chico Batata