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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

INAUGURAÇÃO DA PONTE MANAUS-IRANDUBA


A inauguração está prevista para o próximo dia 24 de Outubro, quando a cidade de Manaus estará completando 342 anos de existência, o evento contará com a presença da presidenta Dilma Rousseff, onde acontecerão shows musicais em ambas as margens, além de shows pirotécnicos e, tudo o mais. – não tenho motivos para comemorar, mas, para lamentar sobre o rasto de destruição que ela trará para a margem direita do Rio Negro.

Ao longo de toda a construção dessa ponte, tenho feito muitas críticas com relação ao custo da obra e dos impactos ambientais e sociais. Não devo mais  chorar sobre o leite derramado, ela está pronta e, não adianta mais fazer críticas sobre a sua construção, o processo é irreversível – por ser ambientalista, temo por uma destruição em massa das árvores, para darem lugar ao progresso.

As justificativas para a sua construção, por parte do governo do Estado, foram as seguintes:

Propor alternativas para a expansão urbana da cidade de Manaus/O projeto irá promover a geração de novos espaços habitacionais, oportunizando definitivamente a consolidação da Região Metropolitana de Manaus, e, em consequência, desafogar a pressão sobre as áreas urbanas já consolidadas em Manaus. Os municípios que orbitam a capital serão beneficiados pelo empreendimento, compartilhando serviços essenciais de saúde educação e transportes, sem prejuízo para Manaus e com perspectivas de ganho exponencial para os demais municípios envolvidos. O projeto permitirá a elaboração e implantação, sem vícios, de Plano Diretor urbano global e setorizado para o novo espaço – habitação, saneamento básico, transportes, sistema viário, institucional, industrial e comercial, com incorporação ordenada do complexo viário da margem direita (Iranduba) à malha viária projetada e em execução na margem esquerda (Manaus).

Listagem de possíveis Impactos Ambientais.

Alteração da qualidade da água de superfície/Assoreamento dos cursos d'água/Geração de ruídos e vibrações/Modificação da cobertura vegetal/Modificação das florestas marginais dos cursos d'água/Modificação do nível de conservação da fauna e flora em função da implantação de pequenos empreendimentos de ecoturismo/Mudança no processo de migração urbano-rural/Conflitos entre populações locais e migrantes/Mudança na incidência de DST/Mudanças nos níveis de prostituição, ocorrência de gravidez na adolescência/Possibilidade de transgressão aos costumes e valores das populações/Mudança nas oportunidades de acesso aos locais históricos, santuários, sítios arqueológicos/Migração dos grupos indígenas para as frentes de trabalho/Redução no território de caça das populações indígenas/Exploração sexual infantil/Mudança da demanda por água potável e no serviço de abastecimento de água.

O progresso é inevitável, não tem jeito, a população aumenta em uma progressão geométrica, dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar, diz a lei da física; muita mata ainda vai queimar, muitos rios ainda serão aterrados; se não formos mais responsáveis agora, o jeito será morar no espaço sideral, no futuro!

Não tenho motivos para comemorar, mas, para lamentar sobre o rastro de destruição que a Ponte Manaus-Iranduba trará para a margem direita do Rio Negro. É isso ai.

Um comentário:

  1. Anônimo7:30 AM

    Concordo plenamente com seu texto. A vocação amazônica é a navegação fluvial. Teriam gasto bem menos se melhorassem o sistema de ferry-boat na travessia do Rio Negro.

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